segunda-feira, julho 15, 2013

Brasil

POLÍTICA

PT perde apoio na periferia paulistana, seu ‘núcleo duro’ eleitoral

Roldão Arruda, Estadão
A onda de descrédito que se voltou contra todos os partidos e políticos nas manifestações de junho atingiu em cheio um dos mais importantes e tradicionais redutos eleitorais do PT no País: a periferia de São Paulo. Pesquisas internas realizadas antes e após os protestos de rua, entre o início de maio e o final de junho, sinalizam uma queda abrupta da preferência do eleitorado pelo PT em toda a capital paulista. Variou de 34% para 22%.
O mais preocupante para as lideranças partidárias, porém, é que essa queda não poupou a periferia. Ali, onde a preferência petista sempre se mantém acima da média, a pesquisa de junho apontou um índice em torno de 23%, com pequenas variações de uma região para outra. Os números foram apresentados a líderes petistas, na tarde de sábado, 13, durante o encerramento de uma série de reuniões de diretórios regionais da capital, dentro do programa denominado Caravanas 2013.



POLÍTICA

Aécio inicia viagens pelo país em Florianópolis

Evandro Baron, O Globo
Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (foto abaixo), inaugurou neste domingo, em Florianópolis, a série de viagens que fará pelo país para ganhar popularidade e pavimentar a sua candidatura à Presidência da República em 2014. Em Santa Catarina, o tucano participou da convenção estadual do PSDB e, em discurso, criticou o modelo de gestão atual do governo federal e prometeu que o PSDB, se eleito, reduzirá o número de ministérios.
— Pela primeira vez digo isso com esta contundência, o PSDB no governo reduzirá pela metade o número de ministérios — disse, para acrescentar:
— É quase um tapa na cara da população brasileira termos 39 ministérios e 22 mil cargos comissionados, preenchidos exclusivamente pelo critério da filiação partidária.



GERAL

Polícia aponta envolvimento de políticos de Rondônia com traficantes

G1
Reportagem do Fantástico mostra aquilo que, segundo a polícia, é um novo tipo de corrupção: o caso da deputada que registrou, em cartório, os favores que faria para os traficantes que bancaram a campanha dela. A deputada, e outros políticos, são apontados, por uma detalhada investigação policial, como recebedores de dinheiro do crime.As escutas mostram o dinheiro do crime financiando políticos.
Ao todo, 53 pessoas foram presas até agora, numa grande operação da Polícia Civil. Entre eles, estão empresários e funcionários fantasmas. Três vereadores de Porto Velho, a capital de Rondônia, também foram para a cadeia. Além dos vereadores, cinco deputados estaduais foram afastados do cargo, suspeitos de participação no esquema. Hermínio Coelho, presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia está entre eles. As investigações indicam que ele contratou, pelo menos, 10 funcionários fantasmas, no atual mandato.


GERAL

Prisões por tráfico crescem 30%, mas não afetam negócio ilegal

Jaílton de Carvalho, O Globo
O número de presos condenados por tráfico de drogas cresceu 30% nos últimos dois anos, índice três vezes maior que o crescimento global da população carcerária do país no mesmo período. Os presídios do país abrigam 138.198 traficantes, um quarto de todo o contingente mantido em regime fechado, 548.003 homens e mulheres.
Esses dados não são vistos como uma vitória do Estado contra o narcotráfico. Segundo o juiz Luís Lanfredi, 90% dos presos são pequenos traficantes, sem antecedentes criminais e vínculos com o crime organizado. A prisão dos “varejistas” do narcotráfico tem pouco impacto sobre o comércio das drogas. Depois de presos, eles são rapidamente substituídos por outros e os negócios seguem no mesmo ritmo.


GERAL

Dois presos morrem e 68 visitantes são mantidos reféns em presídio

Sandro Villar, Estadão
Dois presos morreram e pelo menos 68 visitantes, incluindo crianças e mulheres grávidas, são mantidos como reféns desde às 11 horas deste domingo, 14, por detentos da Penitenciária de Itirapina, no interior paulista. A direção do presídio negocia a libertação dos reféns.
O tumulto começou depois que uma mulher, que visitava o marido, foi barrada durante a revista na portaria. Ele protestou e teve início a uma confusão. Os presos não deixaram os visitantes saírem do presídio. Um funcionário do presídio, que pediu anonimato, disse que o que houve foi um desentendimento entre os detentos. "Não é uma rebelião", afirmou, acrescentando que as celas não foram depredadas nem incendiadas.


GERAL

Polícia Federal conclui que boato do Bolsa Família foi 'espontâneo'

Fausto Macedo, Estadão
A Polícia Federal concluiu que o boato sobre o Programa Bolsa Família, que provocou grandes filas e tumultos em agências da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas de 12 Estados no fim de semana dos dias 18 e 19 de maio, "foi espontâneo não havendo como afirmar que apenas uma pessoa ou grupo os tenha causado"."Conclui-se, assim, pela inexistência de elementos que possam configurar crime ou contravenção penal", afirma a PF.
A investigação sobre os boatos do Bolsa Família foi encerrada nesta sexta feira, 12. A PF encaminhou o relatório final ao Juizado Especial Criminal do Distrito Federal.



ECONOMIA

Planos de saúde: Pacotes empresariais são até 149% mais baratos

Daniel Haidar, O Globo
Planos coletivos empresariais de saúde (contratados pelas empresas para seus funcionários) custam, na média das coberturas oferecidas no mercado, a metade do valor cobrado pelos planos individuais (contratados pelas famílias), de acordo com um levantamento feito pela Mercer Marsh Benefícios para o GLOBO.
Na faixa etária de 34 a 38 anos, a diferença de preço é ainda mais acentuada. Considerando a cobertura mais básica, que prevê abrangência regional, acomodação em enfermaria e reembolso de R$ 74,86 por consulta médica, o plano pode sair a R$ 245,89 nos planos individuais e R$ 98,65 nos empresariais, o que significa uma diferença de 149%.


MUNDO

Governo não vê indícios de invasão nos sistemas

Vinicius Sassine e Chico de Gois, O Globo
As fragilidades do sistema de criptografia de informações estratégicas para a defesa nacional estão entre as principais preocupações apontadas nas reuniões do ministro da Defesa, Celso Amorim (foto abaixo), com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica na última semana.
Os primeiros relatos dos comandantes ao ministro dão conta de que não há, por enquanto, evidências de invasão dos sistemas, mas as investigações prosseguem diante da vulnerabilidade na troca de informações oficiais. A pasta confirmou a realização das reuniões para apurar eventuais dados militares que podem ter sido alvo de espionagem do governo dos Estados Unidos, como O GLOBO revelou em reportagem publicada neste domingo.



MUNDO

Rede de prostituição com brasileiras é descoberta na Espanha

O Globo
Atraídas com promessas de trabalho e bons salários, brasileiras e venezuelanas eram obrigadas a se prostituir na Espanha por uma rede que foi desarticulada pela polícia espanhola. Segundo comunicado divulgado neste domingo, dez suspeitos foram presos, quatro deles no Brasil.
Com a ajuda da polícia brasileira, a operação terminou com a prisão do chefe da rede, um espanhol que já era procurado no Brasil.


MUNDO

Obama pede calma após veredicto que inocentou Zimmerman

O Globo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste domingo calma à população, após a absolvição de George Zimmerman pelo assassinato do adolescente negro desarmado Trayvon Martin, e disse que a morte do jovem foi uma tragédia e deve servir para ajudar o país a combater a violência por armas de fogo.
"Somos uma nação que respeita as leis e um júri se pronunciou", disse o presidente em comunicado. "E agora peço a todo cidadão americano que reflita e respeite o luto dos pais que perderam seu jovem filho." Obama se mostrou ciente de que o caso da Flórida trouxe uma onda de indignação em todo o país. "E após o veredicto, eu entendo que a paixão está à flor da pele", disse.




POLÍTICA

A canoa de Lula nas águas de Heráclito, por Gaudêncio Torquato

Qual a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio voltar a ser candidato do PT no pleito presidencial de 2014? Tem sido esta a mais recorrente pergunta nos corredores da política, instigada pela acentuada queda da popularidade da presidente Dilma na esteira da avalanche de manifestações que sacodem o país.
A resposta está condicionada a outra questão: é possível à mandatária recuperar a avaliação que detinha junto às classes sociais, no início deste ano, a mais positiva entre os chefes de Executivo da contemporaneidade?
A resposta não é tão simples, pois agrega um conjunto de fatores, alguns imponderáveis, a começar pelo desempenho da economia nos próximos meses.
A ser pífio o desempenho econômico, com efeitos na inflação, particularmente na área de alimentos, a presidente se defrontará com dois grandes riscos: a perda de controle sobre o processo político-administrativo, com a governabilidade caindo abaixo do ponto crítico; e a perda de capacidade de reverter o processo de desacumulação de força.
Sob essas duas situações-limite, é razoável crer na hipótese de que o PT, para preservar seu projeto de poder, convença seu comandante-em-chefe a voltar à liça. A recíproca é verdadeira. Se a economia correr bem nos trilhos, o controle sobre o poder político será resgatado e a boa imagem reconquistada.


O vetor de peso de um governante, é bom lembrar, equivale ao de um balanço. A princípio, ele sobe, depois desce, mantendo-se em nível baixo por bastante tempo, até juntar forças para recuperar a posição anterior.
O perigo é quando o mandatário atinge o ponto de quebra, aproximando-se do extremo do arco da estabilidade; nesse caso, não haverá condições para segurar a queda e acampar o governo em terreno seguro.
Um exemplo clássico de recuperação, segundo o cientista social chileno Carlos Matus, foi o do último governo do presidente Paz Estensoro, da Bolívia, que empreendeu forte programa de ajuste macroeconômico, sob a condução do ministro do Planejamento Sánchez Losada.
A inflação de 30.000% ao ano destruíra as forças do presidente e de seu partido. A eficácia do programa reduziu a alta dos preços a 30% ao ano, o que deu a Losada, em 1993, a maior votação das eleições presidenciais daquele país. Foi uma típica demonstração da teoria do balanço.
Não há comparação, claro, com a atual situação brasileira. Nossa inflação não chega nem a dois dígitos. O exemplo serve para ilustrar a imagem da gangorra, como a que vemos.


GERAL

Mais um engodo, por Fernando Drummond

Fernando Drummond
Está em votação na Câmara dos Deputados projeto de lei que torna hediondos os crimes de concussão, peculato e corrupção, votação que se realiza de forma açodada, com intuito de dar uma resposta aos movimentos das ruas que pedem saúde, educação, transporte e moralização no trato da coisa pública.
Mais uma vez os poderes constituídos buscam no âmbito penal soluções de emergência, de conteúdo mais simbólico do que prático, usando do poder punitivo, ao trazer maior rigor nas leis penais, no lugar de medidas sociais que certamente trariam melhor resultado e menor oneração ao já desgastado erário público.


Nossos legisladores, assim como nossos julgadores, precisam ter a consciência do que representa para o país cada cidadão encarcerado. É menos uma pessoa produzindo, é mais uma gerando gastos diretos de verbas públicas no já congestionado sistema carcerário, ao invés de usufruí-las em educação e saúde. Isto para não falar na família, daqueles que estão ao redor do presidiário, que, apenados indiretamente, vivem as agruras de um sistema que agoniza com resultados desastrosos — para não dizer perversos.
E, como num passe de mágica, sacam de uma norma agravando uma pena ou regime prisional, transbordando o já congestionado depósito de corpos, transformando diversos tipos penais em crimes hediondos, como se isso fosse resolver o problema do transporte, ou da saúde, ou da educação, tapando o sol com uma peneira. Será que alguém ainda cai nesse engodo?
Será que nossos legisladores pensaram no impacto que tal medida trará no já congestionado sistema prisional, no aumento de custo que isto representa, ou mesmo na recuperação do apenado?
Perceba-se que a lei somente será aplicada nos crimes que vierem a ser cometidos após a promulgação da lei, já que a lei não retroage para agravar a pena.
É preciso ressaltar o fato de que o agravamento no tratamento dos crimes de corrupção, peculato e concussão não acarretará a redução do cometimento dos crimes. Basta um rápido exame nas estatísticas criminais para verificarmos, a exemplo dos crimes relacionados às drogas, sexuais e outros mais, que, apesar do maior rigor penal, os números de crimes não diminuíram, demonstrando que seu cometimento não guarda relação com a quantidade da pena.


MUNDO

Entre bandidos e mocinhos, por Dorrit Harazim

Dorrit Harazim, O Globo
Promessas de campanha eleitoral têm a confiabilidade das grandes realizações do camarada Kim Jong-un. Ainda assim elas geram expectativas, motivam e podem resultar em votos. Há vezes que até mesmo o candidato acredita nessas promessas de ocasião.
Na arrancada de 2008 rumo à Casa Branca, foi a vez de Barack Obama. Ele soou bastante confiável ao sair em defesa de uma tribo específica — a de quem denuncia abusos do poder público. “Não raro a melhor fonte de informação sobre desperdício, fraude e abusos [do governo] é um servidor público disposto a denunciar violações”, disse à época. “Atos de patriotismo e coragem deste tipo... deveriam ser incentivados ao invés de serem reprimidos.”
Na tarde de sexta-feira passada, depois de uma existência de 20 dias no limbo jurídico do aeroporto internacional de Cheremetievo, em Moscou, Edward Snowden capitulou. Pediu asilo temporário na Rússia até conseguir rumar para algum pouso definitivo.

Edward Snowden, ex-analista da NSA

À primeira vista, foi uma derrota cabal para este ex-técnico terceirizado da Agência de Segurança Nacional americana (NSA em inglês), que há quatro meses domina o noticiário internacional e preocupa tanto aliados como adversários dos Estados Unidos.
Contudo, o julgamento que a História fará de Snowden como responsável por um dos maiores vazamentos de segredos da História ainda sequer começou. Nada garante que a avaliação da era Obama, neste episódio, não venha a ser bem mais funesta do que a do whistleblower.
Ed Snowden mal completou 30 anos de idade. Hoje, ele tem mais a temer de um julgamento no país presidido por Barack Obama do que o ex-analista militar Daniel Ellsberg, que em 1971 forneceu ao “New York Times”, ao “Washington Post” e a outros 16 jornais um fatal baú de documentos secretos sobre o envolvimento americano na Guerra do Vietnã.
Ellsberg tinha então 40 anos e quem mandava na Casa Branca era o republicano Richard Nixon. Durante 13 dias daqueles tempos sem internet, o delator fugiu da Justiça americana enquanto copiava e distribuía manualmente a papelada tóxica.
Concluída a missão, entregou-se às autoridades, pagou fiança, foi solto no mesmo dia e passou a responder em liberdade às acusações: conspiração, violação de segredos de Estado e espionagem.
Durante os dois anos do processo, jamais teve a palavra ou a liberdade de ir e vir cerceadas. Ao final, o caso foi arquivado porque o governo Nixon autorizara um assalto ao consultório do psiquiatra de Ellsberg, em busca de sua ficha clínica. E também por ter grampeado ilegalmente o telefone do acusado.


POLÍTICA

Os donos do povo, por Mary Zaidan

Donos das ruas, dos movimentos sociais, da esquerda, do “progressismo” e do “politicamente correto”, o PT e seu governo se veem cada vez mais enrascados por atos que chamam de espontâneos, que repudiam seus cabrestos.
Quase não conseguem esconder o ódio – como as manifestações iniciadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) bem mostraram - de qualquer coisa que possa ter sido gerada fora de suas hostes. E metem os pés pelas mãos quanto tentam politizá-las à sua maneira.
Por pouco não criaram mais um caroço no já grosso angu na quinta-feira, na manifestação nacional convocada pelas centrais sindicais. Ainda que sem o êxito esperado pelos seus líderes – até porque é difícil protestar contra um governo aliado -, o Dia Nacional de Lutas conseguiu interditar rodovias e incomodar o trânsito de grandes cidades.
Os petistas foram previamente contidos. Mas queriam porque queriam defender o finado plebiscito para a reforma política, ideia marqueteira defendida por Dilma, sepultada um dia antes pela Câmara dos Deputados.
Todos aqueles que receberam votos – governantes e parlamentares de todas as esferas -- atropelaram-se a correr atrás dos prejuízos que pareciam não enxergar antes da grita das ruas. Alguns mais desarvorados.
Na base da tentativa e erro – sem jamais admitir erros –, o governo Dilma arriscou de tudo um pouco. Cinco pactos requentados, Constituinte exclusiva, plebiscito, importação de médicos, extensão do curso de Medicina para oito anos, com atendimento compulsório no SUS. Tudo isso em menos de três semanas, como se o mandato tivesse começado ontem e terminasse antes do amanhecer.
Governar de fato, planejar políticas de investimentos e executá-las, impedir a gastança e o desperdício, nem pensar.
No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) travestiu-se de paladino da ética. Na Câmara, o também peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) assumiu a mesma tarefa. Acredite-se ou não, ambos poderiam ter tido algum sucesso não fosse a folia com voos da FAB. Como sempre e mais uma vez, as mordomias falaram mais alto do que qualquer voz da rua.
É onde mora o perigo. O País acorda, clama, protesta. Os governos atendem com presteza à reivindicação imediata. Congelam as tarifas de transportes urbanos – com custos severos para todos os contribuintes - e o resto torna-se difuso, sujeito a todo tipo de manipulação dos que se sentem proprietários da vontade popular.
E mais: como são tantos e todos os dias, os protestos começarão a incomodar, a atrair antipatias.
Ao final e ao cabo o PT e os seus farão o que puder para que tudo se resuma aos 20 centavos. É nisso que apostam os que se acham donos do povo.

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