terça-feira, maio 05, 2015

POR AJUSTE FISCAL Planalto ameaça cortes maiores

O governo busca reunificar a base de apoio ao mesmo tempo em que pressiona por reduzir gastos
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O vice-presidente Michel temer avisou ontem que "se não houver um ajuste, o contingenciamento será muito radical"
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. O governo Dilma Rousseff (PT), mesmo atravessando um momento de baixa popularidade, adotou a tática da ameaça de mexer em vantagens para garantir o voto favorável dos aliados ao pacote de medidas provisórias do ajuste fiscal, que começa a ser analisado hoje, pelo plenário da Câmara.
Durante o dia, em reuniões e entrevistas, o Palácio do Planalto deu o recado: quanto maiores as alterações nas MPs que restringem acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários (665 e 664), maior o corte temporário no orçamento dos ministérios comandados pelos partidos aliados. Uma das maiores preocupações do Planalto é garantir o apoio público do PT na aprovação das medidas.
Desde o início do ajuste, as mudanças nas regras de benefícios trabalhistas e previdenciários sofreram forte resistência da bancada petista.
Michel Temer pediu ontem que o PT "se dedique por inteiro" a votar a favor das propostas. O primeiro a transmitir publicamente o recado do contingenciamento foi o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, ao final da reunião de Dilma com dez ministros, no início da tarde.
Segundo Edinho, haverá "impacto sobre o contingenciamento" caso o ajuste fiscal aprovado pelo Congresso não seja o pretendido pelo Planalto. O vice-presidente e novo articulador político do governo, Michel Temer, foi mais explícito, no final da tarde.
"Se não houver um ajuste, o contingenciamento será muito radical", avisou Temer, antes de comandar uma reunião com líderes partidários. O governo pretende anunciar ainda este mês os cortes no orçamento.
O Planalto busca, por meio das ameaças, garantir a reunificação da base de apoio ao mesmo tempo em que força os aliados do Congresso a aprovar o ajuste com o mínimo de mudanças possível.
Projeto do FGTS
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) quer usar o projeto que altera a correção do FGTS a partir do índice da caderneta de poupança para constranger o governo e criar uma blindagem contra as críticas recebidas pelo apoio que deu à polêmica proposta que regulamenta a terceirização do trabalho no Brasil.
Defendida pelos representantes da indústria, a terceirização foi combatida pelo PT e alvo de críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na festa do 1°de Maio da CUT.
O projeto do FGTS, por sua vez, será protocolado hoje, e é tratado como prioridade total pelo peemedebista e seus aliados.
De autoria tripla - assinam o líder do PMDB na Casa, Leonardo Picianni (RJ), Paulinho da Força (SD) e Mendonça Filho (PE), líder do DEM - o texto visa criar uma agenda positiva para os três partidos.

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