sexta-feira, janeiro 02, 2015

Dilma anuncia PAC 3 e ajustes econômicos

A presidente destacou ainda os investimentos que serão realizados em infraestrutura e logística em todo o País

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De acordo com Dilma, nas duas primeiras edições do PAC, que incluiu obras como a Ferrovia Transnordestina, foi investido R$ 1,6 trilhão
FOTO: CID BARBOSA
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Joaquim Levy: 'será preciso coragem para fazer o necessário (para cumprir compromissos)'
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. Durante seu discurso de posse, realizado ontem (1º) a presidente Dilma Rousseff anunciou o lançamento do terceiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e o segundo programa de investimento em logística. Ela afirmou que, desde 2007, foram duas edições do PAC, que totalizaram R$ 1,6 trilhão em investimentos.
De acordo com Dilma, o governo vai aprimorar os modelos de regulação e garantir que o mercado privado de crédito de longo prazo se expanda. A presidente também reafirmou o compromisso de apoiar os estados e municípios na infraestrutura de transportes. Disse que está em andamento uma carteira de R$ 143 bilhões em obras de mobilidade urbana em todo País.
Dilma falou ainda da infraestrutura de comunicações. "Reafirmo meu compromisso de promover a universalização do acesso à banda larga", disse. Ela também reafirmou seu compromisso de reduzir os desequilíbrios regionais.
Ajuste nas contas públicas
O discurso da presidente também foi marcado pela fala sobre ajustes na economia nacional. De acordo com Dilma, a retomada do crescimento da economia brasileira passa pelo ajuste nas contas públicas, o que ela prometeu fazer com o menor sacrifício para os mais pobres.
"Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer. Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas, um aumento na poupança interna, a ampliação do investimento e a elevação da produtividade da economia", disse Dilma em seu discurso, que durou mais de 40 minutos.
"Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados", acrescentou.
Cenário
Dilma, a primeira mulher presidente do Brasil, assumiu o segundo mandato ao lado de seu vice, Michel Temer, e tem pela frente um cenário de fragilidade econômica e incerteza política.
Ao assumir o mandato anterior, em 2011, Dilma se beneficiava da economia crescendo 7,5%. Enquanto em 2014, a economia deve expandir só 0,2%, de acordo com estimativa do Banco Central.
O cenário para as contas públicas também é desfavorável para a presidente, que teve de enfrentar uma dura batalha no Congresso no final de 2014 para aprovar uma mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que, na prática, desobrigou o governo de realizar um superávit primário no ano passado.
Equilíbrio macroeconômico
O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro, disse que o grande desafio nos próximos anos será a retomada do crescimento econômico, com o reequilíbrio macroeconômico.
"Acho que é justamente buscar esse reequilíbrio macroeconômico, garantir a retomada da economia e criar condições para que se possa promover um avanço na agenda de reformas do País", disse o novo ministro antes da cerimônia de posse da presidente Dilma. "A reforma política também é um ponto importante", acrescentou, ao ser questionado sobre os desafios do novo governo.
Armando Monteiro, que já foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), setor que tem mais sofrido nos últimos anos de baixo crescimento econômico, disse que buscará implementar uma agenda de reformas microeconômicas e impulsionar os acordos comerciais para impulsionar as exportações. "Acho que o grande vetor do crescimento do País serão as exportações", disse Monteiro.
'Cumpriremos o prometido'
Brasília. O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem (1º) que o governo vai cumprir os compromissos firmados pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse de aumentar o crescimento do País, gerar mais empregos e melhorar qualidade de vida da população.
Depois de acompanhar a posse de Dilma no Congresso, Levy disse que será preciso ter "coragem" para colocar em prática os compromissos da petista. "A gente vai conseguir. Tem que ter a coragem de fazer o que for necessário para a gente conseguir isso", afirmou.
Em seu discurso, Dilma apontou como prioridades o combate à inflação, a preservação do emprego, principalmente com a manutenção da política de salário mínimo, e a redução das desigualdades. Ela defendeu ainda ajustes nas contas públicas.
Questionado se pretende apresentar pacotes de medidas ou mudanças relevantes na política econômica, Levy desconversou. "Não tem anúncio nenhum. Mas foi muito bonita a cerimônia, né?", disse.
O ministro confirmou que vai assumir o cargo oficialmente na segunda-feira (5), quando será realizada cerimônia de transmissão de posse do atual ministro Guido Mantega.
Recuperação
Já o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse ontem que espera uma recuperação rápida da economia após o ajuste fiscal que será promovido neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. "(2015) é um ano de medidas necessárias", afirmou Barbosa. "Essas medidas vão viabilizar o crescimento mais rápido da economia", acrescentou.
Barbosa e Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda, desde que foram indicados em novembro para os postos, têm se debruçado sobre as contas públicas, para garantir que o governo volte a ter superávit fiscal neste ano.
Segundo ele, "passada essa fase inicial de correções aqui e ali" a economia vai "responder como sempre respondeu". "Espero uma recuperação rápida da economia brasileira que sempre mostrou muita capacidade de adequação às mudanças de contexto econômico tanto nacional quanto internacional", afirmou.
Agenda
Hoje, Joaquim Levy e a maioria dos secretários do Ministério da Fazenda participarão da solenidade de transmissão de cargo do novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que substituirá Miriam Belchior. A cerimônia ocorrerá às 10 horas.
Código de mineração pode ser modificado
Brasília. O novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sinalizou, ontem (1º) que o governo federal vai propor mudanças no código de mineração, diante do atraso na aprovação do texto no Congresso e das mudanças no mercado de minério de ferro internacional.
Em entrevista a jornalistas, Braga afirmou que "todos esses atrasos na aprovação da lei (do código de mineração), dá mais tempo de redesenhar, diante de uma nova conjuntura internacional, algumas áreas do código de mineração". Perguntado se o governo vai mudar o texto do projeto, o ministro acenou afirmativamente. Além disso, Braga defendeu redução no preço da energia e uma menor dependência do País de usinas térmicas.
"Podemos ter um plano que reduza o preço do quilowatt-hora para manter confiabilidade e robustez do sistema elétrico e diminuir nossa dependência de termelétricas", afirmou.

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