quarta-feira, setembro 06, 2017

Gilmar Mendes: Janot pensou em um 'gran finale' com várias denúncias, mas vai coroar sua gestão com caso Joesley

O ministro Gilmar Mendes no plenário do Supremo Tribunal Federal (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)O ministro Gilmar Mendes no plenário do Supremo Tribunal Federal (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
O ministro Gilmar Mendes no plenário do Supremo Tribunal Federal (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
Crítico do atual procurador-geral da República, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou a jornalistas nesta quarta-feira (6), em Paris, que, na avaliação dele, o chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, "pensou em fazer um gran finale" no encerramento de sua gestão, com a apresentação de várias denúncias – incluindo uma segunda contra o presidente Michel Temer –, mas vai coroar sua passagem pelo comando da Procuradoria Geral da República (PGR) com o caso JBS.
Na última segunda-feira (5), Janot anunciou que havia determinado abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações de práticas de crimes no acordo de delação premiada dos executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. Segundo Janot, dependendo do resultado da investigação, os benefícios oferecidos no acordo de colaboração do empresário Joesley Batista e de outros dois delatores do grupo empresarial poderão ser cancelados.
"Eu imagino que o PGR [Janot] pensou em fazer uma gran finale, oferecendo várias denúncias, inclusive a última contra o presidente da república, mas eu acho que ele conseguiu coroar dignamente o encerramento de sua gestão com o episódio Joesley", alfinetou Gilmar Mendes na conversa com jornalistas na capital francesa.
"Ele [Janot] fez jus a tudo que plantou esses anos e isso vai ser a marca que nós vamos guardar dele. O procurador-geral da delação Joesley, desse contrato com criminoso, dessa fita e no final ele inclusive tentou envolver o STF de forma realmente lamentável, dizendo que tinha o envolvimento de ministros, o que mostra realmente a sua pouca qualidade institucional", complementou o ministro do Supremo.
Nesta terça (5), também em Paris, Gilmar Mendes já havia disparado críticas contra Janot por conta das suspeitas envolvendo a delação dos executivos da J&F.
Na ocasião, o magistrado havia dito que a delação da JBS terá que ser “completamente revista” após a revelação da conversa entre Joesley e o diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud, na qual eles sugerem, entre outros assuntos, que contaram com a ajuda do ex-procurador da República Marcelo Miller para fechar o acordo.

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