terça-feira, junho 07, 2016

Cerveró, Dilma e o mal que vai durar por gerações

O Brasil inteiro viu Nestor Cerveró assegurar que Dilma, a Afastada, sempre soube de tudo o que se passava com a compra da refinaria de Pasadena — que, não nos esqueçamos, rendeu pagamento de propina, sim. O próprio Paulo Roberto Costa disse ter recebido o seu quinhão, não é isso?
Cerveró assegura que Dilma sabia de tudo até porque era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Pois é… Rememorando: segundo o TCU, a compra gerou um prejuízo de US$ 792 milhões à estatal.
Dou de barato: os conselhos não costumam examinar no detalhe aquisições e vendas. Tendem a se contentar com os memoriais que fazem as diretorias executivas das empresas. Ocorre que Dilma não era uma presidente de conselho qualquer. Era a chefe da Casa Civil, a mãe do PAC, a especialista em energia.
A propósito: esta senhora, ao longo de sua trajetória, e já afirmei isso aqui, foi muito competente em criar a fama de competente. Olhem a pindaíba em que deixou o Brasil e agora se recordem de como ela foi vendida a partir de 2008, para brilhar na campanha eleitoral de 2010 como a gerentona, a cobradora irascível, aquela que sempre tinha todos os números na ponta da língua e que não aceitava desculpas. Santo Deus! Dilma não consegue decorar um clichê. Dilma é a comédia involuntária mais cara que o Brasil já teve.
No sábado, fui ao teatro Eva Wilma, em São Paulo, assistir ao espetáculo “Dilma do Chefe – Saudando a Mandioca”, estrelado por Márvio Lúcio, o Carioca, talvez o comediante mais sério do país. Num dado momento do espetáculo, encarnando a Afastada, Carioca lê trechos de discursos da “presidenta”. A plateia racha de rir. É tal a soma de bobagens que, naquele trecho ao menos, o artista pôde dispensar a sua criatividade. Dilma, falando como Dilma, é uma piada. Que outro partido poderia tê-la dado de presente ao país?
A afirmação de Cerveró vem nos lembrar que, em 2003, esta senhora foi oferecida ao Brasil como a grande especialista em energia e infraestrutura, em sentido amplo, com enfoque especial em petróleo e energia.
Pois bem: ao longo de 13 anos, Banânia seguiu, nessas duas áreas, as iluminações da grande pensadora, da grande gestora, da especialista inigualável. E o que temos? A Petrobras quebrada e o setor elétrico vivendo uma das maiores crises de sua história.
Dilma, a que não quer sair, não foi apenas uma estelionatária eleitoral. Ela contribuiu de forma decisiva para destruir dois setores vitais da economia brasileira.
Assim, quando Cerveró afirma que ela sabia de tudo no caso de Pasadena — o que ela voltou a negar nesta segunda; renegou até mesmo a amizade de ambos, de 15 anos —, tendo a achar que é verdade. Não exatamente porque ela era a presidente do Conselho, mas porque sempre foi considerada, e exerceu com gosto o papel, a czarina da área de energia. E deu nessa maravilha que aí está.
Só a lambança que ela fez no setor elétrico já lhe renderia uma boa acusação de crime de responsabilidade. A verdade é que o Brasil foi condescendente demais com Dilma. O mal que ela nos fez vai durar por gerações.

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