quinta-feira, junho 09, 2016

Janot: Renan, Sarney e Jucá combinavam versões e cogitavam maquiar documentos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante julgamento de afastamento do mandato de Eduardo Cunha como deputado federal, e da presidencia da Câmara dos Deputados, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF) - 05/05/2016
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot(Charles Sholl/Futura Press/Folhapress)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) tinham estratégias para evitar que as investigações da Lava Jato chegassem até eles. Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira, esse foi outro argumento apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de prisão contra os peemedebistas.
A ideia era costurar as defesas dos senadores e impedir que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado colaborasse com as apurações. Renan, Jucá e Sarney também tinham a intenção de maquiar os desvios na gestão de Machado com a produção de novos documentos, segundo o jornal. Conforme revelou a edição de VEJA desta semana, Machado disse que distribuiu 60 milhões de reais em propina para peemedebistas durante os doze anos que esteve à frente da estatal, entre eles Renan, Sarney e Jucá - apenas ao ex-presidente da República, foram 19 milhões de reais. Machado também contou que guardava dinheiro no exterior para políticos, entre eles o presidente do Senado.
A base dos pedidos de prisão são as gravações dos peemedebistas feitas por Machado. Nas captações, Renan sugere mudar a lei para inibir a delação premiada, ao passo que Jucá descreve uma articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma e, a partir daí, "estancar a sangria da Lava Jato".
Além dos senadores, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também foi alvo do pedido de prisão feito por Janot. Embora esteja afastado da presidência da Casa e de seu mandato parlamentar, o peemedebista continua tentando interferir na Lava Jato, bem como nas comissões da Câmara, de acordo com o procurador-geral.

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