sexta-feira, abril 01, 2016

Militantes reclamam de anúncio de Dilma em 'comício' no Planalto: "muito pouco"

Camponeses em Brasília apoiam Dilma Rousseff nesta sexta-feira
Camponeses durante Ato para a Reforma Agrária e Comunidades Quilombolas no Palácio do Planalto nesta sexta-feira(Felipe Frazão/VEJA)
Em mais uma manifestação política travestida de cerimônia administrativa promovida no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira investimentos modestos quando comparados a outros programas do governo federal: a regularização de terras a 799 famílias quilombolas no Nordeste e o destino de uma quantia irrisória de 4,5 milhões de reais para promoção de igualdade racial. Também foram assinados 21 decretos para reforma agrária de fazendas em catorze estados: Goiás, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Ceará, Bahia, Mato Grosso Sul, Sergipe, Paraíba, Paraná, Tocantins, Alagoas. Nem os movimentos sociais amestrados deixaram de reclamar do diminuto investimento. "Os decretos assinados agora representam muito pouco para a demanda dos movimentos sociais na luta concreta da reforma agrária no Brasil", disse Aristides Veras dos Santos, tesoureiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Ele disse que a demanda no país, calculada pela entidade, é de quase 70.000 famílias e que a Contag já indicou para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) 600 imóveis para desapropriação. Segundo Veras, há setenta áreas com decretos de desapropriação prontos. Insatisfeito, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Alexandre Conceição, disse a Dilma que "não queria ensinar missa a padre", mas que o grupo tem 120.000 famílias assentadas. Dilma portou-se como um mandatário em início de mandato: "É mais um passo, não o definitivo", disse, ignorando que está em seu sexto ano à frente do governo federal. (Felipe Frazão, de Brasília)

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