quarta-feira, junho 22, 2016

Temer sobre pedido de impeachment de Janot: 'Não vale a pena'

Michel Temer, presidente em exercício
Michel Temer concede coletiva à imprensa no Palácio do Planalto em Brasília (DF) - 16/06/2016(Ueslei Marcelino/Reuters)
O presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan, que não acredita que o pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seja levado adiante pelo Senado. "Eu acho que realmente não vale a pena", disse ele, ao ser perguntado sobre o assunto. "E até informo: o presidente Renan [Calheiros (PMDB-AL), do Senado] já arquivou cinco pedidos de impeachment. Tenho a sensação de que este não irá adiante", completou ele.
Na semana passada, duas advogadas pró-impeachment protocolaram uma denúncia contra o procurador no Senado, alegando que ele dá tratamento diferenciado a políticos do PMDB, como Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, alvos de pedidos de prisão, em relação ao ex-presidente Lula e à presidente afastada Dilma Rousseff. Na mesma semana, Renan afirmou que iria analisar o pedido de impeachment de Janot, embora tenha arquivado os protocolados anteriormente. Nesta terça, no entanto, ele diminuiu o tom das críticas e negou que tenha ameaçado o PGR. "Quem me conhece sabe que não sou de ameaçar absolutamente. Esse verbo não faz parte do meu dicionário", disse o presidente do Senado.
Na entrevista, Temer ainda foi perguntado, na condição de constitucionalista, sobre quem estaria com a razão: Janot, que pediu a prisão dos caciques do PMDB, ou o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, que rejeitou o pedido. "Nós sabemos que é muito delicado dar qualquer palpite. Sobre o ângulo pessoal, eu acho que o procurador fez o papel dele - não sei quais são as razões -, ele possivelmente foi motivado pelos depoimentos; e depoimento e o Teori também fez o seu papel, do meu ponto de vista também adequadamente", respondeu o peemedebista.
Temer ainda afirmou que é preciso enaltecer a atividade das instituições do país para alcançarmos um processo que ele chamou de "reconstitucionalização". "Ao longo do tempo, [a população] perdeu a sensibilidade às suas instituições", acrescentou.
Sobre as críticas de que, nos bastidores, aliados próximos a ele têm discutido formas de "estancar" a Lava Jato, Temer frisou que há "chance zero" do Executivo interferir em assuntos do Judiciário e que duvida que os parlamentares tenham essa "disposição conspiratória". "Claro que há preocupação, não há dúvida. Mas eu não tenho ouvido essa disposição conspiratória para reduzir as potencialidades de uma operação judical do Ministério Público que vem sendo levada adiante com muita exacerbação", afirmou. "Jamais permitiria que eu ou alguém do governo pudesse interferir nessa matéria", completou.

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