Curitiba. O doleiro Alberto Youssef disse ontem à CPI da Petrobras que o Palácio do Planalto sabia do esquema de corrupção que funcionou na Petrobras até 2012. Ele ressaltou, porém, que não tem como provar a afirmação, pois se trata apenas de uma "opinião". Declarações parecidas foram feitas em um dos depoimentos na delação premiada, em 2014, às vésperas do 2º turno das eleições.
Youssef foi peça central no esquema de desvios em contratos da estatal. Atuava como operador por meio de consultorias e empresas de fachada que prestavam serviços fictícios a fornecedores da petroleira. Por ali, recebia dinheiro desviado de contratos superfaturados e fazia a distribuição de valores a políticos.
Foram três horas de depoimento. Em certo momento, Youssef foi questionado se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e os ex-ministros Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, José Dirceu, Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e Edison Lobão tinham conhecimento do esquema. A resposta foi: "Na minha opinião, sim". Indagado sobre o que o levava a acreditar que o "Planalto sabia", o doleiro disse: "Primeiro, que eu escutava isso do dr. Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) sempre quando havia uma discussão interna do partido dele (o PP). Depois, o Paulo Bernardo, quando ministro, fez pedido ao Paulo Roberto Costa para que eu entregasse R$ 1 milhão para Gleisi (Hoffmann)".
Indiciamento
A Polícia Federal concluiu sete inquéritos policiais que apuram a responsabilidade criminal de três ex-parlamentares presos na Lava-Jato - Luiz Argôlo (SD/BA), Pedro Corrêa (PP/PE) e André Vargas (sem partido/PR). Os inquéritos foram abertos para apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros. A PF encaminhou 30 indiciamentos contra 22 pessoas.
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