sexta-feira, setembro 11, 2015

Em nota conjunta, Fiesp e Firjan afirmam que "governo abriu mão de governar"

A presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto
'O Poder Executivo abriu mão uma de suas prerrogativas mais básicas: a iniciativa de propor ao Legislativo o ordenamento das receitas e despesas públicas segundo suas prioridades', diz a nota de Fiesp e Firjan(Ueslei Marcelino/Reuters)
Em nota conjunta divulgada nesta quinta-feira, as Federações das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan) se dizem "perplexas com a inação do governo diante da deterioração crescente do quadro econômico do País" e afirmam que "o governo abriu mão de governar". As entidades cobram um rigoroso ajuste fiscal, com cortes das despesas e sem elevação da carga tributária.
"O País repudia com ênfase novos aumentos de impostos. Esta é a receita fácil de sempre, mas a sociedade não aguenta mais pagar a conta da incompetência do Estado", diz a nota, assinada pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "A perda do grau de investimento por uma agência de rating internacional é o desfecho de uma série de hesitações, equívocos e incapacidade de lidar com os desafios de uma conjuntura econômica cujo esfacelamento é resultado de incontáveis erros cometidos ao longo dos últimos anos."
No dia 6 de agosto, Fiesp e Firjan já haviam divulgado nota conjunta em defesa da posição do vice-presidente Michel Temer (PMDB), então responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. À época, as duas entidades afirmaram que o momento econômico e político brasileiro era "de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil", e que a indústria brasileira se associava "ao apelo de união para que o bom senso, o equilíbrio e o espírito público prevaleçam no Brasil".
Agora, as entidades lamentam a sucessão de erros do governo, coroada pelo envio de um projeto de Orçamento para 2016 com projeção de déficit de R$ 30,5 bilhões. "Assim, o Poder Executivo abriu mão uma de suas prerrogativas mais básicas: a iniciativa de propor ao Legislativo o ordenamento das receitas e despesas públicas segundo suas prioridades. Com esse ato, o governo abriu mão de governar". Fiesp e Firjan cobram ainda reformas de longo prazo, como a criação de um limite para despesas públicas e a adoção de um programa de venda de ativos públicos para engrossar o caixa do governo.
"Só reformas estruturais de longo prazo recolocarão o Brasil no rumo do crescimento econômico e geração de emprego. O setor produtivo precisa de menos tributos para voltar a dar conta de girar a roda da economia", afirmam os presidentes na nota conjunta, ressaltando que, até o final do ano o país corre o risco de ter 1,5 milhão de postos de trabalho perdidos caso nada seja feito. "O Brasil não pode mais esperar", concluem.
(Com Estadão Conteúdo)

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