sexta-feira, junho 21, 2013

NOVO ORIENTE Protesto defende açude Flor do Campo

Novo Oriente. Liderada pelo Comitê Organizador das Águas do Açude Flor do Campo, composto por várias instituições e representantes de movimentos sociais, a população deste município foi às ruas ontem pela manhã. Após concentração e mobilização na Praça da Igreja Matriz de São Francisco, a manifestação popular percorreu as principais ruas da cidade - a pé, em motocicletas e carros - e realizou ato público em frente à Prefeitura Municipal. De forma pacífica, protestou mais uma vez contrária à transferência de água do açude Flor do Campo para o açude Carnaubal, pelo leito do rio Poti, plano anunciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

De forma pacífica, a manifestação popular percorreu as principais ruas da cidade e realizou ato público em frente à Prefeitura Municipal. Os moradores são contrários à transferência de águas para Crateús Fotos: Silvania Claudino

Até o fechamento desta edição, a proposta do movimento era acampar no açude Flor do Campo, de forma permanente para impedir a abertura das comportas e saindo somente com a decisão governamental de construir uma adutora para a transferência da água.

"Iremos para o açude e ficaremos vigilantes até que se resolva a questão. A nossa luta é pela adutora, forma adequada de transferir a água e acreditamos na sensibilidade de um governo democrático", ressalta Nascimento Rosendo.

No ato predominou a participação de jovens, especialmente estudantes, embora adultos e idosos também tenham marcado presença, protestando contra a transferência de água. Eles repudiam a ação anunciada pela Cogerh em liberar cerca de 8 milhões de metros cúbicos do reservatório que abastece a cidade - e um dos poucos que ainda tem reserva hídrica na região - para o açude Carnaubal pelo leito do rio. Querem a construção da adutora.

Com cartazes, palavras de ordem e embalados por músicas que conclamavam a população para as ruas, o movimento interditou as ruas do comércio local e chamou a atenção da população que estava em casa ou no comércio. "Vem para a rua, vem dizer não", gritavam em coro os manifestantes, seguindo a onda de protestos que toma conta do país nos últimos dias. Nos cartazes explicavam: "Não somos egoístas, somos contra o desperdício de água", mostrando que querem repartir a água e que são contra desperdiçar o líquido na transferência pelo rio.

De acordo com a Polícia Militar, o público era de 120 pessoas e não houve nenhum conflito ou confronto. A Polícia, que estava com reforço policial vindo de Crateús e a Guarda Civil Municipal não registram nenhuma ocorrência durante a manifestação.

A estudante do ensino médio Letícia Cardoso participou do protesto e afirmou ser contra a transferência da água da maneira que será efetuada pela Cogerh. "Não concordo com esse plano de transferir a água porque haverá muito desperdício, somos contra a abertura das comportas pelo rio, eles podem liberar a água, mas de outra forma", frisou.

Para a religiosa da Paróquia Senhor do Bonfim, de Crateús, Irmã Ana Maria, que veio juntamente com representantes de outros segmentos do município apoiar o movimento, a atitude do órgão estadual não é adequada. "Este é um movimento pela vida e nós estamos aqui para apoiar. Nós, de Crateús queremos a água, mas de forma adequada, pela adutora", disse.

Na sexta-feira passada, dia 14 o Comitê interditou por quase oito horas trecho da rodovia CE 187, protestando contra a transferência de água.

Hoje, o governador Cid Gomes estará na cidade inaugurando a Delegacia de Policia e os manifestantes realizarão ato público em defesa da adutora. Participarão grupos vindos de Crateús e Quiterianópolis.

ENQUETE
Você é a favor da transferência das águas?

"Não concordo com esse plano de transferir a água do nosso açude porque haverá muito desperdício. Somos contra a abertura das comportas pelo rio, eles podem liberar a água, mas de outra forma"
Leticia CardosoEstudante

"Este é um movimento pela vida e nós estamos aqui para apoiar. Nós, do município de Crateús, queremos a água, mas de forma adequada, pela adutora, sem causar problemas à cidade vizinha"
Irmã Ana MariaDa Paróquia Senhor do Bonfim

Silvania ClaudinoRepórter 

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