segunda-feira, junho 24, 2013

Brasil

FRASE DO DIA
Partido deixou de ser instrumento de mobilização das ruas. Até porque os nossos partidos de esquerda chegaram ao poder e estão aí há dez anos.
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ)









POLÍTICA

Dilma se reúne com o MPL nesta 2ª

Tânia Monteiro, Fernando Gallo e Luciana Nunes Leal, Estadão
A presidente Dilma Rousseff se reúne nesta segunda-feira, às 14 horas, no Palácio do Planalto, com representantes do Movimento do Passe Livre (MPL), que lideraram os primeiros protestos pelo País. A ideia do encontro com os líderes das passeatas que levaram mais de 1,2 milhão de pessoas às ruas nas duas últimas semanas é reverter a imagem de que é uma governante que não ouve ninguém.
Às 16 horas, será a vez de Dilma se encontrar com os 27 governadores de Estado e do Distrito Federal, além dos prefeitos de capitais - eles dirão a ela que não têm mais como abrir mão de receitas municipais para atender às crescentes reivindicações por melhorias nos serviços públicos, sobretudo em relação ao setor de transportes.



POLÍTICA

Semana vai ser decisiva para identificar sequelas políticas

G1
O pacto para melhorar os serviços públicos - anunciado pela presidente Dilma Rousseff no pronunciamento de sexta-feira (21) - deve ser o assunto da reunião desta segunda-feira em Brasília com governadores e prefeitos de capitais. O prefeito de Porto Alegre e presidente da Frente Nacional de Prefeitos, José Fortunati, antecipou a principal pauta que vai ser levada à reunião: “Sem dúvida é mobilidade urbana".
E por isso a gente vai propor entre outras questões a criação da Cide sobre gasolina e álcool, para que quem usa o automóvel ajude a financiar quem usa o transporte coletivo. Com isso, nós estaremos qualificando o transporte coletivo e baixando o preço da passagem. É o que eu chamo da política Robin Hood. Por exemplo, em Porto Alegre, se eu cobrasse três centavos a mais do preço do álcool e da gasolina de quem usa veículo privado, eu poderia reduzir em dez centavos o preço da passagem de quem usa o transporte coletivo”, explicou Fortunati.


GERAL

Pelo país, protestos pacíficos em pelo menos 20 cidades

O Globo
Manifestantes fecharam no domingo à tarde, por quase duas horas, o acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, na capital cearense. O bloqueio da Avenida Senador Carlos Jereissati ocorreu após um protesto que reuniu aproximadamente mil pessoas. A via foi fechada por um grupo de cerca de 50 pessoas. Os manifestantes (foto abaixo) passaram próximo à Arena Castelão, onde a Espanha enfrentava a Nigéria pela Copa da Confederações.
O protesto atrapalhou o trânsito na via e criou um congestionamento de táxis. Parte das pessoas desceu dos táxis e segui a pé. O protesto caminhou da BR-222 ao aeroporto. A Tropa de Choque da Polícia Militar fez uma barreira para impedir a entrada dos manifestantes ao interior do aeroporto. Apesar da pouca adesão ao protesto de ontem, em relação às manifestações anteriores que chegaram a reunir cerca de 30 mil pessoas, os participantes afirmaram que as convocações não perderam a força.



GERAL

Após marcha contra PEC 37, manifestantes se unem a acampados no Leblon

Sarah Monteiro e Carolina Rocha, O Globo
Foi liberada no início desta madrugada ao trânsito a Avenida Delfim Moreira, sentido São Conrado, na altura da Rua Aristides Espínola, no Leblon, onde um grupo de manifestantes realizava um protesto perto da casa do governador Sérgio Cabral.
O grupo está agora na calçada e no canteiro central da avenida. Pessoas que estavam acampadas no local desde a noite de sexta-feira receberam o reforço na noite deste domingo de manifestantes que haviam se reunido em Copacabana, em protesto conta a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que retira do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais. O ato — que começou com aproximadamente 4 mil pessoas — tinha por volta das 21h cerca de 150 participantes.


GERAL

Índios Mundurukus libertam reféns no Pará

O Globo
Três pesquisadores que eram mantidos reféns no Pará por índios mundurukus foram libertados na noite deste domingo. A informação foi divulgada por volta das 21h pelos representantes da comissão enviada no sábado pelo governo federal para negociar com as lideranças indígenas.
Os biólogos foram soltos em troca da suspensão dos estudos de impacto ambiental para a instalação de duas hidrelétricas na região. Os índios da tribo mundurukus mantinham presos os três pesquisadores desde sexta-feira.


ECONOMIA

Na América Latina, PIB do Brasil está na ‘lanterna’

Eliane Oliveira, O Globo
Às voltas com inflação em alta, fuga de capitais e lentidão na realização de investimentos, o Brasil é o país que teve a segunda mais baixa variação do Produto Interno Bruto (PIB) entre as nações da América Latina no ano passado: apenas 0,9%, último entre os que apresentaram crescimento e à frente apenas do Paraguai, que apresentou queda de 1,2% no PIB em 2012. Os dados são da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) que fez um ranking com 20 países da região.
Além do PIB foram analisadas também as taxas de infação desses países. A brasileira, de 5,8%, no ano passado, foi a sexta mais alta da região, abaixo de parceiros latinos como a Venezuela, a Argentina e o Uruguai, que em 2012 registraram taxas de 19,5%,10,8% e 7,5%, respectivamente.


MUNDO

Snowden sai de Hong Kong para Rússia e pede asilo ao Equador

O Globo
Na área internacional de um aeroporto em Moscou, um ex-agente americano carrega computadores e pendrives contendo segredos do programa global de vigilância dos EUA. Do lado de fora, diplomatas equatorianos aguardam para discutir seu asilo político. O ex-agente é acompanhado pela mulher que organizou vazamentos sobre a ação diplomática dos EUA em vários países da América Latina. Especula-se que os próximos destinos sejam Cuba, Venezuela e Equador. Ou Islândia.
Enquanto isso, o governo americano tenta desesperadamente interceptar o ex-agente. A cena de cinema ocorreu após Edward Snowden, ex-agente da CIA e ex-funcionário terceirizado da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), voar de Hong Kong — de onde revelara segredos de como os EUA podem espionar virtualmente políticos e cidadãos de quase todo o planeta — para a Rússia.



MUNDO

Exército egípcio faz pressão sobre governo e oposição

O Globo
O chefe das Forças Armadas do Egito fez uma severa advertência, neste domingo, ao governo islâmico do país e à oposição, exigindo que os dois lados resolvam suas diferenças, caso contrário, o Exército agirá para conter a violência e manter a ordem pública.
O comunicado foi feito no Facebook pelo general Abdel Fattah al-Sisi, que também é ministro da Defesa, num momento delicado. Nos últimos dias, a tensão aumentou entre facções rivais da sociedade. No sábado, dois homens islâmicos morreram por ferimentos de bala. Grandes manifestações por todo o país estão agendadas para o próximo domingo, dia em que se comemora um ano de mandato do presidente, Mohamed Mursi, para exigir a renúncia dele.

POEMA DA NOITE

De como estamos românticos ultimamente - Paulo Fichtner

Essas paixões que chegam de repente 
são as que não têm casa, não têm lar; 
mas sei também, eu sei que muita gente 
diz: aí mesmo é que se deve amar. 
Não sei por que seria indiferente 
às mundanas paixões, o medo à frente 
de qualquer pensamento racional, 
qualquer lembrança aqui encontra ausente, 
faces ruborizadas, Stendhal 
não faria melhor...faria igual: 
suspiros da senhora de Rênal 
não aplacaram de Sorel, o mal. 
Seu sonho, seu desejo, seu presente 
era impossível: ascender de classe, 
como se todo o luxo em que vivia, 
e como se a riqueza não bastasse 
para beijar à face a hipocrisia: 
ai, amor meu, prometo que seamasse 
alguém, serias tu, luz do meu dia

Paulo Fichtner nasceu em Porto Alegre em 1971. Formado em História e Civilização Francesa pela Sorbonne. Começou a escrever aos 14 anos de idade, com a obra Cemitério. Publicou O Despertar do Paraíso (1999), Tumulto Secreto (2005), Contra o Chão e o Vento(2007) e Como quem parte (2008). Paulo é um dos poetas oriundos do CEP 20.0000, movimento de experimentação poética criado pelo poeta Chacal e pelo escritor Guilherme Zarvos.


MUNDO

O mundo voltou a ver Mandela numa aparição rara. E consentida?

Difusão das imagens do ex-Presidente ausente e frágil causou indignação na África do Sul. O ANC, partido no poder, é acusado de explorar a imagem do antigo líder e herói da luta anti-apartheid em benefício próprio.
Ana Dias Cordeiro, Público   
Nelson Mandela não era visto em público desde a final do Mundial de futebol na África do Sul em Julho de 2010. Um ano depois, foram mostradas imagens do herói anti-apartheid e ex-Presidente sul-africano quando a primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama o visitou e também em 2012 durante uma visita da então secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton a Mandela na sua aldeia natal Qunu.
Eram imagens festivas. Nelas, Mandela sorria. Com o mesmo sorriso digno com que caminhou livre em 1990, depois de 27 anos preso, frente às câmaras de televisão de todo o mundo.


Nesta semana, voltou a ser filmado e visto. Mas com ar ausente e sério – quase irreconhecível. Frágil, com um ar doente e incomodado pelo flash de uma câmara fotográfica, quando é bem conhecida, na África do Sul, a fragilidade da sua vista desde os tempos em que trabalhou na pedreira na prisão de Robben Island. Quando foi Presidente, entre 1994 e 1999, só eram permitidas fotografias sem flash.
Muitos sul-africanos lamentaram a difusão das imagens pela televisão estatal South African Broadcast Corporation (SABC) da visita que uma alta delegação do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) fez à sua casa de Houghton, em Joanesburgo, na segunda-feira. O Presidente Jacob Zuma e o seu vice-Presidente Cyril Ramaphosa estavam presentes.
Uma visita que noutras circunstâncias seria de celebração transformou-se, para muitos sul-africanos, num momento confrangedor e mesmo “vergonhoso”, “triste” e “infame”, disse John Robbie, DJ de rádio.
Nas imagens depois mostradas pelas televisões de muitos países, a aparência debilitada e triste, apática e distante de Mandela contrasta com a imagem que muitos sul-africanos gostariam de guardar do herói.
No seu rosto, uma expressão de desconforto ou mesmo desagrado. Mandela surge como alguém que não quer estar ali. Terá ele consentido? Quem o consentiu? “Nenhum de nós tem forma de saber o que é que o ex-Presidente Nelson Mandela estava a pensar ou a sentir quando as câmaras o filmavam na segunda-feira, porque ele não disse nada”, escreve o colunista Khaya Dlanga no jornal Mail & Guardian.


POLÍTICA

Acampamento do Cabral atrai mais manifestantes

Grupo se reuniu em Copacabana e se juntou ao protesto que ocorre perto da casa do governador Sérgio Cabral
Sarah Monteiro e Carolina Rocha, O Globo
Um grupo de 4 mil pessoas — segundo estimativas do comandante Cláudio Costa, do 19º BPM (Copacabana), dadas ao site G1 — chegaram por volta das 18h40m deste domingo à residência do governador Sérgio Cabral, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, onde encontraram o grupo de manifestantes que está acampado no local desde a noite de sexta-feira.


O novo grupo se reuniu em Copacabana, em protesto conta a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que retira do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais, e caminhou até o outro bairro. Os manifestantes gritaram palavras de ordem e pediam a não-violência nos protestos. Cerca de 200 policiais militares da 23ª BP fazem a segurança do local.
O grupo que se reuniu em Copacabana é proveniente de quatro movimentos. Enquanto os manifestantes caminhavam até o Leblon, equipes do Bope passaram pelo grupo, em direção também aos arredores da casa de Cabral, e foram vaiados pelos manifestantes.


POLÍTICA

E agora, galera?, por Gaudêncio Torquato

Ante a provável baixa da tarifa de ônibus nas capitais que sediaram as maiores manifestações populares dos últimos tempos, a indagação aguça a curiosidade de todos: qual será o próximo foco?
O primeiro round da guerra que tem, de um lado, exércitos compostos por variados conjuntos da sociedade, e, de outro, guerreiros defensores do establishment, deve terminar com evidente vitória dos primeiros.
O atendimento da demanda por executivos estaduais e municipais (até o alcaide paulistano cedeu) será o jorro d’água para apagar faíscas que ameaçam multiplicar fogueiras acesas nas principais regiões do território.
Urge atentar para o sinal amarelo aceso no farol dos governantes e suas múltiplas significações: o som barulhento das ruas não mais carece de maestros de grandes orquestras, sejam políticos ou lideranças sindicais; não é preciso muito tempo para as massas afluírem às ruas; a tuba de ressonância desses tempos efervescentes é o conjunto das redes eletrônicas da internet.
Se a reivindicação concreta das turbas for acolhida, como governantes de algumas capitais e Estados já o fizeram (gerando o efeito dominó), permanecerá a dúvida sobre os próximos passos da ampla movimentação social, eis que as palavras de ordem tentam expressar a amálgama de carências que compõem o Produto Nacional Bruto da Insatisfação, agrupando, entre outras, os estrangulamentos do sistema de transportes, a precária estrutura de saúde, as deficiências nas frentes educacionais e a crescente insegurança pública ante a avalanche de atos de extrema violência nas grandes cidades.
E agora, galera, as batalhas continuarão? Haverá questões específicas a serem proclamadas? Os administradores públicos, por sua vez, ficarão entre a cruz e a caldeirinha: atenderão as demandas ou farão ouvidos de mercador.


POLÍTICA

Sobre o discurso de Dilma na tv, por Ricardo Noblat

Perguntei a um amigo em Salvador o que ele achara do discurso de Dilma sobre os protestos de rua.
- Chá de bila - respondeu.
- O que é "chá de bila?"
- Chá de bola de bilhar.
- Como assim? - insisti
- Sem gosto nenhum.


GERAL

O grande evento, por Dorrit Harazim

Dorrit Harazim, O Globo
Terça-feira, 30 de outubro de 2007. Na sede da Fifa em Zurique, o Brasil fazia a última de suas cinco apresentações para sediar a Copa do Mundo de 2014. Nem era preciso tanto esforço. Diante da desistência da Colômbia, cinco meses antes, e da dissolução da candidatura conjunta Argentina-Chile, sobrava o Brasil como candidato único no sistema de rodízio por continentes, hoje sepultado.
Ainda assim, a delegação que fora apoiar a nossa candidatura era de peso. Tinha à frente o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, além do presidente da CBF Ricardo Teixeira, 12 governadores estaduais, o ministro do Esporte Orlando Silva, o senador Marconi Perillo, representando o Congresso Nacional, e Dunga, o técnico da seleção canarinho.

Ricardo Texeira, Lula, Joseph Blatter em 2007

Cada qual com sua respectiva comitiva, é claro. Além de dois “embaixadores” pinçados a dedo pelo entusiasmo à causa: o escritor Paulo Coelho e o atacante Romário.
A apresentação de Paulo Coelho, que saudara o presidente da Fifa Joseph Blatter com um cher ami, foi a mais aplaudida por fazer uma irreverente comparação entre a paixão brasileira por futebol e por sexo.
Ao final, por voto unânime dos 20 membros do Comitê Executivo, o Brasil foi confirmado. “O mundo terá a oportunidade de ver o que o povo brasileiro é capaz de fazer”, festejou Lula para uma nação inebriada.
(Seis anos depois o povo mostraria a Lula e ao mundo o que é capaz de fazer.)
Na ocasião, Blatter assegurara que o Brasil era um candidato de qualificação garantida e, mesmo não havendo outros países no páreo, teria sido vetado se não tivesse se comprometido a cumprir as exigências estipuladas pela Fifa. Em tese, até meados de 2012 ainda poderia ter sido trocado por algum país-sede alternativo, caso o andamento das medidas acordadas não seguisse o curso necessário.

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