terça-feira, setembro 30, 2014

Ibope aponta Dilma com 39%, Marina 25% e Aécio 19%

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Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (30) aponta os seguintes percentuais de intenção de voto na corrida para a Presidência da República:
- Dilma Rousseff (PT): 39%
- Marina Silva (PSB): 25%
- Aécio Neves (PSDB): 19%
- Pastor Everaldo (PSC): 1%
- Luciana Genro (PSOL): 1%
- Zé Maria (PSTU): 0%*
- Eduardo Jorge (PV): 0%*
- Rui Costa Pimenta (PCO): 0%*
- Eymael (PSDC): 0%*
- Levy Fidelix (PRTB): 0%*
- Mauro Iasi (PCB): 0%*
- Branco/nulo: 7%
- Não sabe/não respondeu: 7%
* Cada um dos seis indicados com 0% não atingiu 1% das intenções de voto; somados, eles têm 1%
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo".
No levantamento anterior do instituto, divulgado no dia 23, Dilma tinha 38%, Marina, 29%, e Aécio, 19%.
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00909/2014.

As brigas no QG de Marina

Dirigentes do PSB jogam exclusivamente sobre a ex-senadora a responsabilidade pela queda nas pesquisas eleitorais

Mário Simas Filho
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“Eles fazem tudo errado, não ouvem ninguém e não assumem os próprios erros. Assim fica muito difícil mesmo”. Essa foi a frase proferida na manhã da segunda-feira 29 por um dos principais líderes nacionais do PSB, quando perguntado sobre as seguidas quedas da candidatura de Marina Silva nas pesquisas pré-eleitorais e o fraco desempenho da ex-senadora no debate de domingo à noite. Estava se referindo ao grupo mais próximo de Marina, que não conseguiu criar a Rede (partido idealizado pela candidata) e acabou se abrigando no PSB com as bênçãos Eduardo Campos. O ataque do pessebista traduz com exatidão a guerra instalada entre a Rede e o PSB em torno da candidatura de Marina.
Os dirigentes do partido jogam exclusivamente para Marina e seu grupo a responsabilidade pela queda nas pesquisas. Argumentam que, por quase um ano, Campos construiu uma estratégia de campanha que visava a apresentar ao eleitor uma terceira via e não mais um oposicionista. “O projeto de Campos era mostrar que os avanços obtidos no País são resultado de uma sucessão de políticas. Começou com FHC, passou por Lula, Dilma e agora precisa de uma nova gestão. Não de uma ruptura. Assim como Lula não promoveu rupturas em relação a FHC”, explicou o líder do PSB. “Mas a equipe de Marina ignorou tudo isso e se apresentou como mais uma candidata de oposição. Claro que não iria dar certo. Até ontem ela era do PT e do governo”.
 
O grupo de Marina também não faz mais questão de esconder as divergências. “Ficamos reféns de um programa carregado de lacunas e incoerências. E essa fragilidade programática acabou sendo transferida para a imagem da candidata”, afirmou um dos mais próximos colaboradores da Rede. Outro problema apontado pelos “sonháticos” de Marina é a falta de alianças. “Logo que chegamos, passaram a mensagem de que a Marina atrapalhava as parcerias regionais, mas o que vemos hoje é que o PSB não deixou nada bem costurado e interesses pessoais falaram mais alto do que a estratégia partidária”, diz um deputado ligado à ex-senadora.
 
É nesse clima absolutamente bélico que pessebistas e “sonháticos” precisam encontrar uma solução para tentar estancar a sangria de votos. Aos dois grupos, a candidata afirmou estar cansada e frustrada com a incapacidade de seus aliados de conseguir dar respostas mais duras aos ataques que vem sofrendo. A própria Marina também já avisou que caso passe para segundo turno irá promover profundas alterações no comando da campanha, principalmente na área de comunicação.   

Em comício em SP, Lula volta a atacar a imprensa

A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante comício em Campo Limpo, zona sul da cidade de São Paulo, na noite desta segunda-feira (29)

PT tenta impulsionar a candidatura de Dilma Rousseff e de Alexandre Padilha no Estado de São Paulo, onde a legenda tem os maiores índices de rejeição

Eduardo Gonçalves, de São Paulo

Após a edição de VEJA desta semana revelar que a campanha de Dilma Rousseff pediu dinheiro ao esquema do "petrolão" em 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou a imprensa durante comício realizado na noite desta segunda-feira no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. Ao lado de Dilma e do candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha, o petista voltou a dizer que o partido é "perseguido". "Neste país, a imprensa sempre foi conservadora, mas houve um tempo em que a gente conversava mais com os jornais. Hoje, eles são terceirizados e prepostos. Eu quero que você compreenda por que existe tanta bronca e perseguição contra o PT", disse Lula, dirigindo-se à Dilma.

A seis dias das eleições, o ex-presidente conclamou a militância a vestir a "camisa do PT" e "ir às ruas". O intuito do evento de campanha era alavancar as candidaturas de Dilma e Padilha em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Na última pesquisa Datafolha, a candidata petista aparece sete pontos atrás da adversária do PSB, Marina Silva, no Estado. Já Padilha não conseguiu alcançar dois dígitos no levantamento desde o início da corrida eleitoral.

Além da imprensa, Lula também concentrou ataques ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera as pesquisas ao Palácio dos Bandeirantes com folga. "A minha pergunta é: se a situação está tão ruim por que tem gente que vota no Alckmin ainda? Por ser o mais rico da federação, esse Estado deveria tratar melhor o seu povo", disse Lula, abraçado a Padilha.

Na sua vez de falar, a presidente-candidata Dilma Rousseff reiterou as críticas ao tucano e disse que foi o governo federal quem financiou as obras propagandeadas pela campanha do governador. "Muita coisa aqui em São Paulo que passa como feita pelo governo do Estado não é verdade. Foi feita com dinheiro do governo federal. Metrô, Monotriho, Rodoanel e outras várias obras foram feitas com o nosso dinheiro", disse a petista. Última a falar e com a voz rouca, Dilma fez um discurso menor do que o do seu adrinho político e para menos gente – parte dos militantes havia ido embora logo depois da fala de Lula.

Escanteado no início da campanha de Padilha e Dilma por causa da alta taxa de rejeição, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad também subiu ao palanque para fazer propaganda do seu próprio governo. Falou da inauguração de uma faixa exclusiva de ônibus no bairro de M’Boi Mirim e da construção de um hospital em Parelheiros. Antes dele, Padilha afirmou que iria fazer a “maior virada” nas eleições e que estava com "muita vontade" de ir para o 2º turno. Durante a sua fala, houve um princípio de tumulto na plateia. Militantes petistas derrubaram grades de contenção para se aproximar do palco.

Além deles, compareceram ao evento o candidato do PT ao Senado, Eduardo Suplicy, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, e o presidente estadual do partido, Emídio de Souza.

Bancários decidem por greve nacional por tempo indeterminado

Sindicatos defendem um aumento salarial de 12,5%, com ganho real de 5,8%; bancos haviam oferecido reajuste de 7,35%

Greve dos bancários em Curitiba
Greve dos bancários: paralisação começa nesta terça (Brunno Covello/Gazeta do Povo/Futura Press/VEJA)
Os bancários rejeitaram na noite desta segunda-feira mais uma proposta de reajuste salarial e aprovaram o início de greve nacional por tempo indeterminado para esta terça-feira. A última paralisação dos bancários ocorreu entre setembro e outubro do ano passado e durou mais de 20 dias. Confirmaram adesão à greve os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba, Piauí, Acre, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso, Maranhão, Amapá, Rondônia e alguns municípios do Rio Grande do Sul. Contudo, nem todas as assembleias terminaram no país.
Entre outras reivindicações, eles defendem um aumento de 12,5%, com ganho real de 5,8%. Para o cálculo da inflação foi utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulou alta de 6,35% no período de 12 meses encerrado em agosto. A data-base dos bancários para renegociar os contratos coletivos de trabalho é 1º de setembro. 
Após os bancários rejeitarem proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quinta-feira da semana passada, a instituição retomou as negociações na sexta-feira e apresentou novos números no sábado. A federação ofereceu um reajuste de 7,35% nos salários, na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos valores dos vales e auxílios. Para o piso da categoria, o reajuste oferecido foi de 8%.
O Comando Nacional dos Bancários considerou a proposta insuficiente e orientou os 134 sindicatos que representa no país a votarem pela greve nas assembleias desta segunda-feira. Os bancários se reuniram no início desta noite em todo o país para votar a proposta da Fenaban e para organizar a greve, após oito rodadas de negociações.
Os sindicalitas reivindicam, além do reajuste salarial de 12,5%, PLR de três salários mais parcela adicional de 6.247 reais. Os bancários também querem gratificação de caixa de 1.042,74 reais, gratificação de função de 70% do salário do cargo efetivo e vale-cultura de 112,50 reais.
Segundo a assessoria do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região - o maior da categoria -, não deve ocorrer uma adesão total à greve amanhã, mas a assessoria lembrou que as paralisações costumam crescer ao longo do tempo. Haverá um balanço diário para medir quantas agências aderiram à greve.
Contas a pagar — O Procon orientou, em nota divulgada nesta terça, os consumidores a continuar pagando suas contas, o que pode ser feito pela internet, nos caixas eletrônicos, casas lotéricas, supermercados e agências dos Correios. "A greve é um risco previsto nas atividades de uma instituição financeira, mas se o consumidor tentou outras formas de pagamento e não obteve resultado não poderá arcar com eventuais prejuízos", explicou a instituição.
A Fenaban ainda esclareceu que apenas 10% das operações bancárias são feitas por meio das agências. A internet representa a maior parcela, com 41% das transações, seguida pelos caixas eletrônicos, com 23%, conforme números correspondentes a 2013. 
(Com Estadão Conteúdo)

Presidenciáveis reagem contra fala homofóbica de Fidelix

Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves repudiaram a declaração do nanico; PV pediu que Ministério Público abra inquérito para apurar crime

O candidato do PRTB à Presidência da República, Levy Fidelix, durante o intervalo do debate promovido pela Rede Record neste domingo (28), em São Paulo
O candidato do PRTB à Presidência da República, Levy Fidelix, durante o intervalo do debate promovido pela Rede Record neste domingo (28), em São Paulo (Felipe Cotrim/VEJA.com)
A fala homofóbica de Levy Fidelix (PRTB) durante o debate na TV Record, neste domingo, provocou reações dos principais candidatos à Presidência da República. Nesta segunda, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) criticaram a fala do folclórico candidato do Aerotrem, que associou homossexualidade a pedofilia.
Durante agenda em São Bernardo do Campo (SP), Aécio Neves classificou a fala como lamentável. "Nosso repúdio absoluto àquelas declarações. E como já disse mais de uma vez, na minha avaliação, todo tipo de discriminação é crime. Homofobia também."
Em entrevista coletiva em São Paulo, Dilma usou o episódio para se posicionar a favor da criminalização da homofobia. "Eu já disse que sou contra a homofobia e acho que o Brasil atingiu um patamar de civilidade que não podemos conviver com processos de descriminalização que levem à violência. Eu acho que a homofobia tem de ser criminalizada", afirmou.
A candidata do PSB, Marina Silva, considerou "homofóbicas e inaceitáveis em quaisquer circunstâncias" as declarações de Levy Fidelix e disse que sua Rede Sustentabilidade avalia entrar com ação na Justiça contra o candidato. "Não aceitamos em hipótese alguma atitude que incita ao preconceito, desrespeito, violência contra comunidade LGBT ou qualquer que seja", disse.
Punição – O Partido Verde protocolou nesta segunda-feira uma representação contra Levy Fidelix. A representação, feita a pedido de Eduardo Jorge, candidato do partido à Presidência da sigla, pede que o MP abra um inquérito contra Fidelix para apurar desrespeito à dignidade humana. Também nesta segunda, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o PSOL entraram com representações contra Fidelix no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo que o candidato nanico seja punido por homofobia. A OAB também pede a cassação da candidatura do presidenciável.

Justiça Eleitoral dá 18 direitos de reposta a Eunício Oliveira em perfil de Ciro Gomes

Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao Governo do Estado do Ceará, ganhou na Justiça o direto de reposta por publicações feitas contra ele pelo secretário da Saúde do Ceará, Ciro Gomes (PROS), na comunidade virtual Facebook. A liminar foi concedida pelo juiz Calor Henrique Oliveira, responsável pela Coordenação de Propaganda Eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE).

De acordo com a representação Nº 257264, publicada no mural eletrônico do TRE/CE, Ciro será notificado sobre a decisão e deverá remover de seu perfil pessoal as postagens consideradas irregulares contra o candidato da Coligação “Ceará de Todos”. O secretário também deverá conceder espaço para a publicação do direito de resposta a Eunício.

 “O direito de resposta deverá ser exercido por meio de divulgação no mesmo veículo, espaços, página eletrônica, tamanhos e caracteres, em até 48h (quarenta e oito horas) após a entrega da mídia física, consoante registrado em sentença, ficando a cargo do demandado (ofensor) a inserção da resposta em sua página eletrônica relacionada ao Facebook, tendo também ficado consignado em decisão que a "resposta deve, necessariamente, estar relacionada exclusivamente ao esclarecimento da ofensa proferida, não se admitindo a utilização do direito ora reconhecido como mera realização de propaganda sem qualquer relação com a ofensa ou ao proferimento de contra-ataques ao ofensor", determina o despacho do juiz eleitoral.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Ceará, o secretário, até o momento, não recebeu qualquer notificação sobre a determinação judicial, portanto, não haveria nada a declarar. 

Dilma tem 40% das intenções de voto, Marina 24% e Aécio 18%


Pesquisa Vox Populi, encomendada pela Rede Record, mostra a candidata Dilma Rousseff (PT) na liderança com 40% das intenções de voto para a Presidência da República. A candidata pelo PSB, Marina Silva, aparece com 24% das intenções e Aécio Neves (PSDB) com 18%. Na última pesquisa Vox Populi, Marina tinha 22% das intenções de voto e Aécio, 17%. Dilma manteve a mesma porcentagem.

Na pesquisa divulgada hoje (29), os candidatos Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC) tiveram 1% das intenções de voto cada um. Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) tiveram menos de 1% das intenções. Brancos e nulos somam 6% e 11% não souberam indicar um candidato ou não quiseram responder.

O Vox Populi fez duas simulações de segundo turno. Em disputa entre as candidatas Marina Silva e Dilma Rousseff, Dilma venceria com 46% das intenções contra 39% de Marina. Brancos e nulos somariam 9%, e 6% seriam os indecisos.

Em uma disputa entre Dilma e Áecio, a candidata do PT venceria com 48% das intenções contra 38% do candidato tucano. Os votos brancos ou nulos seriam 9%, e os indecisos 5%.

Foram feitas 2 mil entrevistas em 147 cidades. O levantamento foi no sábado (27) e domingo (28). A margem de erro é 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. O número de registro na Justiça Eleitoral é BR-00888/2014.

* Com informações da Agência Brasil

Estado tem 62 reservatórios em situação de volume morto


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Dos dez açudes situados nos Sertões de Crateús, o Carnaubal está com apenas 0,46% de sua capacidade total. A bacia hidrográfica da região está em pior situação entre todas as monitoradas no Estado
FOTO: LUANNA LEITÃO
Fortaleza. Dos 149 açudes cearenses monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Estado (Cogerh), 62 estão com menos de 10% da capacidade, quantidade equivalente ao volume morto. No início de setembro, número de reservatórios nesta condição era de 48.
A taxa atual de armazenagem de água, somando todas as regiões do Ceará, é de 26,2%. Considerando a demanda pelo líquido em diversas utilizações, mais a perda por evaporação, estimativa da Companhia é que o nível chegue a 20% até o fim de dezembro, segundo o órgão.
A situação mais crítica encontra-se na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús, em que nove dos dez açudes supervisionados pela Companhia estão secos. Naquela área, apenas a Barragem do Batalhão, que atende à sede de Crateús, está em condição razoável, com 54% de reserva. Entretanto, este manancial tem baixo potencial de armazenamento e é incapaz de oferecer segurança hídrica à população.
Para tentar minimizar os danos, de acordo com a Cogerh, está sendo construída uma adutora ligando o açude Araras, localizado em Varjota, à cidade da região dos Inhamuns. "Além de Crateús, a adutora também vai abastecer o município de Nova Russas e todos os distritos por onde passar", explica o chefe de gabinete da presidência da Companhia, Berthyer Peixoto. O reservatório do Araras já atende, hoje, à população de Sobral, e está com 14,5% da capacidade.
Providências
Em nível estadual, o governo do Ceará vem adotando uma série de medidas paliativas com o objetivo de atenuar os efeitos causados pela estiagem. De acordo com Berthyer Peixoto, o Estado suspendeu a concessão de novas outorgas para irrigação de culturas temporárias, mantendo apenas as que já existem, com a finalidade de priorizar o abastecimento humano.
Em vários municípios, a principal ação do governo para manter a distribuição de água é a instalação de adutoras de engate rápido, que são montadas e desmontadas conforme a necessidade e representam solução mais imediata. Outra medida difundida pelo Estado tem sido a perfuração de poços.
Em localidades afetadas pela seca que têm menor índice demográfico, o recurso emergencial adotado de maneira preponderante ainda tem sido o carro-pipa, segundo a Cogerh.
A bacia hidrográfica em situação mais confortável hoje no Ceará é a do Alto Jaguaribe, que conta com 47% da capacidade de armazenamento. Em segundo lugar está a bacia do Salgado, com 30,7% do limite.
A reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca, realizada rotineiramente às segundas-feiras, e que, portanto, deveria ter acontecido ontem, foi adiada para o próximo dia 7, após as eleições majoritárias e proporcionais. Com isso, nenhuma informação foi repassada sobre o número de municípios que decretaram o racionamento de água.
O titular da SDA, Antônio Amorim, também informou desconhecer os novos números e nem soube pontuar quais as ações que a Defesa Civil do Estado estão implementando para atender às cidades mais atingidas pelo desabastecimento.
Agricultura
Enquanto isso, a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) disse, ontem, que as perdas provocadas pela restrição hídrica atingem fortemente o setor agropecuário. Segundo informou o assessor de Desenvolvimento Rural da entidade, Nicolas Fabre, produtores de frutas do Vale do Curu já amargam prejuízos consideráveis.
O assessor explicou que os riscos têm sido maior para aqueles que não optaram para a diversificação de culturas, como é o caso do grande produtor, ou mesmo aqueles que não aproveitaram o sortimento de itens disponíveis para a agricultura familiar. Nesse caso, Fabre observa que somente não estão sendo mais penalizados em vista do socorro oriundo da Garantia Safra.
Mais informações:
Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh)
(85) 3218.7020
http://portal.cogerh.com.br/
Fortaleza-CE
Bruno Mota/Marcus Peixoto
Repórteres
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segunda-feira, setembro 29, 2014

Ameaçado, Reno Ximenes denuncia enriquecimento dos Ferreira Gomes

Advogado Reno Ximenes (PPS). 
O advogado Reno Ximenes (PPS), que fez parte do restrito círculo de confiança de Cid Gomes, mas que recentemente tomou sentido contrário ao do governador ao apoiar a candidatura de Eunício Oliveira (PMDB) ao Governo e de Tasso Jereissate (PSDB) ao Senado, veio a público, por meio de seu perfil no Facebook, para denunciar as ameaças que ele alega estar sofrendo nos últimos dias.

Em uma carta aberta, o professor de direito da UVA e da UFC, que já foi consultor jurídico da Câmara Municipal de Fortaleza, Procurador Geral do Município de Sobral, Procurador Chefe Federal no DNOCS, Secretário Adjunto de Planejamento e Gestão no primeiro Governo Cid Gomes, Procurador Geral da Assembleia Legislativa na gestão sob a presidência de Roberto Cláudio e atua como assessor jurídico e institucional da presidência da Assembleia, alega que a coação vem sendo praticada por “bajuladores e bandidos” que atuam dentro do Governo do Estado, relacionados ao grupo dos Ferreira Gomes, que, segundo ele, enriqueceram às custas dos cargos ocupados no poder público, possuindo hoje um patrimônio que não condiz com os salários recebidos.

Leia a íntegra do desabafo assinado pelo ex-aliado do governador Cid Gomes.

Carta Aberta

“Estou recebendo ameaças por parte de bajuladores e bandidos, que atuam dentro das gestões que envolvem o grupo político dos Ferreira Gomes, e, hoje possuem um patrimônio milionário às custas do poder público, discrepante de seus irrisórios salários.

Registro, por enquanto, acreditar não ter a ciência ou autorização dos irmãos tal terrorismo, mas de qualquer sorte, afirmo, a manutenção firme das minhas convicções.

Mas por uma questão de proteção a mim e a minha família, declaro em público e responsabilizo esses partidários subjugados, os quais não respeitam a opção livre e democrática de escolhas, e, vivem como escravos mentais, submissos e curvados à arrogância, sem sequer, possuir a capacidade de pensar ou contestar.

Atualmente, na política sou filiado ao PPS, e, só ao meu partido, devo respeito e fidelidade, no caso, está apoiando Tasso para o Senado e Eunicio, para o Governo.

Na minha vida nada foi fácil. E não será nenhum dejeto ou grupo de escória social, que impedirá eu exercer minha livre reflexão e cidadania.

Respeito todas as candidaturas e todas as escolhas, e, fundamentalmente, à liberdade e o exercício da atividade política - que faço desde os 15 anos - com dignidade, tenacidade e talento.

Em respeito a hombridade pública não citarei fatos ou pessoas, pois seria um hecatombe nesse período eleitoral. Aguardarei, esse tempo passar, mas a história logo chegará para desmascarar a hipocrisia falso-moralista tão irradiada em nome da verdade”.
Reno Ximenes
(via Facebook)

Marina apagada, Aécio no ataque e Dilma 'bolada': o debate que você não viu

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, recebe orientações de seus assessores durante o intervalo do debate promovido pela Rede Record, em São PauloA candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, conversa com seus assessores durante o intervalo do debate promovido pela Rede Record, em São Paulo
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, durante o intervalo do debate promovido pela Rede Record neste domingo (28), em São Paulo
Saiba como foi o debate da TV Record com os presidenciáveis

Tiro no pé – A despeito dos discursos de que o seu candidato "ganhou" o debate, integrantes das três campanhas saíram dos estúdios da TV Record com avaliações similares: a estratégia de Dilma Rousseff (PT) em tentar virar o jogo, levando a Petrobras para o centro das discussões, foi arriscada e abriu a guarda da petista – que mostrou-se visivelmente irritada durante todo o debate. “Fui o centro do debate, então nada mais justo que eu tivesse direito de responder às críticas feitas ao meu governo", disse ela.

Jogo combinado – Os petistas também se queixaram especialmente que os nanicos Pastor Everaldo (PSC) e Levy Fidelix (PRTB) atuaram sem cerimônia como linha auxiliar de Aécio Neves (PSDB). Um dos quatro pedidos de resposta que Dilma reclamou foi justamente num diálogo entre Everaldo e o candidato do Aerotrem. Aécio, aliás, chegou a brincar no final do debate quando Eduardo Jorge, do PV, previu o segundo turno entre Dilma e Marina Silva (PSB): "Eu pedi direito de resposta".

Salão – Dilma cortou o cabelo para participar do debate e voltou a usar o figurino vermelho PT. “O cabelo dela cresce horrores e as pontas estavam ressecadas, por isso parei de fazer luzes”, disse o cabeleireiro Celso Kamura.

Cola – Depois do grave erro do IBGE ao divulgar a Pnad, o marqueteiro petista João Santana tinha no seu colo papeis com números do instituto e da pesquisa.
Ânimo – Políticos e membros da campanha tucana comemoraram a performance de Aécio Neves: a avaliação foi que o desempenho na TV Record foi o melhor do candidato nos debates até agora. Para os tucanos, Aécio foi mais claro e assertivo em suas falas e ainda lucrou com a dinâmica do debate, que manteve a corrupção em tela.
Sem bateria – Já entre os "marineiros", a animação não era a mesma. Marina Silva esteve mais apagada e também deu sinais claros de cansaço com a agenda pesada de viagens e comícios.
Gogó – Marina Silva levou ao debate sua inseparável garrafa térmica com água morna, que bebericou após cada fala. Proibida de apoiar a garrafa na bancada, apoiou-a no banco disponível aos candidatos.
Reação – A direção da campanha de Marina se irritou quando Dilma lembrou que ela mudou mais de uma vez de partido. Os coordenadores planejam abordar o tema nas próximas propagandas eleitorais. “Tem que ser dito que a Dilma saiu do PDT em busca de benefícios, enquanto Marina saiu do PT no auge do partido por motivações pessoais”, disse um dirigente.
Descompasso – O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, discorda da tática da campanha de Marina nessa reta final da campanha. Com agenda prevista em Pernambuco nesta semana, ele avalia que ela deveria se concentrar em caminhadas e corpo a corpo em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Tem de apostar onde ainda dá para crescer”, disse Amaral.
Queixa – Coordenadora do plano de governo de Marina, Neca Setubal reclamou do pedido de direito de resposta de Dilma Rousseff contra a fala de Marina que citou o governo. “Não acredito”, murmurou. Dirigentes do PSB acompanharam em coro: “Não pode ser oposição, isso é uma ditadura”.
Ao pé do ouvido – Herdeira do Itaú e alvo da máquina de propaganda petista, Neca Setubal ouviu conselho do vereador tucano Andrea Matarazzo: “Deixe entrar por um ouvido e sair pelo outro, não dê bola”. Ela assentiu: “É exatamente isso que estou fazendo".

Amigos, amigos, mas eleições à parte – No final do primeiro bloco, os vices de Dilma e Marina, Michel Temer (PMDB) e Beto Albuquerque (PSB) se cumprimentaram com um abraço e trocaram sorrisos. "Respeito muito, mas não dá para desejar boa sorte...", brincou Temer com Albuquerque.
Desistir jamais – Depois de uma profusão de frases controversas – que podem lhe render problemas se o Ministério Público se manifestar – sobre o casamento gay, o nanico Levy Fidelix divertiu a plateia sem precisar evocar o folclórico Aerotrem. "Não sou utópico, não vamos ganhar esta eleição. Então me coloquem como investimento para 2018", disse nas considerações finais.
(Mariana Zylberkan e Talita Fernandes, de São Paulo)

O debochado mandato do deputadoTiririca e suas chances de reeleição

  • PALHAÇADA Tiririca em  campanha nas ruas (acima) e no programa eleitoral (ao lado).  Ele faz piada, e quem  ri é o mensaleiro Valdemar Costa Neto (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA e divulgação)

PALHAÇADA Tiririca em  campanha nas ruas (acima) e no programa eleitoral (ao lado).  Ele faz piada, e quem  ri é o mensaleiro Valdemar Costa Neto (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA e divulgação)
Com o slogan “Pior que tá não fica”, o palhaço Tiririca, nome artístico e político de Francisco Everardo Oliveira Silva, conquistou em 2010 uma das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados. Concorrendo pelo PR de São Paulo, o partido do mensaleiro e presidiário Valdemar Costa Neto, Tiririca obteve 1,3 milhão de votos. Foi o parlamentar mais votado naquelas eleições, embora houvesse sólidas evidências de que não sabia ler ou escrever, como determina a lei e revelou ÉPOCA. Na ocasião, Tiririca prometera a seu eleitorado ir a Brasília descobrir o que fazem os deputados federais. Graças às regras eleitorais, a votação expressiva de Tiririca levou ao Congresso três deputados da coligação do PR – entre eles, o deputado e ex-policial Protógenes Queiroz. Passados quatro anos, Tiririca ressurgiu. Está de volta às telas da TV no horário eleitoral para tentar renovar seu mandato. Na TV, afirma ter cumprido o que se propusera a fazer: “Eu falei para vocês que ia dizer o que um deputado federal faz. Deputado federal trabalha muito e produz pouco”. Na sequên­cia do vídeo, Tiririca aparece travestido de palhaço, ao lado de uma Brasília amarela – o carro, não a capital. Diz que conhece muito bem “Brasília”, que ela tem uns podres, uns amassados, mas funciona. “Com toda a podridão que tem, Brasília funciona.” Agora, Tiririca pede votos para “melhorar a Brasília”. Não é piada.
O que Tiririca transmite aos telespectadores sobre as atividades parlamentares espelha sua própria experiência como congressista nos últimos três anos e meio. Tiririca teve atuação discreta na Casa. Até aparecia no plenário, nas comissões e nas reuniões de partido – mas permanecia mudo. Só falava se o assunto era circo. Não discursou no plenário nenhuma vez.
Ignorou, portanto, o momento que tantos parlamentares cobiçam. Ele serve para prestar contas ao eleitor: rende aos deputados minutos de exposição na TV Câmara e nas ondas daVoz do Brasil. O PR encaixou Tiririca na Comissão de Educação e Cultura. É um foro importante de discussão. Tiririca não contribuía para os debates. Seu único legado consistiu em aprovar, nessa comissão, uma proposta que incluía as atividades circenses na Lei Rouanet, aquela que provê recursos para a cultura por meio de incentivos fiscais.
Cearense de Itapipoca, Tiririca tem 49 anos e diz que praticamente nasceu no circo. “Sou muito feliz de ser artista circense. Nunca neguei isso. Quando lancei a ‘Florentina’ (hit musical de 1996 que o projetou), vim como artista circense. Sempre falando com muito orgulho. Cheguei hoje a deputado – porque não sou deputado, estou – como artista de circo, o palhaço Tiririca.” Tiririca fez essa declaração no dia 9 de julho de 2013, a última de suas oito falas desde fevereiro de 2011, data da posse – em média, uma a cada semestre.

Nas poucas vezes em que falou nas comissões, Tiririca usou a palavra para narrar a própria história. Em agosto de 2011, debutou ao microfone. Foi no auditório Nereu Ramos, o principal da Câmara, durante uma audiência que discutia o Plano Nacional de Educação – uma das políticas públicas mais relevantes do país. “Não vou tomar muito o tempo de vocês. Vou falar somente três horas”, disse, arrancando risadas do público. “Sou de família pobre, família humilde. Não sou formado, mas sei alguma coisa. Estou junto nessa luta aí. O que for preciso, o que precisar da gente, do gabinete da gente.” Sua fala durou apenas três minutos.

Numa segunda intervenção, dois meses depois, Tiririca explicou como chegou ao Congresso Nacional. Disse que Valdemar Costa Neto, presidente do PR, apresentou a ele uma pesquisa em que se perguntava nas ruas quem as pessoas gostariam de ver como deputado. “Dava eu nas cabeças”, disse. Tiririca topou. Apesar de ser popular, ele atravessava um momento de baixa na carreira artística. Participava de um programa humorístico exibido numa segunda-feira, tarde da noite. “Pensei: vou entrar porque era uma divulgação para mim. Vão divulgar meu nome pra caramba”, afirmou em dezembro de 2011, com cândida sinceridade. A expectativa era receber 5 mil votos. Conquistou 280 vezes isso.

Foi uma aposta certeira do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Sempre com a carranca de quem se leva muito a sério, ele pode não entender nada de humor – mas entende tudo de política e votos. Encontrou em Tiririca um títere perfeito. Em 2010, o PR financiou 75% das despesas de campanha de Tiririca, algo em torno de R$ 520 mil dos R$ 680 mil arrecadados por seu comitê financeiro. Cada voto de Tiririca custou ao partido inacreditáveis R$ 0,40. Os votos de Tiririca garantiram ao PR R$ 4 milhões do Fundo Partidário, dinheiro público repassado às legendas anualmente para sua manutenção – e proporcional à votação. Na política, nem mensalão dá um retorno tão lucrativo. Valdemar pediu duas coisas a Tiririca: seguir a orientação do PR nas votações das leis e não faltar ao trabalho. Bastava não atrapalhar – e aparecer na eleição seguinte. Tiririca cumpriu as ordens. É um dos mais assíduos da atual legislatura. Valdemar encarregou o então coordenador de Comunicação do PR, Vladimir Porfírio, de monitorá-lo. Valdemar bajulava Tiririca. Convidava-o para conhecer e tirar fotos ao lado dos principais políticos da Casa. O encanto durou seis meses.
As propostas de Tiririca (Foto: Época)
A partir do segundo semestre de 2011, Valdemar, assoberbado com o iminente julgamento do mensalão e os preparativos para ir em cana, pouco conviveu com Tiririca. Amuado, Tiririca mal participava de eventos do PR. Confidenciava a assessores que merecia um “cachê artístico” para tais participações. Quem pagava – e paga – os cachês dele todo mês são os brasileiros. A piada de protesto custa R$ 140 mil mensalmente. A conta inclui o salário de Tiririca e seus assessores, assim como as despesas do gabinete. Ao final do mandato, Tiririca terá custado R$ 7,2 milhões aos cofres públicos. De acordo com a prestação de contas dos gastos realizados na Câmara, Tiririca viajou tanto para o Ceará, sua terra natal, quanto para São Paulo, sua base eleitoral. Pensou em não se candidatar nestas eleições, mas manter a parceria com o PR lhe era mais conveniente. O PR não dispensa os votos de Tiririca, nem o dinheiro que eles podem render ao caixa do partido. Uma pesquisa feita pelo Ibope, divulgada na semana passada, mostra que Tiririca está entre os cinco candidatos a deputado com maior intenção de voto até agora. Deverá se reeleger com facilidade. Talvez até arrastar outros deputados com ele. ÉPOCA pediu para entrevistar Tiririca, mas a equipe de campanha, monitorada pela direção do PR, disse que ele não falaria com a imprensa. Tiririca prefere aparecer no horário eleitoral fazendo piada. Como o programa em que ele imita Roberto Carlos e que lhe renderá um processo da Sony Edições Musicais.
Em três anos e meio de atuação na Câmara, Tiririca ostenta no currículo a autoria de oito projetos de lei, seis deles relacionados a sua profissão de palhaço – entre eles, um que institui o Diploma Amigo do Circo (leia ao lado). Iniciativas louváveis. O circo é uma atividade cultural, assim como o cinema ou o teatro. Ao final do primeiro ano de mandato, em 2011, antecipando o mote de sua atual campanha, Tiririca disse na Comissão de Educação e Cultura que tinha uma ideia do que era o trabalho dos parlamentares. “Sei o que um deputado faz. Trabalha muito, isso no meu ponto de vista. E produz pouco: o regime da Casa é engessado, a gente procura fazer alguma coisa, mas é complicado”, afirmou. “Mas hoje dou baile aqui dentro, estou tranquilo.” Ele aprendeu rapidamente a fazer graça no picadeiro da política. Para ele e Valdemar Costa Neto, a piada é você.

Empate na reta final

Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra que a sucessão presidencial será decidida no segundo turno e que Aécio e Marina chegam embolados na última semana de campanha

Os candidatos Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) entram na semana que antecede o primeiro turno das eleições presidenciais em empate técnico. Essa é a principal constatação feita pela pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada entre o domingo 21 e a sexta-feira 26. Segundo o levantamento, Marina tem 25% das intenções de voto e Aécio 20,7%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2% para mais ou para menos, ambos estão empatados tecnicamente na briga por um lugar no segundo turno. A presidenta Dilma Rousseff (PT) conta com 35% e só não estará na segunda etapa da disputa se houver uma hecatombe nuclear sobre a sua campanha. A pesquisa mostra que tanto Dilma como Aécio acertaram nas estratégias adotadas nas últimas semanas. A presidenta reforçou os ataques contra Marina, exagerou na defesa de seu governo e intensificou as agendas públicas. Com isso, cresceu 5,3% durante o mês de setembro. O senador mineiro procurou demonstrar as semelhanças entre Dilma e Marina, questionou a veracidade do que ambas mostravam em seus discursos e colocou-se como a alternativa mais segura para mudar os rumos do País. A estratégia lhe valeu um crescimento de 5,5 pontos percentuais nos últimos 30 dias. Já Marina apostou em se colocar como vítima de uma campanha que chama de “difamatória” e adotou um tom emocional tanto em entrevistas como nos palanques. Não conseguiu explicar as contradições de seus discursos e perdeu 4,5 pontos percentuais em menos de um mês. “Pela primeira vez se constata a situação de empate técnico entre Marina e Aécio. O senador mineiro chega na reta final com tendência de crescimento e a ex-senadora com tendência de queda”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
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A pesquisa ouviu dois mil eleitores de 24 Estados e também constatou um significativo aumento no índice de rejeição da candidata Marina Silva. No início do mês, 22,3% dos eleitores diziam que não votariam em Marina de forma alguma. Na semana passada esse índice saltou para 33%, superando a rejeição ao senador tucano que variou de 31,5% para 31,9%. A rejeição à presidenta continua na casa dos 40%, o que, segundo Guedes, é um empecilho à reeleição. “O aumento da rejeição a Marina, já superior ao de Aécio, é outro dado que permite afirmar que permanece aberta a possibilidade de um segundo turno entre PT e PSDB”, avalia Guedes. Segundo ele, a candidata do PSB entrou na disputa com um forte apelo emocional, mas com o passar do tempo o eleitor passou a enxergar sua candidatura de forma mais racional. O levantamento realizado em 136 municípios de cinco regiões mostra em um eventual segundo turno com Aécio, Dilma somaria 43,4% dos votos contra 38,2% se a disputa fosse realizada agora. No cenário de segundo turno entre Dilma e Marina haveria empate, com 40,5% para Dilma e 40,4% para Marina.
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O GURU 
FHC procura mobilizar as lideranças tucanaspara transferir
votos a Aécio. Alckmin é o principal aliado
As tendências mostradas pela última pesquisa ISTOÉ/Sensus confirmam os dados levantados diariamente pelas campanhas dos três principais candidatos. E é com base nesses números que são traçados os planos para os dias que antecedem o primeiro turno. No PT, a palavra de ordem é manter os ataques contra a candidatura de Marina e intensificar a mobilização dos militantes para atos de rua nas principais cidades do País. No QG de Dilma há a avaliação de que, como as principais lideranças no partido não têm obtido bons resultados em seus Estados, é necessário ocupar as praças para manter um crescimento na última semana. Os caciques petistas avaliam que é possível sair das urnas com cerca de 40% dos votos.
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Nesses últimos dias de campanha antes do primeiro turno, os tucanos, comandados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, preparam uma ofensiva nos maiores colégios eleitorais do País. Aécio, que na última semana esteve sete vezes em Minas, irá ficar mais tempo nas ruas. Em São Paulo, os eventos ao lado do governador Geraldo Alckmin serão quase diários. No Estado com o maior número de eleitores, os tucanos lideram a disputa e o governador deverá ser reeleito no primeiro turno. Aliados de Aécio também têm chances de sair vitoriosos já no domingo 5 no Paraná, no Pará, em Goiás e na Bahia. Segundo FHC, é possível que essas lideranças regionais consigam transferir uma grande quantidade de votos para Aécio na reta final da campanha.
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No PSB, a proposta é sair da defensiva para procurar estancar a perda de votos verificada nas últimas semanas. Para tanto há um esforço para procurar não contaminar a campanha com a divisão interna que vem ocorrendo no partido. Com fragilidade nos palanques regionais, Marina deverá usar os últimos programas no horário eleitoral e os debates nas tevês para fazer críticas ao governo de Dilma e à polarização PT/PSDB, que pauta as disputas presidenciais desde 1994. No lugar de vítima dos ataques dos adversários, Marina tentará se posicionar como uma real terceira via, repetindo o discurso que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos entoou no início da campanha. 
Apesar de as tendências já estarem postas, de acordo com Ricardo Guedes, não será surpresa se durante esta semana as pesquisas mostrarem movimentos bastante acentuados por parte dos eleitores. Ele avalia que, ao contrário do que ocorreu em eleições anteriores, os eleitores só agora, na reta final, passaram a observar melhor os candidatos e as escolhas não têm seguido uma lógica partidária. “O brasileiro quer mudar, mas não quer embarcar em aventuras”, conclui.
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Corrupção na Petrobras pauta debate quente na TV

A TV Record realizou neste domingo (28), na sede da emissora em São Paulo (SP), o debate com os candidatos à Presidência da República
A uma semana das eleições, os três principais candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), protagonizaram o mais tenso debate na televisão até agora, promovido pela TV Record, com embates diretos e os escândalos de corrupção na Petrobras no centro das discussões. 
Visivelmente irritada, Dilma pediu direito de resposta quatro vezes e reclamou que estava impedida de rebater ataques laterais dos adversários. A emissora acatou somente uma queixa. A petista tentou usar seus trinta segundos extras dizer que demitiu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que revelou em delação premiada um esquema de propina e desvios da estatal para políticos e partidos – inclusive a campanha de Dilma em 2010, conforme revelou a edição de VEJA desta semana. Dilma, entretanto, não conseguiu completar seu raciocínio porque estourou o tempo.
Numa estratégia arriscada, a própria presidente-candidata tentou virar o jogo e levar a Petrobras para o debate: ao questionar Aécio Neves, citou um discurso de 1997 no qual o então deputado disse que a privatização da estatal petroleira "estava no radar" do governo Fernando Henrique Cardoso. A pergunta resultou num tiro no pé. Na resposta, o tucano disparou: "Não vou privatizá-la, vou reestatizá-la, tirá-la das mãos do grupo que aí está. O coordenador de campanha do PT pediu recursos para sua campanha nesse esquema e não vejo em você uma reação de indignação".

A partir daí, a maioria dos candidatos aproveitou para manter o tema no centro do debate. Pastor Everaldo, do PSC, aproveitou para lembrar que a campanha de Dilma acionou a Justiça Eleitoral contra uma peça de propaganda do PSC que apontava a corrupção na Petrobras. E até o folclórico Levy Fidelix, do nanico PRTB, abriu mão de falar do seu aerotrem para alfinetar a presidente-candidata: "Já tivemos alguns escândalos recentes, como o mensalão e outros. Ao que tudo indica, o Youssef (o doleiro Alberto Youssef) vem com novos escândalos".

Dilma ainda tentou voltar ao tema da corrupção num embate direto com Aécio ao afirmar que "deu autonomia para a Polícia Federal prender Paulo Roberto Costa". Aécio devolveu, constrangendo a rival: "A senhora não tem que autorizar a Polícia Federal a prender ninguém porque isso é uma prerrogativa cosntitucional".
Marina – Quando teve a oportunidade de escolher para quem dirigiria sua pergunta, Dilma escolheu inicialmente o confronto com Marina, sempre repetindo a linha de sua propaganda na televisão de desconstrução da imagem da rival – que esteve mais apagada do que nos debates anteriores. "A senhora mudou de partido quatro vezes em três anos, mudou de posição em questões como a CLT e a homofobia. Qual foi sua posição em relação a CPMF?", disse. Na TV, o PT tem pregado que a ex-senadora disse ter votado a favor o antigo imposto do cheque, mas os registros do Legislativo apontam o contrário. Marina evocou o senador petista Eduardo Suplicy, falou em "oposição raivosa" e tentou revidar: "Mudei de partido para não mudar de ideais e de princípios". E Dilma emendou: "Não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF".
Aécio também mostrou suas armas contra Marina: além de manter o tema da corrupção na Petrobras orbitando o debate para desgastar Dilma, lembrou diversas vezes o passado de Marina no PT. Ao falar sobre o combate à inflação no governo Fernando Henrique Cardoso, cutucou: "Lutávamos contra o PT e na época a senhora era do PT".
O tucano também aproveitou uma dobradinha com Pastor Everaldo para lembrar as lamentáveis declarações de Dilma defendendo diálogo com terroristas durante a Assembleia da ONU. "Foi um dos mais tristes episódios da política externa brasileira, para perplexidade de diplomatas. A presidente usou a Assembleia da ONU para fazer autoelogios ao seu governo e também propôs diálogo com o Estado Islâmico, que está cortando a cabeça de pessoas."

Dilma não cumpriu 43% das promessas feitas em 2010


Eunício Oliveira e Camilo Santana trocam acusações em debate na TV

Os quatro candidatos a governador do Ceará estiveram em debate (Foto: TV Diário/Reprodução)
Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT), os dois candidatos a governador do Ceará mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, trocaram acusações em debate na TV neste domingo (28). O candidato petista questionou o adversário por que está sendo acusado de participação no caso de desvio de verba que ficou conhecido como “escândalo dos banheiros” na propaganda política.
Eunício respondeu que não é autor das denúncias reproduzidas em seu horário eleitoral, mas o Ministério Público. “Nunca fiz uma acusação ao senhor, muito menos acusação leviana. O seu padrinho político é que está me caluniando e estou processando. Quem está acusando o senhor não sou eu, é o Ministério Público. O programa [eleitoral] apenas publicizou o que a denúncia diz, que é público, está na internet.”“Nos últimos dias você tem usado seu tempo de TV para me atacar covardemente. Quero falar na sua cara e quero que olhe na minha cara para me dizer do que o senhor está me acusando. Quem está envolvido no escândalo dos banheiros criminal e penalmente são os seus aliados. O meu nome foi citado por eu ser secretário e já fui isento de qualquer participação. Estou indignado com isso”, afirmou Camilo Santana.
Segundo o Ministério Público, verba destinada a construção de kits sanitários para a população carente foi desviada para financiar campanha política de candidatos. A troca de acusação entre os dois ocorreu no primeiro e terceiro blocos do debate.
O debate foi exibido pela TV Diário, de Fortaleza, foi mediado pelo jornalista Edson Silve e teve a participação dos quatro candidatos a governador do Ceará. Além de Eunício Oliveira e Camilo Santana, estiverem presentes Eliane Novais (PSB) e Ailton Lopes (Psol).
No primeiro bloco do debate, o mediador questionou a cada um dos candidatos por que eles seriam o melhor governador. Por ordem estabelecida por sorteio, respondeu primeiramente Eunício Oliveira, seguido de Eliane Novais, Camilo Santana e Ailton Lopes.
Eunício Oliveira utilizou o tempo para destacar que vai manter diálogo com diversos setores durante sua gestão, caso seja eleito. “Vou governar com diálogo e foco nas pessoas. Os discursos são escassos, não pode haver desperdício de diálogo. O governo tem que ter muita gestão e prioritariamente conversar com as pessoas. É fundamental que o desperdício não possa acontecer na educação, na saúde.”, afirmou.
Eliane Novais citou que vai implantar o programa de governo “Pacto pela Vida”, com objetivo de reduzir os índices de criminalidade. “Acima de tudo, o que falta mesmo não é o recurso, – que está destinado –, mas a vontade política. Conhecemos a máquina pública e, apresentando um novo modelo de governança, tudo isso vai mudar. Nós vamos investir nas universidades públicas estaduais do Ceará e trazer para a segurança o Pacto pela Vida, que reduziu em 40% os índices de criminalidade.”
O petista Camilo Santana destacou projetos do atual governador, Cid Gomes, e afirma que vai melhorar programas que já operam no estado. “Nos últimos sete anos o Ceará bateu recorde de emprego, conseguimos tirar do papel projetos de muito tempo, como a Siderúrgica, que está em construção, são oito mil trabalhadores. Sou candidato também para corrigir o que não está bom e implantar novos projetos que possam melhorar a vida do cearense”, afirmou.
Ailton Lopes, do Psol, afirmou ter uma proposta política diferente da dos demais adversários, combatendo a concentração de renda. "Há quatro candidatos e dois poderes políticos em processo, uma vez que os outros candidatos são iguais, concentradores de renda. Estamos convocando o cearense a tomar nas suas mãos o seu destino. Como dizia Plínio Sampaio, o povo só é independente quando luta. Só mudará alguma coisa se mudar o sistema”, afirmou.
No segundo, terceiro e quarto blocos, os candidatos fizeram perguntas entre si, com temas definidos por sorteio. O quinto e último bloco foi reservado às considerações finais dos quatro postulantes.

Charge

Charge

Justiça nega direito de resposta a Camilo por conta de escândalo dos banheiros

Foto: juiz Ricardo Cunha Porto 
A Justiça Eleitoral negou o pedido de direito de resposta à coligação "Para o Ceará seguir mudando" e ao candidato ao Governo do Ceará Camilo Santana (PT). Essa solicitação foi feita após veiculação da propaganda eleitoral do também candidato a governador Eunicio Oliveira (PMDB).

No filme exibido na propaganda do candidato do PMDB, Camilo é citado como investigado em 14 processos no Tribunal de Contas do Estado, dentro do "escândalo dos banheiros", e em cinco processos por improbidade administrativa na Justiça Estadual.

Segundo a defesa de Camilo, já haveria ocorrido a comprovação da inexistência de seu envolvimento no caso e as ações por improbidade administrativa mencionadas já teriam sido revertidas pelas decisões adotadas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. "Não havendo quaisquer de suas contas bancárias bloqueadas em virtude de decisão judicial".

Ao dar o seu despacho, o juiz auxiliar da propaganda, Ricardo Cunha Porto, decidiu: "o programa eleitoral de Eunício não fez nenhum juízo de valor e se limitou a repassar informações que, à época, foram exaustivamente divulgadas e que, ainda hoje, se encontram acessíveis na Internet". Além disso, destaca o juiz, contrariando a defesa de Camilo: "apesar da sua afirmação em contrário, não foi inocentado em todas as ações de improbidade que teria figurado, tendo sido excluído apenas de uma delas, permanecendo em outras cinco como réu".

E prossegue: "vi atentamente a mídia inserida nos autos. De fato ela expressa notícias que podem pesar na escolha do eleitor por um ou outro candidato majoritário. Entretanto, não percebi em nenhum momento que contenha na propaganda impugnada qualquer juízo de valor feito pelos representados de fatos que, à época, foram amplamente divulgados. A propaganda apontada como irregular, na verdade, apenas repassa informações, que, ainda hoje, se encontram acessíveis pelo Google", escreve em seu despacho o juiz.

Ainda de acordo com Ricardo Porto, as contas do candidato Camilo Santana não foram integralmente liberadas. "É interessante notar, através da informação contida na folha 61, que apenas as verbas salariais - incluídas àquelas que por ventura tenham sido depositadas em conta poupança, até o limite de quarenta salários mínimos -, referentes aos bens judicialmente bloqueados do candidato Camilo Santana, é que foram desbloqueadas, o resto não. Tal informação foi trazida à colação pela parte autoral",  ressalta o magistrado.

Por fim, o juiz Ricardo Porto indeferiu o pedido de Camilo dizendo que: "o direito de resposta, no caso, só se justificaria se essa informação fosse sabidamente inverídica, vale dizer, se o candidato Camilo Santana não mais figurasse como réu em nenhuma das ações de improbidade na propaganda vergastada, ou ao menos em uma das cinco ações apontadas. Mas essa questão não foi aventada pela exordial".