segunda-feira, outubro 31, 2016

Governo e oposição aceitam negociar saída para crise na Venezuela

O presidente venezuelano Nicolás Maduro cumprimenta o líder opositor Jesús Torrealba
O governo da Venezuela e seus principais opositores iniciaram neste domingo em Caracas um diálogo para tentar resolver a crise do país, com a ausência do partido Vontade Popular (VP). A primeira reunião teve a presença do presidente Nicolás Maduro, acompanhando de uma delegação de seu governo e cinco representantes da aliança antichavista Mesa da Unidade Democrática (MUD), acompanhados pelos mediadores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Vaticano.
Maduro, que estendeu a mão a seus opositores, se comprometeu com este processo para tentar aliviar a crise do país. “Quero manifestar perante o representante do papa Francisco, como o fiz há poucos dias em Roma, meu agradecimento e compromisso absoluto com este processo de diálogo”, afirmou.
Desavenças na oposição — Nas horas anteriores à reunião, os principais partidos da aliança opositora — Ação Democrática (AD), Primeira Justiça (PJ), Vontade Popular (VP) e Um Novo Tempo (UNT) — tiveram sérias diferenças sobre os termos a serem discutidos no encontro. A VP, partido fundado pelo opositor preso Leopoldo López, rejeitou comparecer às negociações ao não serem cumpridas uma série de exigências que tinha feito antes do encontro e que incluíam a libertação de 13 políticos presos.
Em comunicado divulgado pela MUD, a aliança explica que os outros três grandes partidos acertaram sua participação “em função de aceitar o convite do Vaticano para avançar na formação de um espaço de diálogo” que permita dar soluções para a crise do país. Os partidos que decidiram estar na mesa se comprometem a “exigir o fim da repressão e da perseguição”, assim como “a se levantar do espaço de diálogo em caso de não ser resolvidas as demandas no curto prazo”.
Papa preocupado — O prelado italiano Claudio María Celli, representante do Vaticano para fazer a mediação entre governo e oposição, pediu às partes que o diálogo seja sério e que sejam gerados “sinais autênticos” que o país espera. Celli afirmou que o papa Francisco está “profundamente preocupado” com a tensão na Venezuela e disse que “seu desejo é o de favorecer o mais possível a feliz realização deste processo”.
(Com agência EFE)

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