O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral vai solicitar nesta terça-feira ao Ministério da Defesa o emprego de mais 2 mil homens das Forças Armadas no Rio de Janeiro pelos próximos meses, para atuar na permanência do controle sobre o Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro. O Ministério é que vai decidir se envia tropas do Exército, da Marinha, da Aeronáutica ou da Força Nacional. O anúncio foi feito após um encontro de Cabral com a presidente eleita Dilma Rousseff.
As força de paz, como foi chamada pelo governador, vai atuar na transição até que seja possível instalar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, área que eram controladas pelo crime organizado e foram retomadas pelo poder público nos últimos dias. O controle dos acessos às favelas antes dominadas pelo tráfico continuará a cargo da autoridade policial. Já o trabalho de rotina será feito pelas forças designadas pelo Ministério da Defesa.
“A grande novidade é a força de paz entrando no processo de transição. O patrulhamento ostensivo será feito pelo Ministério da Defesa. Com isso, nós não prejudicamos nosso calendário de avanços com as novas UPPs”, afirmou Cabral. Ele disse ainda que as tropas requisitadas deverão atuar durante o primeiro semestre de 2011.
O governador se encontrou por mais de 3 horas com a presidente eleita; a reunião aconteceu na Granja do Torto, em Brasília. Segundo ele, a ideia de uma aplicação mais prolongada das forças federais no estado foi bem recebida por Dilma. “Ela reagiu muito feliz e satisfeita com essa integração [entre os governos federal e estadual]. Esse é um modelo que deu certo”, disse.
Nesta quarta-feira, o governador Sérgio Cabral deve inaugurar uma UPP no Morro dos Macacos, na capital fluminense. A comunidade é a mesma onde um helicóptero da Polícia Militar foi abatido por traficantes, em outubro do ano passado.
Copa – Cabral e Dilma também conversaram sobre a necessidade de investimentos no estado do Rio de Janeiro nos próximos anos, tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Nós temos o desafio de fazer no Rio, nos próximos seis anos, mais de três décadas de investimento em saneamento, transportes, no PAC das Comunidades, em infra-estrutura” afirmou o governador.
De acordo com o governador, a presidente eleita prometeu priorizar as melhorias nos aeroportos, especialmente os do Rio e de São Paulo.
(Gabriel Castro, de Brasília)
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