quarta-feira, dezembro 24, 2014

PARA TRATAR CASSAÇÕES Cunha promete 'naturalidade'


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Deputado afirmou que vê com preocupação tentativa de criminalizar doações legais. O parlamentar disse que ainda não tem tratado desse tema
FOTO: AG. CÂMARA
Brasília. Apontado como favorito na disputa para comandar a Câmara dos Deputados em 2015, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou ontem que os eventuais processos de cassação de congressistas envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras não dependerão do novo comando da Casa.
O peemedebista disse que, se eleito, tratará os processos de quebra de decoro com "naturalidade" para dar o tamanho que a crise merece, seguindo o regimento. Um dos pivôs do esquema de corrupção, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entregou cerca de 30 políticos. "Não depende do presidente da Casa cassar ou impedir a cassação. Ele cumpre o regimento. O regimento tem um rito para isso. Não dependerá do presidente. Não tem como fugir, é uma questão regimental", disse o peemedebista em conversa com jornalistas.
O líder afirmou ainda que a possível investigação no STF não caracterizará a quebra de decoro parlamentar. Os pedidos de perda de mandato podem ser apresentados por partidos políticos no Conselho de Ética.
"Aqui no Parlamento discute quebra de decoro. Não é porque tem suspeita de ilícito penal que tem quebra de decoro automaticamente. Se fosse assim, toda abertura de inquérito ou denúncia no Supremo seria. Tem várias em andamento e não tem representação partidária (pedindo cassação). Então, tem que olhar o que é quebra de decoro parlamentar e não é", disse.
O deputado federal afirmou que vê com preocupação essa tentativa de criminalizar doações legais. "A criminalização de doação eleitoral é perigoso".
O parlamentar disse que não tem tratado desse tema durante sua campanha com os colegas e que isso não representa uma plataforma de campanha.
No início do mês, a Câmara cassou o mandato de André Vargas (ex-PT-PR) por ligação com o doleiro Alberto Yousseff, um dos presos por envolvimento no esquema de corrupção.
Cunha disse que conhecia um dos principais investigados na Operação Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Ele afirmou, no entanto, que não há imagens dele entrando na liderança do partido. A Folha de S.Paulo mostrou que o lobista esteve pelo menos nove vezes na Câmara dos Deputados, com a maioria das entradas registrada no edifício principal.
Disputa
Cunha briga pelo cargo mais alto da Câmara com o atual vice-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

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