quarta-feira, abril 29, 2015

PT acusa Marta de ‘personalismo desmedido’ e oportunismo

SÃO PAULO - Em nota divulgada na tarde desta terça-feira, o PT se disse “indignado” com a carta escrita pela senadora Marta Suplicy para deixar o partido. Assinado pelos presidentes das três instâncias da legenda, o documento afirma que Marta faltou com a ética e fez “acusações infundadas” contra o PT. 

Pela manhã, a senadora havia entregue sua carta de desfiliação, na qual afirmava que tinha sido cerceada pelo partido e que o PT protagonizava um dos maiores escândalos de corrupção do país.

“O PT recebe com indignação a carta da senadora Marta Suplicy oficializando sua desfiliação do PT. Apesar dos motivos enunciados, entendemos que as razões reais da saída se devem à ambição eleitoral da senadora e a um personalismo desmedido que não pôde mais ser satisfeito dentro de nossas fileiras. Por isso, resolveu buscar espaços em outros partidos”, diz o texto do PT.
Desde o final da eleição presidencial, Marta vinha em rota de colisão com a direção do PT e com a própria presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministra da Cultura. O único nome poupado vinha sendo o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem Marta foi alinhada desde o início de sua militância no partido, 33 anos atrás. Na carta de desfiliação, a ex-petista se queixa de falta de espaço e de cerceamento. O PT, por sua vez, desde o início da crise com a senadora, evitava dar declarações de crítica à ex-ministra, com o temor de isso ser usado como argumento de cerceamento à Justiça Eleitoral.
“Ao contrário de suas alegações, nunca o PT cerceou suas atividades partidárias ou parlamentares. Sucessivamente prestigiada, com o apoio da militância e das direções, Marta Suplicy foi deputada federal, prefeita, senadora e duas vezes ministra. 

Lamentavelmente, a senadora retribui, com falta de ética e acusações infundadas, a confiança que o PT lhe conferiu ao longo dos anos”, diz o texto assinado pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, e por Emídio de Souza e Paulo Fiorilo, presidentes estadual e municipal do partido em São Paulo.

O PT já informou ao GLOBO que vai recorrer à Justiça para tentar ficar com o mandato de Marta no Senado, mas a nota não trata desse assunto. Os dirigentes, na verdade, ainda não sabem qual instância do partido vai entrar com a representação no tribunal.

“Ao renegar a própria história e desonrar o mandato, Marta Suplicy desrespeita a militância que sempre a apoiou e destila ódio por não ter sido indicada candidata à Prefeitura de São Paulo em 2012. Finalmente, é triste ver que a senadora jogue fora a coerência cultivada como militante do PT e passe a se alinhar, de forma oportunista, com aqueles que sempre combateu e que sempre a atacaram”, finaliza o texto dos dirigentes petistas.


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