segunda-feira, maio 04, 2015

SENADORES Grupo quer barrar projetos conservadores

Movimento tem objetivo de barrar propostas consideradas por eles como "conservadoras"
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Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o Senado pode ser um contrapeso a agenda "agressiva" imposta pelo presidente da Câmara; grupo afirma que está acontecendo uma regressão em conquistas da sociedade
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. Um grupo de senadores criou nesta semana um movimento para barrar projetos "conservadores" aprovados pela Câmara dos Deputados. Em meio às desavenças entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores decidiram se unir para alterar ou derrubar as propostas quando foram analisadas no Senado.
Chamado de "frente parlamentar suprapartidária", o movimento mira projetos como a regulamentação da terceirização, a redução da maioridade penal e os estatutos da família e do desarmamento. O grupo critica a condução de Cunha na presidência da Câmara por considerar que as propostas estão avançando por pressão e iniciativa "conservadora" do peemedebista.
"O Senado pode ser um contrapeso a essa agenda agressiva imposta pelo presidente da Câmara. É um movimento que vai crescer e que não tem nada a ver com essa disputa entre os presidentes Eduardo Cunha e Renan", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Em nota conjunta divulgada pela frente, os senadores afirmam que a Câmara está impondo uma "regressão em diversas conquistas da sociedade brasileira".
Quatorze parlamentares participaram da primeira reunião da frente, mas o grupo diz ter o apoio de pelo menos 30 dos 81 senadores. O grupo vai manter conversas com outros senadores para aumentar a adesão ao movimento, que tem como foco o presidente da Câmara.
Busca de apoio do PMDB
Com exceção da terceirização, que já está no Senado, os demais projetos estão em discussão na Câmara e prometem ser aprovados de forma célere pelos deputados seguindo, depois, para análise dos senadores.
Apesar da maioria do grupo ser de senadores "independentes", a frente vai procurar apoio inclusive dentro do PMDB, partido de Cunha e Renan, assim como na oposição.
"O Senado, por ter um número menor de parlamentares e uma formação com senadores mais experientes, tem clara a necessidade de interação desse debate com a sociedade", disse a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
A criação da frente ocorre em meio à disputa entre Renan e Cunha, que vem trocando críticas publicamente sobre a conduta de cada um à frente das duas Casas. Os peemedebistas começaram a se desentender desde a semana passada, quando Renan sinalizou ser contra o projeto da terceirização aprovado na Câmara, indicando que a proposta não terá tramitação açodada no Senado. Principal responsável pela aprovação do projeto na Câmara, Cunha ameaçou, em reação, engavetar propostas vindas do Senado. Aliados do presidente da Câmara também se articulam para convocar um aliado do senador para depor na CPI da Petrobras.
Transpetro
A cúpula da comissão quer ouvir o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, afilhado de Renan que é supostamente apontado como elo do esquema na empresa, uma subsidiária da Petrobras responsável pelo armazenamento e pelo transporte de combustível pelo Brasil.
Renan e Cunha também são investigados por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.
Os processos foram abertos no início de março e são conduzidos em sigilo pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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