quarta-feira, setembro 21, 2011

Brasil!


Ministério do Turismo divide bancada do PMDB
Gerson Camarotti, O Globo
A decisão do ministro do Turismo, Gastão Vieira, de nomear técnicos para os principais cargos da pasta dividiu a bancada do PMDB, que se encontrou com ele esta noite. Muitos deputados criticaram o fato, que em sua opinião demonstra um enfraquecimento do partido no controle da pasta.
- Isso é ridículo. Demonstra uma falta de confiança no partido e esvazia o PMDB - reagiu o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Mas outros setores da bancada apoiaram a decisão de Gastão Vieira, principalmente depois das denúncias de irregularidades no Ministério do Turismo.
- A decisão é correta por adotar o critério técnico, mas principalmente porque o ambiente de corrupção endêmica do Ministério do Turismo exige ainda mais cuidado - afirmou o deputado Raul Henry (PMDB-PE).
A opção por nomes técnicos foi anunciada depois de uma audiência do ministro com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Ele tentou adiantar a contratação do segundo escalão do ministério, mas decidiu aguardar o retorno da presidente Dilma Rousseff de Nova York para escolher o secretário-executivo da pasta.
No encontro com Gleisi, Gastão pediu a sugestão de um nome técnico do Ministério da Fazenda ou do Planejamento. Segundo ele, um nome técnico de uma dessas duas pastas facilitará o trabalho interno do governo.

Dilma: há 'extrema preocupação' com efeitos da crise econômica
Cristiane Jungblut, O Globo
A presidente Dilma Rousseff disse, na noite desta terça-feira, em Nova York, que há imensa preocupação no mundo com a crise que atinge os países desenvolvidos. Ao receber o prêmio por Serviço Público do Instituto Woodrow Wilson Internacional Center, ela afirmou que o Brasil está mais bem preparado para enfrentar essa segunda fase da crise econômica global e que o mercado interno será, mais uma vez, a âncora para enfrentar os efeitos e reflexos dessa crise hoje e no futuro próximo.
- Estamos com extrema e imensa preocupação com os efeitos da crise econômica nos países desenvolvidos, principalmente com os efeitos do desemprego.
A presidente Dilma voltou a usar os termos "insensatez" e "incapacidade política" dos países para comandar a economia - como já tinha dito no Peru, em julho. A fala dela nesta noite de terça-feira antecipou o tom do discurso que fará nesta quarta-feira pela manhã na abertura da Assembleia Geral da ONU.

Bandeiras dos tucanos, como LRF, são atribuídas a PT
Adriana Vasconcelos, O Globo
Saiu caro para o PSDB não ter defendido o legado dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso nas últimas três campanhas presidenciais. Essa foi a conclusão que a cúpula tucana chegou nesta terça-feira após a apresentação de pesquisas encomendadas pelo partido ao cientista político Antonio Lavareda.
Embora o Plano Real continue lembrado como o principal ativo do PSDB, o PT acabou se apropriando de várias bandeiras dos tucanos, a ponto de 60% dos brasileiros atribuírem a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) aos petistas, esquecendo-se que eles votaram contra a proposta.
- Durante dez anos não defendemos o que fizemos. Esquecemos o nosso partido e permitimos que o PT se apropriasse do que fizemos - disse o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Os tucanos constataram que os escândalos de corrupção que eclodiram no governo Lula acabaram colando na imagem do PT de forma definitiva. A maioria dos brasileiros, porém, considera que o grau de corrupção na gestão do PT é igual ao do governo de FH.
A pesquisa mostrou que 70% da população do país consideram a gestão petista como uma continuidade da iniciada pelos tucanos.
Já a faxina ética deflagrada pela presidente Dilma Rousseff ainda não convenceu totalmente a população. Pelo menos 40% dos ouvidos consideram que Dilma tem sido seletiva na apuração dos desvios, embora outros 40% achem que ela quer, de fato, enfrentar a corrupção.
A pesquisa mostrou também que todos os benefícios sociais existentes no país são vinculados ao governo do PT, embora o PSDB tenha lançado o Bolsa Escola, embrião do Bolsa Família.

Governo cede, mas impasse sobre royalties permanece
União propôs abrir mão de mais R$ 450 milhões de sua receita com o petróleo
Apesar do aceno, Estados produtores não aceitam perder recursos; decisão pode ir a voto no Congresso
Valdo Cruz e Sofia Fernandes, Folha de S. Paulo
O governo Dilma acenou ontem com a possibilidade de ceder mais na divisão da receita de tributos do petróleo, mas novamente não conseguiu acordo, ao rejeitar as três propostas apresentadas pelos Estados produtores.
A falta de entendimento na reunião de ontem pode fazer a disputa ser decidida no Legislativo - onde Estados não produtores têm maioria e podem derrotar os principais produtores - Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Depois de ter aceitado na semana passada reduzir em 33% sua fatia nos royalties, a União sinalizou que pode diminuir em 8% sua receita com participação especial, tributo pago pelas petroleiras em campos mais lucrativos.
Pela proposta, a União deixaria de arrecadar mais R$ 450 milhões no próximo ano, depois de já ter aceitado abrir mão de R$ 800 milhões com os royalties dos campos em mar já licitados por regime de concessão - reduzindo sua fatia nesse tributo de 30% para 20% em 2012.
A sinalização da União agradou Estados não produtores, mas não foi aceita pelos produtores. Isso porque eles também teriam que abrir mão de parte de sua fatia.

Genro do ministro do Turismo pede exoneração de cargo comissionado
Gerson Camarotti, O Globo
Genro do ministro do Turismo, Gastão Vieira, o assessor técnico André Bello de Sá Rosas Costa pediu exoneração nesta terça-feira de um cargo comissionado que ocupava na Câmara desde abril, depois que o GLOBO revelou que ele foi nomeado para ocupar um Cargo de Natureza Especial (CNE) da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Casa.
Resolução interna da Câmara proíbe nomeação "para exercício de CNE de cônjuge, companheiro, e parentes consanguíneos ou afins, até segundo grau civil" de deputados, senadores, ministros do TCU e diretores da Casa. Até assumir o ministério, Gastão exercia o mandato de deputado federal. Procurado pelo GLOBO, André Bello não retornou.
Segundo amigos, ele decidiu entregar o cargo para evitar desgaste político para o sogro. O ministro Gastão Vieira negou, na véspera, interferência na contratação do genro para trabalhar como assessor na Câmara. Alegou que André Costa já tinha sido funcionário da casa em 2007, saiu para estudar e voltou, procurando por conta própria, um emprego.
Logo pela manhã, o ministro comunicou a colegas do PMDB que o genro pediria exoneração. André Costa pode questionar a direção da Câmara pelo fato de sua contratação ter sido autorizada, mesmo após ter feito consulta se haveria ou não problemas em ser contratado já que era genro de um deputado.

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