domingo, novembro 11, 2018

10 coisas que talvez você não saiba sobre a Primeira Guerra Mundial

Homem posa em frente a uma estátua superprotegida no Jardim de Tuileries (o primeiro jardim público de Paris), durante a Primeira Guerra Mundial. Os monumentos foram cercados por sacos de areia para tentar evitar danos em caso de ataque alemão Foto: Hulton Archive / Getty Images

Homem posa em frente a uma estátua superprotegida no Jardim de Tuileries (o primeiro jardim público de Paris), durante a Primeira Guerra Mundial. Os monumentos foram cercados por sacos de areia para tentar evitar danos em caso de ataque alemão Foto: Hulton Archive / Getty Images


1 - O assassinato que quase não aconteceu e quase não provocou a Primeira Guerra Mundial

Milhões de soldados massacrados, outros milhões de civis mortos de fome e por bombardeios. Além de outros efeitos como a Revolução Russa e a derrota alemã que propiciou a ascensão de Adolf Hitler. Esses foram alguns dos eventos causados a partir de um sanduíche. Ou melhor, do fato de Gavrilo Princip, um jovem bósnio sérvio, ter parado em um boteco para trincar os dentes em um sanduba da Belle Époque. Ou, segundo diversos historiadores, teria sido umbörek ou uma pljeskavica, variedades de lanches balcânicos. O fato é que, comendo ou de jejum, Princip estava na frente do café Moritz Schiller quando deparou com a oportunidade de cumprir seu objetivo, um assassinato.
Mas vamos rebobinar. A Europa havia tido nos anos prévios momentos quentes, de corrida armamentista. Naquele momento, um dos pontos tensos do mapa europeu era o da fronteira sul do império Austro-Húngaro, onde dominava a Bósnia-Herzegovina, área que era ambicionada pelo reino da Sérvia. Em 1914, o governo em Viena anunciou que o príncipe-herdeiro, o arquiduque Franz Ferdinand, visitaria Sarajevo, capital da Bósnia. O movimento terrorista nacionalista sérvio Mão Negra decidiu assassinar o arquiduque, já que ele pregava mais autonomia para os povos do império, algo que prejudicava o marketing nacionalista da Sérvia na Bósnia.
Na manhã do dia 28 de junho, o arquiduque realizava sua visita oficial à cidade, com uma agenda carregada de eventos. Dos 6 terroristas preparados para o atentado, os dois primeiros falharam em lançar as bombas. O terceiro conseguiu, mas a bomba ricocheteou no capô do carro do arquiduque e atingiu o veículo dos guarda-costas, explodindo sobre ele. Cerca de 20 pessoas que assistiam ao cortejo imperial foram feridas. O arquiduque saiu ileso. Esse terceiro terrorista, Nedeljko Čabrinović, ao ver que havia falhado, ingeriu uma pílula de cianureto, correu até a beira do rio Milajca e pulou.
No entanto, o cianureto era velho e induziu Čabrinović ao vômito. Não morreu envenenado. Mas o terrorista tampouco morreu afogado no rio, já que devido à seca, tinha apenas 13 centímetros de água.  Resultado: foi capturado.
Os oficiais a cargo da segurança de Franz Ferdinand insistiram para que cancelasse a visita. Mas o governador-geral da Bósnia, Oskar Potiorek, respondeu: "Por acaso acham que a cidade está cheia de assassinos?" A visita continuou. O arquiduque decidiu visitar os feridos no hospital. Gavrilo Princip, o quarto terrorista, acreditava que os planos de assassinato haviam fracassado e saiu caminhando pela cidade quando parou no café Moritz Schiller para fazer um lanchel. Ou, mesmo sem comer, estava ali na calçada do café, pensando no que fazer, já que os planos de atentado haviam fracassado.
Enquanto isso, o motorista do arquiduque não havia sido informado da mudança de planos e foi na direção do Museu Nacional, onde haveria uma cerimônia. Por isso, pegou o trajeto original previsto. Do segundo carro, Potoriek ordenou ao motorista do arquiduque que desse marcha à ré, pois deviam pegar o trajeto alternativo para visitar o hospital. No entanto, o motor do carro parou durante a manobra. E isso ocorreu exatamente na rua onde estava o terrorista. Princip não podia acreditar. Seu alvo estava ali, a poucos metros dele, dando sopa. O terrorista largou seu lanche (ou não largou nada, pois não estava comendo naquele momento, segundo alguns historiadores), correu até o carro e disparou, matando o príncipe-herdeiro e sua mulher.
O assassinato desatou uma série de conflitos diplomáticos entre a Áustria-Hungria e a Sérvia que levou à guerra entre os dois países. Semanas depois, quase todos os países europeus estavam envolvidos. E nos anos seguintes, boa parte do planeta estava em guerra.

2- Futebol natalino nas trincheiras

No Natal de 1914, a guerra acumulava menos de um semestre de existência. Os avanços iniciais de tropas de ambos os lados haviam sido detidos e os países em confito entravam em uma interminável guerra de trincheiras. Várias dessas trincheiras estavam muito próximas, às vezes a 100 metros de distância. Em um desses casos, no front na França, soldados alemães começaram a entoar cânticos natalinos. Em resposta, do lado inglês, fizeram o mesmo. A confraternização entre inimigos estava categoricamente proibida. Mas o cansaço da guerra os levou a ignorar as ordens.
A desobediência foi sutil no começo. Os historiadores indicam que primeiro começaram as conversas, aos gritos, de um lado para outro: “ei, cantem outra!”; “ei, eu conheci Berlim antes da guerra! De que cidade vocês são?”, até “temos biscoitos aqui..querem? Vocês têm cigarros para trocar?” Em outros casos, os relatos indicam que os alemães colocaram cartazes com os dizeres “Feliz Natal” e “Vocês não lutam e nós não lutamos”. Lentamente, foram saindo das trincheiras, com as mãos para o alto, mostrando que não estavam segurando armas, e aproximaram-se do meio daquela terra bombardeada. Em pequenos grupos foram se reunindo e começaram a conversar. Repentinamente, o futebol entrou no papo. O futebol passou das conversas para a ação: um dos soldados improvisou uma bola, supostamente com trapos (outros dizem que foi com latas de comida), e soldados alemães e britânicos começaram a chutar essa "bola". Nas horas seguintes, segundo depoimento do tenente Kurt Zehmisch, do 134º Regimento da Infantaria da Saxônia, um inglês trouxe uma bola de futebol de verdade e aí começou um jogo. O terreno era acidentado, devido aos buracos de balas de canhão dos dias prévios, mas os soldados tentaram evitar esses “detalhes”. “Era estranho...mas era maravilhoso!”, disse Zehmisch.
As traves? Marcaram o chão, no meio da neve, com os capacetes.
Dizem que foram até 29 jogos na véspera de Natal e no dia de Natal ao longo de todo o Front ocidental. Quando souberam das confraternizações, os generais reprimiram os envolvidos imediatamente. E a guerra continou por outros 3 anos e meio.

3 - A mais longa batalha

A Batalha de Verdun foi a mais longa da Primeira Guerra Mundial (e de toda a História mundial), pois durou 303 dias, entre fevereiro e dezembro de 1916. Essa também foi uma das mais sangrentas batalhas da História, já que ali foram mortos 377.231 franceses e 337.000 alemães. No total, 714.231 mortos. Ou, 70 mil mortos por mês em média. A vitória foi francesa. No entanto, foi uma vitória defensiva, já que com ela impediram que as tropas do kaiser avançassem na direção de Paris. Quase um quarto de século mais tarde, em 1940, na Segunda Guerra Mundial, Verdun caiu em 24 horas para as tropas de Adolf Hitler.

4 - Para bombardear Londres, 250 mil vacas por zepelins

Outro mito sobre a Primeira Guerra Mundial é que a Grã-Bretanha não sofreu a guerra em seus território metropolitano, isto é, nas Ilhas Britânicas, ao contrário da Segunda Guerra Mundial, quando foi duramente bombardeada pela Luftwaffe. Nada disso. Elas foram alvos de uma série de bombardeios realizados por zepelins.
O primeiro bombardeio desses balões pegou os britânicos de surpresa, já que nunca antes o país havia sido atacada pelo ar. A única alternativa existente na época, para ataque a longa distância, eram os zepelins, já que os aviões – biplanos e triplanos – não podiam carregar muitas bombas.
Em maio de 1915 zepelins carregando bombas explosivas e  bombas incendiárias, atacaram o solo britânico, matando 35 pessoas. O volume era minúsculo perto dos massacres que ocorriam na frente de guerra no continente. No entato, tiveram um efeito de abalar o moral dos ingleses e de criar histerias coletivas sobre os zepelins.
Os alemães construíram diversos zepelins para bombarderar a Grã-Bretanha. Para isso, tiveram que suspender a produção de salsichas, já que as membranas intestinais das vacas eram necessárias para fazer as câmaras impermeáveis de hidrogênio dessas naves aéreas (para um único zepelim eram necessários os intestinos de 250 mil vacas).
No total, até o fim da guerra, foram realizados 52 voos de zepelins sobre a Inglaterra, que causaram 700 mortos. Inicialmente, os contra-ataques eram difíceis, já que os aviões da época não alcançavam a mesma altitude dos zepelins.
Balões sustentam uma espécie de
Balões sustentam uma espécie de "cortina" proteger Londres dos bombadeios na Primeira Guerra Mundial Foto: Henry Guttmann / Getty Images

5 - Batalhas entre britânicos e alemães na América do Sul

A Primeira Guerra Mundial envolveu todos os continentes. A afirmação costuma surpreender muitas pessoas, que geralmente retrucam: "Ei, mas na América do Sul não ocorreram combates!!" Ao contrário... a região teve suas batalhas, embora com menos ibope do que as imensas lutas transcorridas na Europa.
Quando a guerra começou a Esquadra da Ásia Oriental (Ostasiengeschwader) da Marinha Imperial de Guerra da Alemanha, estava espalhada pelo Oceano Pacífico. Ao perceber que estava em inferioridade numérica perante os aliados, o almirante Von Spee decidiu ir com seus navios rumo à Europa. Mas como chegar ali?
Uma alternativa era sair do Pacífico pelo Cabo Horn e subir pelo Atlântico. Mas ao passar na frente da costa chilena deparou com navios britânicos e desatou uma batalha naval na costa de Coronel em 1º de novembro de 1914. A frota alemã, vitoriosa, continuou rumo ao sul e entrou no Atlântico Sul. Devido à falta de suprimentos, Von Spee decidiu atacar Stanley, capital das ilhas Falklands (ou Malvinas) e destruir a principal base da Grã-Bretanha no Atlântico Sul. No entanto, as forças britânicas ali eram superiores e os alemães foram derrotados.
Pouco antes, em setembro daquele ano, uma batalha ocorreu em águas brasileiras. Alemães e britânicos chocaram-se na área do arquipélago de Trindade. A vitória foi britânica.

6 - Abelhas, cruciais para derrotar os britânicos em Tanga

Quando a Primeira Guerra Mundial começou, o mapa da África era uma colcha de retalhos dominados pelas potências europeias. As maiores e mais lucrativas colônias ficaram nas mãos de França e Inglaterra. A Itália e a Alemanha chegaram tarde à colonização africana e pegaram os restos. Um desses "restos" era a colônia da África Oriental Alemã, colonizada pelos alemães. Ao iniciar o conflito na Europa, a guerra se estendeu ao território africano. Por esse motivo, o Império Britânico enviou tropas anglo-indianas ao porto de Tanga, onde estavam as principais forças alemãs na África, comandadas pelo tenente-coronel Paul Lettow-Vorbeck. As forças britânicas estavam em número superior (8 mil contra mil), além de melhor armadas que as alemãs.
Mas as tropas britânicas, que incluíam um contingente de ferozes "gurkas", entraram em uma área cheia de colmeias, irritando milhares de abelhas que começaram a atacar as tropas. Os soldados fugiram em pânico, fato que teve um impacto negativo nas tropas de reserva que aguardavam na praia. Na corrida descontrolada, os britânicos deixaram fuzis, metralhadoras e 600 mil balas que foram utilizadas pelos alemães. Um dos oficiais britânicos, que comandou a retirada, foi atacado por centenas de abelhas. Ele recebeu, de maneira póstuma, a medalha Victoria Cross, por corajosa atitude enquanto enfrentava "ataque aéreo".
Após a guerra, a África Oriental Alemã foi para mãos britânicas, que a rebatizaram de Tanganica. Esta, em 1961 tornou-se independente e em 1964 uniu-se a Zanizbar. Elas também uniram as duas primeiras sílabas: Tanzânia.

7 - Calças chamativas

A França entrou na Primeira Guerra Mundial com seu tradicional uniforme: jaqueta azul-marinho e calças vermelhas, as famosas pantalon rouge . Era o mesmo uniforme usado desde os tempos de Napoleão III. Mesmo antes da guerra começar, nos anos prévios, vários parlamentares haviam pedido uma update urgente, pois tudo indicava que a guerra europeia seguinte seria feroz. Nesse contexto, um uniforme com calças que podiam ser vistas a longa distância não seria adequado. Os alemães estavam melhor preparados, com uniformes cinzas. Os britânicos, de cores marrons (eles haviam aprendido que era uma cor que se camuflava melhor após a guerra contra os boers em 1900). Os italianos com um uniforme esverdeado. Mas os franceses insistiam com as chamativas calças vermelho-cheguei, já que – segundo os políticos e líderes militares – evocavam "os tempos de glória" da França. Depois de milhares de soldados mortos que haviam sido alvos fáceis para os alemães devido à questão cromática, o governo francês decidiu mudar a cor para azul claro em 1916.

8 - Vou de táxi

Na primeira semana de setembro de 1914, as tropas alemãs aproximavam-se rapidamente de Paris. Os militares franceses, pegos de surpresa pelo avanço germânico, estavam em pânico e especulavam em evacuar a capital da França. O general Joseph Gallieni já havia ordenado a colocação de cargas explosivas para derrubar a Torre Eiffel (o governo francês não a queria em mãos alemãs). Os alemães estavam a 30 kms da cidade.
Mas, nesse momento, os alemães cometeram uma série de erros. Esses pontos fracos foram aproveitados pelo exército francês, que pela primeira vez deixou de ser empurrado pelos alemães e contra-atacou na Batalha do Marne. Paris estava salva. Pelo menos, por um tempo.
A batalha teve participação crucial dos taxistas de Paris, que foram convocados pelo exército para levar às pressas milhares de soldados da 7ª Divisão de Infantaria à frente de guerra. A ordem foi publicada às 13 horas. A hora da partida foi marcada para as 18h em La Villette. Os motoristas, entusiasmados, fizeram seus passageiros descer, explicando orgulhosamente que deviam ir à batalha. Na hora marcada, os veículos, quase todos Renault 8CV, estavam em perfeita fila, esperando. O general Gallieni os inspecionou antes de partir. Ao concluir, afirmou: "Eh bien, voilà au moins qui n'est pas banal!" (Bem, pelo menos aqui está algo que não é comum!).
Os 500 táxis, a 25 kms por hora, pela Rodovia Nacional 2, transportaram 4 ou 5 sodados cada por 60 kms entre Paris e a frente de guerra. No total, levaram 6 mil homens. O volume não era decisivo. No entanto, naquele momento de desânimo e de derrotismo, o "exército dos táxis" serviu para dar uma guinada e elevar o moral dos militares e dos civis. Os táxis transformaram-se em um símbolo da salvação de Paris e de uma união entre os civis e as tropas pela defesa do país.
E a conta das viagens? Os motoristas foram cobrar do exército a despesa decorrente do transporte dos soldados. Mas o governo militar de Paris pagou apenas 27% do valor das corridas.
Visitante no Museu da Grande Guerra, em Meaux, na França, observa um dos veículos Renault que fizeram parte do
Visitante no Museu da Grande Guerra, em Meaux, na França, observa um dos veículos Renault que fizeram parte do "exército dos táxis", quando os taxistas de Paris foram convocados para levar soldados à frente de batalha, na Primeira Guerra Mundial Foto: Sean Gallup / Getty Images

9 - Países de breve existência (alguns, de poucos dias)

O fim da guerra implicou implosão de diversos países, entre os quais o Império Austro-Húngaro, na perda significativa de território do Império Russo e do Império Turco, além da criação de novos países que ainda existem como a Polonia, Lituânia, Estônia e Finlândia. Outros foram criados, como a Thecoslováquia e já se divorciaram (República Tcheca para um lado, Eslováquia para outro). Mas no meio do caos entre a Revolução Russa e a derrota alemã e os primeiros meses após o fim da guerra, surgiram pequenos e micropaíses de breve existência. Esse foi o caso da República Komanczca, uma associação de 30 aldeias. Foi criada em novembro de 1918 e desapareceu em janeiro de 1919 quando foi absorvida pela Polônia. Mas o mapa muda constantemente e atualmente uma parte dessa extinta república está na Polônia, outra na Ucrânia e um resto na Eslováquia.
Outro país de breve existência foi o Ducado Báltico Unido, criado pelo Império Alemão quando derrotou a Rússia em 1917. Berlim decidiu que criaria um estado-tampão com os territórios do que atualmente são a Estônia, Lituânia e Letônia. O kaiser Wilhelm II decidiu colocar no comando desse país um nobre alemão – Adolf Friedrich de Meclenburg. Mas ele nunca tomou posse, já que os acontecimentos foram mais rápidos do que o protocolo e a Alemanha foi derrotada pelos aliados e os três países bálticos decidiram proclamar sua independência e viver separadamente. E, no final da Primeira Guerra Mundial, a crise russa gerou uma oportunidade para vários povos do Cáucaso declararem a independência. Esse foi o caso da Geórgia, Armênia e Azerbaijão, unidos na República Transcaucásica, que ia do mar Negro ao Cáspio. Mas durou um punhado de meses, já que foram invadidos pelos otomanos e depois pelos soviéticos.

10 - Quando terminou, não foi chamada de "Primeira"

Quando a Primeira Guerra Mundial terminou, passou a ser conhecida como "A Grande Guerra" ou "A Guerra Mundial". Não era chamada de "Primeira" simplesmente porque ninguém imaginava que 21 anos depois começaria outro conflito bélico planetário, de proporções maiores, uma futura "Segunda Guerra Mundial".
Nas duas décadas posteriores ao 11 de novembro de 1918, os ingleses a chamavam de "The Great War", enquanto que, na mesma sintonia, os alemães se referiam a ela como "Der große Krieg" e os franceses como "La Grande Guerre". Nos Estados Unidos, entre 1914 e 1917, os jornais se referiam a esse conflito bélico de enormes proporções como "European War". Somente depois da entrada americana no conflito é que passaram a denominá-la de "World War". Só com a Segunda  Guerra Mundial já no meio é que sua antecessora começou a ser chamada de "Primeira Guerra Mundial".

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