sexta-feira, dezembro 21, 2012

SERTÕES DE CRATEÚS Lançado edital de obras da Barragem Fronteiras

O reservatório terá capacidade de 488 milhões de metros cúbicos e é o primeiro a represar o Rio Poti

Crateús. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) licita a barragem Fronteiras, que será construída neste município. O edital para licitação da empresa que vai construir a barragem foi lançado no dia 12 último. Está prevista para o dia 15 de janeiro a abertura das propostas das empresas que vão concorrer ao processo. Com as obras da barragem e a construção de trechos de rodovia e ferrovia, o orçamento da barragem totaliza R$ 294,4 milhões. A informação é do próprio órgão.

Área em que será construído o açude Fronteiras, em Crateús. Moradores da região aguardam com expectativa a conclusão do projeto FOTO: SILVANIA CLAUDINO

O Dnocs informa ainda que pretende até o fim de janeiro contratar a empresa para executar as obras da barragem. Prevê para o próximo ano licitar e contratar as empresas que executarão os desvios dos trechos a serem inundados pelas águas do reservatório, de modo a garantir o tráfego da rodovia e ferrovia antes da entrega da obra no final de 2014 para receber as primeiras águas. Também já foi iniciada a desapropriação das benfeitorias e cobertura vegetal em área rural com R$ 9 milhões para as primeiras famílias.

A barragem, que terá 488 milhões de metros cúbicos, é a primeira a represar o curso do rio Poti e é aguardada com muita expectativa pela população de Crateús e região. Com abastecimento de água e irrigação de 6 mil hectares será beneficiada uma população de 80 mil pessoas no município, promovendo a redenção hídrica de uma das regiões mais secas do Estado. Será a sexta maior barragem do Ceará, com 488 milhões de metros cúbicos. De acordo com o órgão, a construção está orçada em R$ 160 milhões, sendo R$ 80 milhões já incluídos no orçamento de 2013.

Como a bacia da barragem no Poti deverá inundar trechos de rodovia e ferrovia, está sendo feito remanejamento com a construção de desvios, que estão em fase de projeto básico para licitação no início de 2013, com recursos adicionais previstos em orçamento. O rio Poti nasce no Ceará e deságua no Piauí como principal afluente do rio Paraíba, depois de cortar Teresina. Uma das contribuições do Fronteiras será a perenização do Poti, com a contenção de enchentes e regularização do curso d´água. Isto será reforçado pela barragem Castelo, no Piauí, também do Dnocs, mas ainda em projeto.

Moradores, técnicos e autoridades municipais são taxativos quanto à necessidade e importância da construção do Fronteiras. A expectativa é que a barragem transforme o perfil econômico do município, promovendo desenvolvimento sustentável de uma região que sofre com as consequências da falta de água e de reservatórios de grande porte. Piscicultura e fruticultura serão possíveis quando a barragem adquirir volume de água, cujos resultados serão sentidos diretamente no crescimento da agricultura familiar na região do rio Poti. Os distritos de Poti, Ibiapaba, Assis e Curral Velho, em Crateús, serão os mais beneficiados com a obra.

Atrasos

Prevista inicialmente para março do ano passado, a construção da barragem atrasou em função de ajustes na pré-qualificação das empresas no processo licitatório e problemas nas desapropriações, segundo informou ao jornal, o Dnocs à época.

O órgão publicou em setembro o edital nº 002/2012, que trata de desapropriação, benfeitorias e coberturas vegetais, inseridas em área rural, abrangidas pela construção do açude Fronteiras. Estão cadastradas 29 propriedades, em um total de 2.202 hectares, com 43 famílias impactadas. São terras declaradas de utilidade pública, e estão sendo desapropriadas segundo os critérios do Decreto-Lei 3.356/41 e normas afins.

Atualmente, o órgão está com escritório montado em Crateús e orienta os proprietários de terra sobre a documentação exigida para as desapropriações.

SILVANIA CLAUDINOREPÓRTER 

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