quarta-feira, janeiro 01, 2014

Brasil

Há alguém de parafuso solto na GM, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Alguém está com um parafuso solto na diretoria da GM brasileira. Ela é presidida por Jaime Ardila, um quadro da elite da empresa. Ainda assim, na véspera do Ano Novo, mandou um telegrama a centenas de funcionários de sua unidade de São José dos Campos, informando-os que estavam desempregados.
Podiam fazer isso na próxima semana, evitando o mal-estar nas famílias das vítimas. A medida não parece ter sido produto da pura malvadeza. Parece coisa pior. A montadora criou um fato social para pressionar o governo, que determinou o retorno gradativo da alíquota do IPI dos automóveis aos níveis de 2012.
As empresas temem uma queda nas vendas. Segundo as montadoras, a volta do tributo poderá provocar um aumento médio de 2,2% no preço dos carros só com a mudança destes dias.
A coincidência de datas, com as demissões ocorrendo junto com a restauração gradativa do IPI, sugere que nela está embutida a estratégia da tensão: você encarece meu carro, eu demito trabalhadores. Nos próximos meses o retorno do imposto elevará a alíquota para 7%.


A GM está com um parafuso solto porque tem todos os argumentos para fechar uma de suas fábricas de São José dos Campos. Outras sete da região continuarão funcionando. A empresa investiu R$ 5,7 bilhões em quatro outras unidades e a carta das demissões estava no baralho desde janeiro de 2013.
Foram dadas férias coletivas e licença remunerada aos trabalhadores que agora perderam o emprego. Nenhuma empresa pode ser obrigada a manter uma linha de produção que se mostrou inviável. Ademais, segundo a montadora, suas fábricas de São José dos Campos têm um custo de produção elevado.
Até onde o sindicato dos trabalhadores finge surpresa, não se sabe. Já o Ministério da Fazenda entrou no lance com a parolagem típica do doutor Guido Mantega. Informou que um acordo com as empresas garantia que a elevação do IPI não provocaria alta nos preços, nem demissões de trabalhadores.


Utopia, política e cidadania, por Murillo de Aragão

Cultivo uma utopia: a imposição exclusiva do financiamento cidadão de campanhas. Nada de recursos públicos nem doações de empresas. Partidos e políticos deveriam ir para as ruas e para a internet lutar por doações de indivíduos. Será assim, e apenas assim, que a política retomará o curso do bem e do interesse público. Nenhuma outra fórmula funcionará.
Com o financiamento cidadão de campanhas, partidos e políticos terão de convencer o cidadão a doar dinheiro para as suas campanhas. Serão obrigados a falar e a convencer, conforme fazem os “eletro-pastores”, que vendem seus produtos e pedem doações. Partidos teriam de se expor.
Alguns, como o valorizado PCO, têm uma militância minúscula, mas nem por isso deixam de recolher anualmente quase R$ 500 mil dos cofres públicos para existir. Assim, fica fácil. Pequenos partidos, grandes negócios.


O financiamento público exclusivo vai afastar ainda mais o político das ruas. Teremos políticos e partidos pendurados nas contas públicas e favorecidos por um precário esquema de controle e fiscalização. A cada ano, como fizeram em 2013, aumentarão as dotações orçamentárias e dependerão menos de militância. Filiados só serão importantes para a criação de partidos.
No Brasil, a campanha de Dilma Rousseff recebeu menos de R$ 3 milhões de pouco mais de 1.500 doadores. Já Barack Obama recebeu mais de US$ 200 milhões em doações de mais de 4 milhões de norte-americanos. É fácil ver onde a política interessa ao povo e onde não.
Na falta de vontade e coragem de se fazer uma reforma política, nós a estamos fazendo em fatias. Em 2014, o Supremo Tribunal Federal poderá declarar ilegais as doações de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. A medida é boa, mas está longe de ser a mais adequada, pois jogará a conta das eleições nos cofres públicos sem a devida contrapartida de empenho e exposição.


Tribunais julgam apenas metade das ações por improbidade e corrupção

Fausto Macedo e Mateus Coutinho, Estadão
O Judiciário brasileiro ficou longe de cumprir a Meta 18, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relativa ao julgamento de ações sobre crimes contra a administração pública e de improbidade – na média geral, concluiu apenas 53,97% dos processos.
O alvo era o julgamento, até esta terça-feira, 31, no fim de 2013, de um acervo de 114.336 processos dessa natureza distribuídos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), à Justiça Federal e aos Tribunais de Justiça dos Estados até 31 de dezembro de 2011.
Os dados oficiais, reunidos pelo CNJ – órgão de controle e fiscalização do Judiciário –, mostram que foram julgados 61.698 casos. O estoque em aberto é de 52.618 ações. As informações chegam ao conselho diariamente, enviadas pelos próprios tribunais. Algumas cortes são mais lentas na transmissão dos dados. Os números podem ser atualizados, mas isso não deverá repercutir na média porcentual do desempenho.


Réveillon do Rio emociona com fogos, cores, calor e beijaço

G1
Uma das atrações que antecederam a virada do ano na Praia de Copacabana, nesta terça-feira (31), o cantor Nando Reis se despediu do público desejando um “feliz dois mil e catarse” para todos. A frase deu o tom da festa que é conhecida como maior Réveillon do mundo - as mais de 2 milhões de pessoas que participaram da comemoração viveram momentos de emoção à flor da pele, com direito a “beijaço”, queima de fogos temática e chuva na medida certa para aliviar o forte calor, antes do início da festa.
A noite começou com expectativa pela chuva, num dia que a sensação térmica chegou a 47ºC. Como pedia a multidão, ela veio leve, e, depois de refrescar um pouco o clima, ainda brindou o público que já lotava as areias por volta das 18h30 com um arco-íris. A essa altura, os shows já tinham começado no palco principal, com DJs.


Foto: Eduardo Naddar / O Globo


Dois milhões comemoram a virada no ano na Avenida Paulista

Leonardo Guandeline, O Globo
Cerca de dois milhões de pessoas, segundo estimativas da Prefeitura de São Paulo, acompanharam a virada do ano da Avenida Paulista, na tradicional queima de fogos da cidade. Este ano, paulistanos também comemoraram o Réveillon na região do Parque do Ibirapuera, na Zona Sul.
Na Paulista, a festa contou com um show pirotécnico de 15 minutos como 100 mil fogos de artifício e 6 mil bombas multicoloridas, além de chuva de papéis laminados. A contagem regressiva para 2014 foi comandada pelo ator Luigi Baricelli.
O público presente, desde as 19h45m, pôde acompanhar várias atrações musicais, entre elas o Baile do Simonal, os cantores Toquinho e Paulo Ricardo, a dupla Fernando e Sorocaba e a escola de samba Mocidade Alegre. Segundo a Polícia Militar (PM), não foram registradas ocorrências de destaque no evento.

Foto: Leonardo Guandeline / O Globo


RJ: Vereadores criticam empresas por forçar reajuste de tarifas

Elenilce Bottari, O Globo
Vereadores que compõem a chamada CPI paralela dos ônibus afirmaram estranhar a ação movida pelas empresas de ônibus para obrigar a prefeitura do Rio a reajustar as tarifas. Segundo eles, as empresas foram as primeiras a descumprir o acordo feito com o município e até hoje não apresentaram os dados necessários para a análise da planilha de custos que definiria o reajuste de passagens.
Conforme O GLOBO revelou na edição desta terça-feira, as mais de 40 empresas que integram os consórcios Internorte, Intersul, Santa Cruz e Transcarioca entraram na Justiça reivindicando indenização que, em valores atuais, já chegaria a R$ 137,5 milhões. Com as tarifas congeladas em R$ 2,75 desde 1º de janeiro de 2012, os empresários de ônibus do Rio alegam que houve quebra do contrato firmado em 2010 para a primeira concessão pública dos serviços e pedem também que a prefeitura seja condenada a reajustar a passagem imediatamente, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão.



Pane em sistema do Itaú duplica compras feitas com cartão de débito

O Globo
Os clientes do banco Itaú tiveram uma surpresa desagradável nesta véspera de Ano Novo. Um problema no sistema do banco fez com que as compras feitas com cartões de débito do Itaú fossem registradas em dobro nas contas dos correntistas.
Uma cliente reclamou que descobriu nesta terça-feira que todos os seus débitos feitos desde 27 de dezembro foram duplicados. Na noite desta terça-feira, o banco admitiu o problema aos consumidores que reclamaram por meio de redes sociais como o Twitter. Segundo respostas postadas por seu perfil oficial, o Itaú informou que os débitos serão regularizados na madrugada de terça para quarta-feira, quando será possível confirmar a correção no extrato

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