quarta-feira, novembro 05, 2014

Saída de Sérgio Machado foi imposta por auditoria


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O ex-senador é aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e desde o início do governo Lula, em 2003, está na presidência d a Transpetro
Brasília. A saída do cearense Sérgio Machado da presidência da Transpetro foi uma das condições impostas pela PriceWaterhouseCoopers (PWC) para auditar o balanço da Petrobras. A empresa petroleira informou que o Conselho de Administração da subsidiária de transporte e logística designou para substituí-lo o diretor Claudio Ribeiro Teixeira Campos.
Na última segunda, o ex-senador do Ceará apresentou carta ao Conselho solicitando licença não remunerada por 31 dias, que foi aprovada na mesma data. O assunto foi discutido em turbulenta reunião do conselho de administração da companhia, na qual os dez conselheiros ficaram divididos sobre o tema.
A Price é a auditora independente que avaliza os balanços operacionais e financeiros da Petrobras. O envolvimento da petroleira em denúncias de corrupção e as revelações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, no processo de delação premiada da Operação Lava-Jato levaram a Price a impor algumas exigências para referendar o balanço. Entre elas, a contratação de duas empresas independentes para atuar na investigação interna - o que já foi providenciado- e o afastamento do presidente da Transpetro.
Histórico
Sérgio Machado, ex-deputado e ex-senador, é aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e desde o início do governo Lula, em 2003, preside a Transpetro.
Ele teve seu nome citado por Costa em depoimento à Polícia Federal. Costa afirmou que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado dentro do esquema de pagamento de propina que, segundo denunciou, alimentou movimentações políticas com recursos de empresas contratadas pela Petrobras. Costa disse que recebeu o dinheiro no apartamento de Machado, mas não se recordava da data, situando-a em 2009 ou 2010.
Procurada, a Price não se manifestou sobre o assunto. Na sexta-feira, a empresa já havia informado que não comenta situação de clientes. As exigências feita pela auditora estão atrasando a divulgação do balanço da Petrobras, que tem até dia 14 de novembro para formalizar suas contas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em outra frente, a Petrobras enviou, ontem, e-mail a acionistas pessoas físicas informando que fará uma pesquisa para saber o que eles pensam a respeito dos investimentos e negócios da companhia.
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