quinta-feira, junho 09, 2016

Lobista confessa: US$ 4,5 milhões em propina, depositados no exterior, para a campanha de Dilma

A relação do PT com a bandidagem com a qual tramava contra as instituições tem lá seu lado engraçado. Quando seus parceiros de crime decidem ser, vamos dizer, sinceros, aderindo à delação premiada, os petistas, então, com um cinismo muito particular, tiram onda de ofendidos.
Zwi Skornicki, o lobista preso que representava no Brasil o estaleiro Keppel Fels, admitiu ter pagado a João Santana, marqueteiro do PT, US$ 4,5 milhões. O dinheiro, fruto de propina, foi depositado no banco suíço Heritage. E, é óbvio, não foi declarado à Justiça Eleitoral. Os pagamentos foram feitos em nove parcelas de 500 mil. Só da Odebrecht, Santana recebeu outros US$ 3 milhões.
Skornicki admite o pagamento em suas tratativas para o acordo de delação premiada, que ainda não foi fechado.
E como reagiu Dilma Rousseff? Ah, sua assessoria parece que está se especializando em ficar brava e não esclarecer nada. Escreve numa nota: “A presidente Dilma Rousseff rechaça a insinuação de que teria conhecimento de um suposto pedido de US$ 4,5 milhões feito pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, Zwi Skornicki, para a campanha da reeleição”.
Dilma acha também que a imprensa pretende caluniá-la com ilações e suposições. Sei. Não há nada de “suposto” na acusação que faz o lobista. Afinal, por que ele confessaria um crime que não cometeu?
Fabio Tofic Simantob, advogado de Santana, faz o que é possível para defender o seu cliente. Para ele, os US$ 7,5 milhões recebidos no exterior (considerando os US$ 3 milhões da Odebrecht) não derivaram de propina e caracterizam apenas caixa dois.
A cada vez que leio alguns bobinhos a tratar da possibilidade de Dilma Rousseff voltar ao poder e coisa e tal, presto atenção a notícias como essa. Imaginem o que mais vem por aí. Mônica Moura, mulher de Santana, também negocia a sua delação.
Simantob tem o direito e o dever de proteger o seu cliente, mas cabe a pergunta: se a origem do dinheiro é lícita — e, portanto, só se teria um crime de caixa dois —, por que tanto esforço para fazer a doação clandestina? Ou a grana se refere a um “favor” já feito ou a um ainda por fazer.
Não custa lembrar: o caixa da campanha de Dilma em 2014 era Edinho Silva, que depois se tornou o seu poderoso ministro da Secom.
Ora, claro!, o lobista diz ter dado o dinheiro, confessa o crime, mas os beneficiários não sabiam de nada, certo?

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