segunda-feira, agosto 27, 2012

Baixo desempenho de candidaturas gera preocupação no PT


De acordo com José Guimarães, é preciso mobilização para reverter esse quadro
Por: Luzenor de Oliveira
A 40 dias para o primeiro turno das eleições municipais, o desempenho dos candidatos do PT nas capitais e maiores cidades do Nordeste gera preocupação entre lideranças nacionais da sigla.
Das sete capitais, onde o PT lança candidato próprio à Prefeitura, apenas um – Humberto Costa, que concorre em Recife, lidera as pesquisas de intenção de votos.
Uma reportagem do Jornal Folha de São Paulo, edição desta segunda-feira, mostra que, nesse cenário, Fortaleza está na pauta de preocupações da cúpula nacional do PT: o baixo índice de conhecimento de Elmano Freitas é um dos desafios para os dirigentes da agremiação.
Um dos integrantes da Executiva Nacional do PT e coordenador da bancada do Nordeste na Câmara Federal, deputado José Nobre Guimarães não esconde a necessidade de mudanças para reversão do quadro eleitoral: "Temos de mobilizar as lideranças para fazer acompanhamento minucioso e tentar reverter alguns cenários", disse o parlamentar.
O nível de desconhecimento de alguns candidatos, na visão de Guimarães, esconde o potencial eleitoral do PT. "Temos potencial, mas os candidatos ainda não decolaram. Não deixa de ser um sinal de alerta.", observou.
De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, em 2008, no segundo turno, sete das nove capitais terminaram nas mãos de partidos da base aliada.
O quadro atual, segundo os levantamentos, mostra que a oposição lidera em quatro capitais com ao menos dez pontos de diferença. Em outras duas, está na frente, mas com vantagens menores. O baixo desempenho dos candidatos petistas em pesquisas eleitorais feitas no Nordeste acendeu o sinal de alerta na cúpula da sigla. Veja abaixo trechos da reportagem do Jornal Folha São Paulo.
PT se preocupa com desempenho ruim no Nordeste
Os levantamentos indicam que, apesar de ter candidato próprio em 7 das 9 capitais da região, em só uma, Recife, o partido lidera, com Humberto Costa, que no entanto caiu oito pontos percentuais desde o início da disputa.
Nas outras duas capitais, os candidatos apoiados pelo PT também enfrentam dificuldades. Em Maceió, o pedetista Ronaldo Lessa está em empate técnico com o tucano Rui Palmeira. Em Aracaju, Valadares Filho (PSB) está mais de 40 pontos atrás de João Alves Filho (DEM).
Se as posições das pesquisas forem corroboradas nas urnas, o resultado deste ano será ainda pior que o do pleito municipal anterior, em 2008, quando o PT lançou nomes em sete capitais e venceu em duas (Recife e Fortaleza).
Ainda assim, naquele ano, passado o segundo turno, sete das nove capitais terminaram nas mãos de partidos da base aliada. Hoje, segundo os levantamentos, a oposição lidera em quatro capitais com ao menos dez pontos de diferença. Em outras duas, está na frente, mas com vantagens menores.
A importância estratégica do Nordeste se evidenciou na eleição presidencial, na qual Dilma venceu em todos os Estados da região e conquistou 18 milhões de votos, mais que o dobro do tucano José Serra.
O PT não aponta causas para o atual cenário, mas alguns fatores ajudam a explicá-lo. Nelson Pelegrino, candidato petista em Salvador, não decola devido ao efeito negativo das greves dos professores no Estado comandado por Jaques Wagner (PT), segundo integrantes do partido.
No Recife, o efeito do racha entre PT e PSB, do governador Eduardo Campos, é tido como um dos elementos da queda de Humberto Costa. Já o candidato do partido em Fortaleza, Elmano de Freitas, passaria pelo mesmo problema de Fernando Haddad em São Paulo: ainda não é conhecido pelos eleitores.
A conjuntura foi apresentada nesta semana em reunião da cúpula do PT em São Paulo, quando o comando do partido se debruçou sobre dados das disputas em todo o país.
"Temos de mobilizar as lideranças para fazer acompanhamento minucioso e tentar reverter alguns cenários", disse o coordenador da bancada do Nordeste e vice-presidente do PT, José Guimarães (CE). "Temos potencial, mas os candidatos ainda não decolaram. Não deixa de ser um sinal de alerta."
Antes disposto a atuar apenas em algumas cidades -como São Paulo, Recife e Belo Horizonte- o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recrutado para ajudar Pelegrino na Bahia.
Também serão convocados a participar das campanhas na região os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Bernardo (Comunicação) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

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