quarta-feira, julho 21, 2010

CANDIDATOS ELEVAM TOM DA CAMPANHA



Candidatos elevam tom e colocam pimenta na campanha

O início da semana foi marcado pela troca de farpas entre os principais candidatos à Presidência da República. Por mais que isso pareça normal em uma disputa pelo Planalto, desta vez, o buraco estava mais embaixo. A petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra entraram em um momento de acusações constantes, em que jogar pimenta nos olhos do outro é o que mais interessa durante os discursos.
Mesmo à distância – ela em Minas Gerais e ele em Goiás -, os dois subiram o tom dos ataques. Serra fez críticas técnicas ao governo Lula e à ex-ministra, mas também partiu para o confronto político contra o PT. “O PT espalha mentirada a todo o momento”, declarou durante evento em Goiânia. “Campanha não é debate, é mentira, é teatro, é processar vítima. Tudo como máquina de intimidação. Basta olhar o programa de direitos humanos do governo, o programa aprovado pelo PT e a versão apresentada à Justiça Eleitoral”. Durante o discurso, Serra não fez um link direto entre Dilma e seus ataques ao PT. No entanto, questionado durante a caminhada que fazia pela capital goiana, disparou: “Dilma é do PT, não é?”.
A estratégia da campanha tucana – que teme que os debates não propiciem o confronto direto entre os candidatos – é que José Serra faça com que Dilma responda, mesmo que à distância, a diversos temas levantados por ele. Pelo menos desta vez, deu certo. Durante caminhada com militantes nos municípios mineiros de Uberlândia e Montes Claros, a ex-ministra rebateu a declaração de Serra, que endossava o vice na chapa tucana, Indio da Costa (DEM), que relacionou o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). “Jamais imaginei que, diante da diversidade, meu adversário recorresse a certas atitudes que eu considero que não honram a campanha eleitoral”. Para Dilma, Serra “teme perder” as eleições e, por isso, ataca o PT e sua candidatura. “Não haverá ninguém capaz de me fazer descer a esse nível”, completou.
Paternidade dos genéricos – Na última segunda-feira, durante um evento com o PSB em Brasília, a ex-ministra afirmou que Serra não pode dizer que é o único responsável pela criação dos remédios genéricos no Brasil. “Certos processos começam e vão se desenvolvendo. Na verdade, tem várias pessoas que participam dessa trajetória. Cada um dá a sua contribuição. O que não é possível é alguém chegar e dizer ‘foi só eu que fiz’. Não foi, na verdade”, afirmou a petista. José Serra, que sempre se apresentou como o criador dos genéricos, rebateu Dilma durante evento em Goiânia. “Todo mundo sabe do meu papel a respeito dos genéricos. Não vou ficar dando explicações. É só ela se informar mais que não dirá coisas semelhantes”, afirmou.
Até Marina Silva (PV), conhecida por medir as palavras, entrou na dança. Apesar de afirmar que prefere chamar Dilma e Serra de “concorrentes” e não de “adversários”, a verde também subiu o tom nesta semana. Durante evento em São Paulo, Marina afirmou: “acho que elevar o nível da maneira como estão levando, sai do plebiscito para ver quem tem melhor currículo e melhor passado e vai para o plebiscito para ver quem faz mais baixaria, e nesse jogo eu não vou entrar”. É esperar para ver.
(Marina Dias, Fernando Mello e Adriana Caitano)

0 comentários:

Postar um comentário