quinta-feira, setembro 24, 2015

Banco Central prevê queda no PIB de 2,7% e inflação a 9,5% em 2015

Sede do Banco Central, em Brasília - 15/01/2015
Sede do Banco Central, em Brasília - 15/01/2015(Ueslei Marcelino/Reuters)
Com o agravamento da crise econômica e a deterioração no quadro fiscal, o Banco Central piorou as suas projeções oficiais para a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2015. No Relatório Trimestral da Inflação, divulgado nesta quinta-feira, a instituição prevê que a atividade econômica vai encolher 2,7% neste ano, uma queda bem mais acentuada do que a estimada no boletim anterior, de 1,1%.
A projeção do PIB, que, se confirmada, será a maior desde 1990, quando recuou 4,35%, acompanha a revisão também para baixo do desempenho de praticamente todos os setores da economia, da indústria a comércio e serviços.
"A trajetória da atividade econômica interna segue repercutindo o impacto, sobre os mercados de trabalho e de crédito, do ajuste macroeconômico em curso no país", diz o relatório. O BC ainda estimou uma piora no quadro da economia com o rebaixamento da nota de crédito do país pela agência Standard & Poor's. "Deve-se ter em perspectiva que a recente reclassificação da dívida soberana brasileira por uma das principais agências de rating, afetando expectativas no curto prazo e custos no médio e longo prazos, implica custos maiores para os agentes econômicos e acrescenta prêmios de riscos que tornam mais lenta a recuperação da confiança e, consequentemente, a retomada de atividade."
Inflação - O Banco Central também elevou a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável por medir a inflação oficial, de 9% para 9,5%. Desta forma, a instituição reconhece que a inflação chegará a um patamar superior ao dobro do centro da meta definida pelo governo, de 4,5%.
Segundo o relatório, o BC está preocupado com a escalada do dólar, que tem potencial de pressionar ainda mais os preços, mas ainda prevê uma redução gradativa nos próximos meses até convergir para dentro do limite da meta (6,5%) no fim de 2016 como consequência da política monetária.
"Prospectivamente, ainda que a recente depreciação cambial represente risco relevante, o arrefecimento dos preços monitorados e os efeitos das ações de política monetária recentemente implementadas devem se traduzir em trajetória mais benigna dos preços ao consumidor, o que se reflete na redução da inflação projetada doze meses a frente e na expectativa para a inflação em 2016", diz o documento.

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