sábado, maio 25, 2013

Brasil

Dilma admite falhas no Bolsa Família

Em viagem à África, presidente comentou investigações da Polícia Federal
Catarina Alencastro, O Globo
A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado que é possível que o Bolsa Família tenha falhas. Na capital da Etiópia, ela aproveitou para dizer que o programa é muito mais do que "um bolsa esmola".
Dilma voltou a lamentar a boataria sobre o fim do Bolsa Família, que levou no último fim de semana a uma corrida de beneficiários do programa para sacarem seu dinheiro.
Ela disse que ainda não dá para saber o que houve, já que o episódio está sendo investigado, e desautorizou qualquer pessoa do governo a se manifestar sobre o assunto.
— Nós somos humanos, pode ter tido falhas, o que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica 12 Estados. Então, a Polícia Federal e a segurança da Caixa vão procurar todos os motivos e vão elencá-los todos. O que a gente pode tirar de bom disso? Podemos tirar que vamos estar sempre mais atentos agora para essa possibilidade — disse, para depois completar:
— Eu acho que seria um simplismo total dizer que o Bolsa Família é pura e simplesmente uma distribuição de recursos, ou como alguns diziam no Brasil, um bolsa esmola. O Bolsa Família é uma sofisticada tecnologia pra garantir o aumento da igualdade no nosso país.

POLÍTICA

Sobre verdades e silêncios, por Rosiska Darcy de Oliveira

Rosiska Darcy de Oliveira, O Globo
As carantonhas de torturadores e estupradores voltaram a assombrar os telejornais no último mês. Tudo os aproxima, parecem feitos de um mesmo barro. Inspiram igual indignação e repulsa. É melhor retirar as crianças da sala, é cedo para que conheçam o lado tenebroso do ser humano.
Estupro e tortura são crimes que exprimem uma radical negação da humanidade do outro. É martirizando o corpo que o torturador obriga alguém a falar. A força bruta parte ao meio a vítima, anula sua vontade, obrigando-a a fazer o que mais lhe repugna. O corpo, pela dor, cumpre o que o espírito recusa.
A vítima se esfacela e carrega, desde então, um injustificado, mas recorrente, sentimento de culpa. O estupro não é somente um crime covarde contra as mulheres. Desfigura suas relações mais íntimas com os homens, é um crime contra o amor. Ancestral, tem suas raízes na lei da selva e fermenta nas múltiplas agressões ao sexo feminino com que a sociedade contemporânea — o que é estarrecedor — ainda convive.


O apartheid supostamente necessário nos trens da SuperVia é o exemplo da sobrevivência desse comportamento primata.
Desde que uma turista canadense foi violada dentro de uma van no Rio de Janeiro, o que provocou intensa comoção, veio à tona o que a opinião publica não sabia: não se trata de um caso esporádico.
Existem no país dezenas de iniciativas solidárias que acolhem e socorrem mulheres violadas e nesses círculos é sabido que o estupro é uma ameaça que paira sobre qualquer mulher e independe da aparência ou personalidade da vítima.
Os dados oficiais, registrados nas Delegacias de Atendimento à Mulher, revelam a média de 17 casos de estupro por dia no Estado do Rio de Janeiro, o que caracteriza uma epidemia, aberração que clama por uma ação pública exemplar.
Quantas outras calam por vergonha ou medo? A vergonha, o sentimento de imundície, de desonra, tudo corrobora na destruição psíquica da vítima que se refugia, solitária, no silêncio sem que por isso se cale sua memória dolorida.
No estupro como na tortura um paradoxo perverso se instala: as vítimas se autoflagelam enquanto os algozes se auto absolvem. “Ela é uma sedutora, que me provocou”, diz o sádico travestido em pobre coitado. “É assim que se lida com terroristas”, proclamam os arautos da necessidade e da eficácia da tortura.
Dar crédito a esse tipo de justificativa é uma forma de cumplicidade. Tortura e estupro são crimes cujo alcance transcende as vítimas. Atentam contra a essência mesma de nossa humanidade, levam à falência todo um processo civilizatório que aboliu a lei do mais forte.
Pela ferida que abrem no psiquismo individual e coletivo requerem uma tomada de posição radical da sociedade a favor da vítima, jamais do agressor. Sob pena de abrir uma fenda em si mesma, por onde passam os argumentos que vão corroer a democracia e acobertar barbáries.

GERAL

Caixa mudou regra de pagamento do Bolsa Família na véspera de boatos

Liberação foi feita sem aviso prévio, conforme revelou o jornal "Folha de S.Paulo"
O Globo
A Caixa Econômica Federal confirmou neste sábado que liberou o pagamento antecipado dos benefícios de maio do Bolsa Família, no último dia 17, uma sexta-feira, véspera dos boatos que levaram cerca de 900 mil pessoas a sacar dinheiro do programa durante o último fim de semana.
A liberação foi feita sem aviso prévio, conforme revelou o jornal "Folha de S.Paulo". Em nota, a Caixa informou que a liberação ocorreu devido a procedimento para melhorar o Cadastro de Informações Sociais do banco.
Os repasses do Bolsa Família são feitos mensalmente com base num calendário em que os beneficiários só podem sacar o dinheiro a partir de uma data específica, ao longo de dez dias do mês.
Assim, por essa regra, apenas beneficiários com número de cartão terminado em 1 poderiam sacar o dinheiro nó último dia 17. Ocorre que a liberação feita pela Caixa tornou possível que qualquer beneficiário, independentemente do número final do cartão, pudesse retirar o benefício no dia 17.

MUNDO

Obama tenta resgate de valores (Editorial)

O Globo
O “New York Times” classificou o discurso de quinta-feira do presidente Obama como “o mais importante pronunciamento sobre as ações de contraterrorismo desde os ataques de 2001”. De fato. Pela primeira vez, desde que o presidente Bush, sob o impacto e a dor da hecatombe de 11 de setembro no coração de Nova York, declarou guerra ao terror, um presidente reconhece que “esta guerra, como todas as outras, precisa acabar”.
“É o que a História nos aconselha. É o que nossa democracia exige”. O jornal dá crédito a Obama, mas ressalva que o discurso deveria ter sido feito antes. A Casa Branca aproveitou momento delicado para o governo, em relação a direitos civis e liberdade de imprensa, para dar um salto adiante.
A mensagem de Obama, em síntese, é: as leis de exceção aprovadas para alavancar o poder do Estado e as práticas adotadas para caçar terroristas após 11/9 contaminam a democracia e destroem a credibilidade dos EUA. Precisam ter fim. De fato.


A imagem de Obama como homem de diálogo se desgastou, após virem a público informações de que o fisco usou práticas discriminatórias contra organizações conservadoras, o serviço secreto grampeou telefones da agência Associated Press e o Departamento de Justiça acusou um jornalista da Fox News, porta-voz do conservadorismo, de participar de uma conspiração ao fazer seu trabalho.
Obama não deu prazo para o fim das medidas de exceção, até porque o terror mudou de cara, mas continua ativo. O que fez, e daí a importância do pronunciamento, foi estabelecer limites e submeter as ações a regras e normas restritivas, aproximando-as do império da lei.
Ao mesmo tempo em que, pela primeira vez, reconheceu ter ordenado o envio de drones para matar um americano no exterior, prometeu que esta arma só será usada contra uma ameaça iminente e contínua a americanos e quando falharem todas as outras tentativas para neutralizá-la. E sob supervisão pública, judicial ou do Congresso.

GERAL

Cartas de Buenos Aires: O argentino por ele mesmo

Gabriela Antunes
“Como um argentino se suicida? Ele pula de seu ego”, é dito na velha piada.
O brasileiro adora achincalhar o argentino, mas se surpreenderia de saber que o “hermano”, com fama de soberbo, é, na verdade, bastante crítico consigo mesmo.
Orgulhoso no exterior, cidadão indignado no âmbito doméstico, o argentino não é nada o ser unidimensional e nem o egocêntrico no qual fez a fama e deitou na cama. “Na América Latina, e lá fora, o estereótipo do argentino se associa a soberba e pedantismo”, explica o doutor em antropologia pela Universidade de Brasília, Alejandro Grimson, autor do livro Mitomanias Argentinas.
Considerada por muitos “a mais europeia das nações latinas”, a fértil imaginação argentina, como aponta Grimson, vê suas nações vizinhas como um território tropicalista onírico, cheio dos índios que “supostamente” não estão na Argentina.
Mas, antes de nutrir antipatia pelos “hermanos”, vamos examiná-los mais de perto com a benevolência que se oferece aos que já são, por si só, auto exigentes. Por detrás da aparente bravata, está um ser habitado por mitos e frustrações patrióticas.
Com profundos sentimentos de amputação territorial, o argentino é, também, decadentista, chora uma Argentina que estaria predestina à grandeza, sem nunca ter alcançado seu destino final. Crê, além disso, carecer de políticas de Estado e, como nós, sente-se permanentemente lesado pelo Governo e impostos.


“A Argentina foi um país fantástico, mas ingressou numa decadência irremediável (...). Fizemos tudo mal feito. Na verdade, a primeira pessoa do plural é muito generosa. Um pequeno grupo de militares e corporações destruiu o país...”, resume Grimson como opera o mito do “futuro que nunca chegou”. É aí, segundo o autor, que está a grande contradição. Desse complexo de inferioridade gerado do que “deveria ter sido e não foi” vem a aparente soberba argentina.
Com relação à velha rixa Brasil-Argentina, ele aponta outra complexidade de caráter: parte dos argentinos vê o Brasil como faixa de terra entre duas palmeiras, habitado por caipirinhas e mulatas semidesnudas.
Outra parcela enxerga o Brasil como um Estado com continuidade econômica, política e institucional. Enquanto isso, na Argentina, as transformações políticas são regidas pelo deus do trovão, feitas na marra e sem meio termo. “!Un desastre!”, diria um portenho.
A Argentina vem se transformando, assim como sua gente. A América Latina também, integrando-se e reconhecendo-se. Talvez seja hora de propor uma pequena trégua e desarmar-se um pouco dos mitos construídos, pelo menos até a Copa. Aí, argentino é argentino e todos nós brasileiros.

Gabriela Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e mantém o blog Conexão Buenos Aires. Escreve aqui todos os sábados.

HUMOR

O estado da política e da economia

José Márcio Mendonça Francisco PetrosBlog Migalhas
A Política, essa mesma com "P" maiúscula, existe como prática que facilita a solução e encaminhamento de conflitos de interesses dos cidadãos de uma comunidade determinada, seja um país, seja um condomínio. Nesta acepção específica da Política, o Brasil está vivenciando um momento particularmente "perigoso".
Os interesses econômicos e sociais estão sendo solucionados por meio de uma classe política movida por interesses eleitorais, quando não por interesses pessoais, e os agentes deles ou desconfiam, ou se aproveitam, quando não fazem as duas coisas.
A votação da chamada "MP dos Portos" na semana passada foi mais uma expressão do caos político que vivemos : interesses privados legítimos se misturaram a formas nefastas de interferência política, interesses públicos foram difusamente defendidos ou na base do "toma-lá-dá-cá", o governo viu-se chantageado, bem como chantageou, e assim foi. Isso tudo num contexto de votação de medida essencial ao desenvolvimento brasileiro. Este é o estado da Política.



O estado da Política - II
Afora a demonstração da semana passada no Congresso, vê-se que a corrida eleitoral iniciada pela presidente Dilma e seu tutor, o ex-presidente Lula, deve inviabilizar quaisquer reformas mais substanciais até o ano que vem.
Os partidos que apóiam o governo sabem dos anseios palacianos e destes extraem as mais variadas formas de aproveitamento político. Não há coloração ideológica e nem nome de partido que não participe deste caro convescote do Poder Legislativo.
A oposição, de outro lado, mostra-se débil, pouco programática e com articulação sofrível. Basta ver a patética (e simbólica) ação política do senador Álvaro Dias (PSDB/PR) flagrado pela Folha de S.Paulo ao apresentar uma emenda à votação da MP dos Portos igual à de um colega do PT, o deputado Luis Sérgio.
Neste contexto, preocupa o acúmulo de pautas na agenda nacional: da violência urbana ao controle da inflação, da educação à desindustrialização do país, tudo está pendente de soluções estruturais. Isso enquanto a classe política está ilhada em seus próprios interesses e jogos políticos. Perigo à vista. Para quem quer ver, é claro!

O estado da economia
Procuramos não fazermos previsões categóricas, porquanto estas não são passíveis de serem feitas quando o assunto é economia e política, ou vice-versa. Afinal, a política depende da economia e vice-versa, mesmo que não faltem oráculos soltos no mundo.
De todo o modo é possível perceber tendências, até mesmo quando estas não estão visíveis, a partir do exercício do espírito crítico da análise política e econômica.
Pois bem : os números recentes da produção industrial e do consumo indicam que o PIB brasileiro este ano está mais para o número pífio do ano passado que para algo entre 3% e 3,5%.
De outro lado, é praticamente certo que a fragilidade das relações políticas no Congresso não permitirá nenhum avanço institucional capaz de sanar os problemas estruturais que barram o desenvolvimento. A MP dos Portos foi a grande reforma do ano (vide as duas primeiras notas desta coluna).

O estado da economia - II
Preocupação que deve ser redobrada é a possibilidade de o país vivenciar uma onda de desinvestimento externo, num contexto em que os EUA se recuperam com certa rapidez – basta ver o desempenho das bolsas daquele país - e a Europa dá alguns pequenos sinais de avanços.
Além dos avanços na Índia e China (de novo). As melhores expectativas em relação ao Brasil estão no passado por conta dos poucos avanços alcançados pelo atual governo e pelos riscos que decorrem da equação que combina valorização cambial, inflação em alta, desindustrialização e queda dos preços das commodities.
Poucas variáveis estruturais do país estão sendo mexidas politicamente para melhor. Quase nenhuma, se observadas as principais (reformas tributária e previdenciária, incentivo à tecnologia, educação e aumento da eficiência da infraestrutura).
Felizmente ou infelizmente, as políticas adotadas pelo país têm de atender as expectativas dos agentes econômicos para a taxa de investimento subir.
O que se vê é um governo voltado de costas para o capital, sustentado pelo eleitorado mais pobre e encalhado pelos seus presumidos aliados. A economia segue este ritmo.

POLÍTICA

Relações estremecidas, por Illimar Franco

Ilimar Franco, O Globo
Nem o PT nem a presidente Dilma, garante dirigente nacional petista, farão qualquer movimento para detonar a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio.
O chororô do governador Sérgio Cabral, na reunião da cúpula do PMDB, não seduziu o Planalto. Um ministro, próximo à presidente Dilma, afirmou que Lindbergh tem um poderoso potencial eleitoral.

Lindbergh Farias. Foto: André Corrêa / PT

E, no comando da campanha petista, prevalece a avaliação que Cabral, a despeito de seu protesto, não tem afinidade nem uma ligação relevante com a direção nacional de seu partido.
Os petistas consideram blefe a ameaça de Cabral de apoiar Aécio Neves.

HUMOR

Renan presidente. Merecemos?

Marco Antônio Villa
Nós merecemos ter no mais alto cargo da República o senador Renan Calheiros? Presumo que não. Claro que pode ter alguém de Murici, interior de Alagoas, que pense o contrário. Na verdade, não pensa, com todo respeito. Responde com o bolso. E aguentar o Renan na presidência da República é demais. Como diria o Lula, “menas, menas”.
Mas, deixando Murici de lado, vale a pena pensar esta anomalia tipicamente brasileira. A Constituição de 1988 no artigo 83 diz que uma ausência do país de mais de 15 dias do presidente da República necessita de uma licença do Congresso (artigo 83). Não especifica, porém, a necessidade da transferência do cargo.

Renan Calheiros, presidente por um dia.

O vice-presidente deve substituir o presidente apenas em caso de impedimento. A ele caberão “missões especiais” e “outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar. ” (artigo 79). Nunca houve lei complementar, mas a cada viagem internacional, por menor que seja o percurso, como uma incursão ao Paraguai, o presidente transfere o governo ao vice.
Houve casos em que, por algum impedimento circunstancial do vice, o presidente da Câmara assumiu o governo. Chegou-se até a convocar o presidente do Supremo Tribunal Federal.
Quando de uma viagem internacional, portanto, o país tem dois presidentes. E os dois com autoridade legal para cumprir todas as atribuições do artigo 84. Coisas do Brasil, esse país fantástico.
Hoje temos Renan, aqui, e Dilma lá na África, Dilma. O país merece isso? Temos algum carma especial?

POLÍTICA

Tucanos no muro, por Ruy Fabiano

Apesar de entronizado na presidência nacional do PSDB e lançado candidato por algumas das cabeças coroadas do partido, tendo como patrono ninguém menos que o ex-presidente FHC, o senador Aécio Neves ainda enfrenta tensões no tucanato paulista.
Na quinta-feira, o governador Geraldo Alckmin, que na semana anterior já havia dito que Aécio não é o único presidenciável do partido, voltou a fustigá-lo. Não diretamente, claro: não é da índole do partido o confronto.
Mas há modos enviesados de dar recados que muitas vezes são mais contundentes que o ataque direto. Alckmin voltou a dizer que “é muito cedo para o PSDB lançar o seu candidato a presidente”. E, a seguir, sapecou, sem que ninguém o perguntasse: "Serra deve ser candidato em 2014”.
Ato contínuo, a inevitável pergunta: candidato a quê? E a resposta enigmática: "Só ele pode responder”. Juntando-se as pontas das sentenças – “é cedo para lançar candidato”; “Aécio não é o único nome”; “Serra é candidato em 2014” e “só ele pode responder a quê” -, tem-se uma conclusão óbvia: a candidatura de Aécio ainda não está consolidada.
Alckmin sabe do peso de suas palavras dentro do partido: é governador pela segunda vez, com direito à reeleição, e foi candidato do partido à Presidência da República. Não é baixo clero e sabe que suas palavras contrariam figuras de proa do partido – a começar por FHC.

FHC e Aécio Neves

Seu perfil é de um político moderado, avesso a confrontos. Por que então comprou essa briga? Quem o respalda? Serra é beneficiário de suas palavras, mas não as comenta.
Por mais que evite falar de divergências com Aécio e até exiba apoio formal às decisões do partido – que incluem o pré-lançamento da candidatura de Aécio -, sabe-se que não está exatamente feliz. Em política, as aparências sempre enganam.
Basta lembrar que, na campanha presidencial passada, Aécio também declarava apoio a Serra, apareceu em alguns de seus programas eleitorais, mas, por trás daquela coreografia, liberava os prefeitos aliados de Minas para votar em Dilma Rousseff.

POLÍTICA

Aliança do PT com PMDB para eleição está garantida, diz Dilma

O Globo
Antes de embarcar para a Etiópia, a presidente Dilma Rousseff recebeu o colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno para uma conversa. Na entrevista, que será publicada na edição deste sábado na coluna NhenheNhém, a presidente diz que a aliança do PT com PMDB para a eleição presidencial está garantida, bem como a reedição da chapa que venceu a eleição de 2010.
Os dois partidos têm se enfrentado em alguns estados porque, embora sejam aliados nacionais — o vice-presidente da República, Michel Temer é do PMDB —, querem lançar candidatos ao governo dos estados. Assim a presidente ficaria com palaque duplo em algumas unidades da federação. Em alguns estados, principalmente no Rio, a situação entre os dois aliados é tensa, e a crise continua.


POLÍTICA

Chinaglia convoca reunião para enterrar CPI da Petrobras

Erich Decat, O Globo
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), convocou uma reunião para a próxima segunda-feira, 27, com objetivo de tentar "enterrar" a Comissão antes de ela ser instalada. Dos 199 deputados que apoiaram a criação da Comissão, 120 são da base aliada, sendo que o PMDB ajudou com 52 assinaturas.
Em razão de a CPI já ter sido protocolada na Mesa Diretora da Câmara, não há mais a possibilidade de retirada das assinaturas. Para o governo impedir a criação da comissão, que ainda deve aguardar uma fila com 15 outros pedidos, é preciso que o governo consiga convencer pelo menos 100 dos 199 deputados a assinarem outro requerimento pedindo o fim da CPI.


POLÍTICA

Calmon diz não ter certeza se condenados no mensalão serão presos

Biaggio Talento, O Globo
A ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon (foto abaixo), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mostrou-se cética em relação à possibilidade de os condenados à prisão no processo do mensalão irem efetivamente para a cadeia. Após o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), todos os 25 condenados na ação apresentaram embargos. Perguntada se as prisões aconteceriam, ela respondeu:
— Eu não sei. Agora as coisas começam a ficar muito tumultuadas, porque já se fala em embargos infringentes para haver uma mudança. Os jornais noticiam que, pelo menos quatro ministros (do STF) já se posicionaram à favor dos embargos infringentes — declarou Eliana, em passagem por Salvador nesta sexta.


POLÍTICA

Possível candidatura de Campos gera crise no PSB

Daiene Cardoso, Estadão
Em ação orquestrada pelo PT, governadores aliados e "amigos" do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (foto abaixo), entregaram um recado do Planalto ao presidenciável: há uma crise instalada nos palanques estaduais do PSB e que, além de se lançar de forma precipitada como candidato a presidente da República, Campos não deve contar com o apoio de siglas como PTB, PDT e PPS (este último presente como "tradicional aliado" na convenção do PSDB que formalizou o senador Aécio Neves na presidência do partido).
Preocupados com as possíveis ausências do PT e do PMDB nas alianças regionais, os governadores do Amapá, Camilo Capiberibe, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, ambos do PSB, disseram a Campos que seus palanques estão sendo esvaziados e que uma candidatura própria ao Planalto em 2014 seria "uma aventura". Com a expectativa frustrada dos palanques estaduais de Campos, cresce entre petistas a esperança de que o governador de Pernambuco desista da candidatura, como prevê o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


POLÍTICA

Jersey manda 1,45 mi de libras de Maluf a prefeitura de SP

Fausto Macedo, Estadão
A Corte da Ilha de Jersey repassou 1,45 milhão de libras (cerca de R$ 4,5 milhões) de empresas offshores ligadas à família do deputado Paulo Maluf (PP-SP, foto abaixo) para os cofres do município de São Paulo. A liberação ocorreu nesta sexta feira, 24, para uma conta dos advogados da Prefeitura, em Londres. Na próxima terça feira - segunda é feriado na capital inglesa - os advogados vão providenciar a transferência do valor diretamente para o Tesouro paulistano.
A quantia faz parte do montante global de US$ 28,3 milhões - cifra atualizada com juros e correções, além de multas - que a Corte de Jersey mandou as empresas Kildare e Durant, controladas pelos Maluf, devolverem até junho aos cofres públicos municipais. O dinheiro das offshores está bloqueado em uma instituição financeira e será todo transferido para São Paulo.


POLÍTICA

Livro mostra 1.200 casos de violência contra camponeses na ditadura

Luciano Nascimento, Agência Brasil
Cerca de 90 trabalhadores rurais sem terra acompanharam, nesta sexta-feira (24), o lançamento do livro Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição. A obra pretende auxiliar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) no reconhecimento oficial de 1.196 casos de camponeses mortos e desaparecidos no campo em função das diversas formas de repressão política e social entre setembro de 1961 e outubro de 1988, período indicado pela Lei 9.140/1995 – a primeira a reconhecer que pessoas foram assassinadas pela ditadura militar (1964-1985).
Apesar do número expressivo (3,5 vezes acima do total de reconhecidos oficialmente como mortos por perseguição política), apenas 51 casos foram analisados pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e, desses, 29 tiveram a causa da morte relacionada à questão política.

GERAL

Ibama apreende 43 toneladas de lixo do Uruguai trazido para o Brasil

Cleide Carvalho, O Globo
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) apreendeu 43 toneladas de embalagens plásticas e 86 baterias automotivas usadas, provenientes do Uruguai, em nove empresas de reciclagem localizadas nos municípios de Santana do Livramento e Quaraí, no Rio Grande do Sul. Segundo Rodrigo Dutra da Silva, chefe do escritório do Ibama em Bagé, o lixo plástico estava acondicionado em fardos e identificados.
— Não se trata de lixo plástico que entrou no Brasil por acaso, numa possível mistura de lixo entre municípios fronteiriços. Todas as embalagens são uruguaias ou argentinas e há inclusive de produtos de limpeza, como detergentes e alvejantes, sabidamente usados apenas na região de Montevidéu. Essas empresas pagaram pelo lixo uruguaio e fizeram importação ilegal — afirma Silva.


GERAL

São Paulo tem a primeira internação compulsória de usuário de drogas

Daniel Mello, Agência Brasil
Um morador de rua foi o primeiro dependente químico internado compulsoriamente em São Paulo desde o início da parceria do governo estadual com o Poder Judiciário, acertada em janeiro. A parceria prevê a presença de médicos, juízes e advogados no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), no centro da capital, com objetivo de facilitar o processo de internação involuntária e compulsória de usuários de drogas, especialmente crack.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, a internação compulsória do usuário T.F.L. foi determinada pela Justiça após constatar que ele, em função do seu grau de intoxicação e de confusão mental, apresentava risco para si mesmo e para outros. T.F.L. relatou aos médicos não saber onde está a família e que usa “crack, álcool, solvente e cocaína diariamente”, diz a nota divulgada pela secretaria.

ERAL

Professores municipais de São Paulo encerram greve

Daniel Mello, Agência Brasil
Os professores municipais de São Paulo decidiram em assembleia ontem (24) encerrar a greve após 21 dias de paralisação. Participaram da votação, segundo a Polícia Militar, 800 pessoas em frente ao Viaduto do Chá, sede da prefeitura paulistana. De acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), os professores fecharam um acordo após duas reuniões com a prefeitura ao longo do dia.
A Secretaria Municipal de Educação informou, por meio de nota, que ficou acertado um reajuste de 10,19% a partir de 1º de maio deste ano e de mais 13,43% em maio do ano que vem. O sindicato diz que além do aumento, a categoria receberá anualmente, a partir de 2014, três parcelas de 3,68% a título de revisão da remuneração dos educadores.

GERAL

RJ: Polícia Civil fecha bingo que funcionava em local luxuoso

Gustavo Goulart, O Globo
Um bingo luxuoso com dimensões que impressionaram a polícia foi descoberto na noite desta sexta-feira no clube Combinado Cinco de Julho, que fica ao lado da quadra da escola de samba Viradouro, na Praça do Barreto, em Niterói. Segundo o delegado Paulo Magalhães, da 78ª DP (Fonseca), a casa de jogos tem três placares informativos iguais aos de aeroportos internacionais, cerca de 180 roletas com bolas numeradas, cerca de 100 mesas e 44 máquinas de bingo, quatro em cada mesa.

ECONOMIA

Mantega diz que a dívida dos estados não está em negociação

Darlan Alvarenga, O Globo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto abaixo), afirmou nesta sexta-feira (24) que a dívida dos estados não está em negociação nas discussões do governo sobre a reforma do ICMS. “O governo não está negociando as dívidas dos estados”, afirmou Mantega, após almoço com representantes do Instituto para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
O ministro destacou que a negociação sobre a reforma do ICMS e a possível renegociação das dívidas dos estados está sendo discutida no Congresso, mas que não tem o apoio do governo. “É justamente este ponto que está no Projeto de Lei Complementar que nos fez ficar com a intenção de retirar o projeto”, afirmou o ministro, explicando que o governo é contra fazer uma redução das dívidas dos estados e municípios pois isto significaria “violar” a lei de responsabilidade fiscal.


ECONOMIA

Petrobrás decide manter ativos da empresa na Argentina

Estadão
A diretoria da Petrobrás não aprovou a operação de venda dos ativos na Argentina, "a partir das propostas obtidas". No entanto, a Petrobrás não deu detalhes sobre a proposta em questão. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a estatal destacou que essa decisão não altera o plano de desinvestimentos.
Na quarta-feira, 22, a presidente da companhia, Graça Foster, admitiu que havia negociações em curso para a venda de ativos naquele país e que a Petrobrás Argentina (Pesa) faz parte da carteira de desinvestimentos da empresa. No entanto, Graça acrescentou que a estatal não pretende sair definitivamente da Argentina.

ECONOMIA

Setor público continua a pagar melhores salários

Vinicius Neder, Estadão
A administração pública continua pagando os melhores salários. Por isso, o salário médio de Brasília é o maior do País, com R$ 3.417,68, segundo dados de 2011 do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado surpreendente é do Amapá, que se mantém como quarto no ranking: o salário médio do Estado ficou em R$ 2.053,86, também por causa do funcionalismo público.
Na média do Brasil, o salário do setor público em 2011 foi de R$ 2.478,21, ante R$ 1.592,19 em entidades empresariais e R$ 1.691,09 em entidades sem fins lucrativos. A média salarial de 2011 ficou em R$ 1.792,61

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