quinta-feira, agosto 26, 2010

JOSÉ DIRCEU


José Dirceu: “Não posso, não devo e não quero ocupar ministério”

Vinte e quatro horas depois de ter estrelado a propaganda de José Serra na televisão, José Dirceu, o grão-duque do petismo, declarou: “Eu já disse que não posso, não devo e não quero ocupar um ministério. No ano que vem, tenho meu julgamento. E minha prioridade é essa”. Na peça de publicidade eleitoral de Serra, Dirceu fora apresentado numa foto cuja legenda evocava o escândalo que orna sua biografia: mensalão. Insinuara-se que a eleição de Dilma devolveria Dirceu ao governo. Além dele, voltaria Antonio Palocci, apeado do ministério de Lula pelo caso do caseiro.
A voz de Dirceu soou em Vitória. Ele fora à capital do Espírito Santo para um encontro com o petismo local. Ouviu-o o repórter Eduardo Fachetti. Previu para 2011 o julgamento do processo em que figura como réu. E disse que sua prioridade é a obtenção de um atestado de inocência, não o governo. Estrela dos autos do mensalão, Dirceu arrosta acusações pesadas. Coisas como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. Acha que sairá do julgamento do STF livre do fardo. Algo que, se confirmado, o tornaria um político elegível em 2014.
Expira nesse ano a privação dos direitos políticos que lhe foi imposta quando a Câmara passou na lâmina seu mandato de deputado. Embora cassado e à espera do veredicto do Supremo, Dirceu foi brindado pelo PT com a ressurreição. Desde fevereiro, voltou a envergar o título de dirigente partidário.
Candidato a vice-governador na chapa capixaba de Renato Casagrande (PSB), o petista Givaldo Vieira deu uma idéia do prestígio desfrutado por Dirceu. Givaldo chamou-o de “nosso grande líder nacional”. Acrescentou: “Esse companheiro foi perseguido politicamente e injustamente cassado”.
Diferentemente do que insinuou o tucanato na TV, é improvável que Dilma devolva Dirceu à Esplanada na hipótese de ser eleita. O “chefe da quadrilha”, como o qualificou o ex-procurador Antonio Fernando de Souza, continuará frequentando o ambiente que mais lhe apraz: o subterrâneo.”

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