terça-feira, dezembro 29, 2015

Cunha diz que pedido de afastamento 'é uma peça teatral'

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - 15/12/2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)(Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou na manhã desta terça-feira o pedido de afastamento contra ele feito pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. "É uma peça teatral, tanto que ela é feita em atos", afirmou.
Cunha disse que no último fim de semana leu o documento de 190 páginas e escreveu pessoalmente dez páginas para integrar sua defesa. "Eu tenho conhecimento integral das 190 páginas da peça para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem fatos, só atos teatrais", reforçou.
O presidente da Câmara confirmou que tinha o boletim de ocorrência registrado pelo deputado Fausto Pinato, ex-relator do processo instaurado contra ele no Conselho de Ética, e se defendeu dizendo que os documentos são públicos. "Sim, tinha várias cópias. Várias pessoas me entregaram na véspera", afirmou. Cunha disse que o documento foi enviado, inclusive, pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, depois que Pinato relatou supostas ameaças. "Não tenho nenhum problema. É um documento público, qual o problema de eu ter um documento?", questionou.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências de Cunha, a Polícia Federal encontrou no bolso do paletó do deputado o boletim ocorrência em que Pinato relata crime de ameaça. Para a PGR, o "interesse incomum" de Cunha pelo documento reforça a suspeita em torno da atuação do peemedebista para pressionar o então relator do processo.
O peemedebista esclareceu ainda que as cópias de documentos relacionados a contas no exterior que possuía eram cópias do inquérito. "Eu tirei cópia do que estava no inquérito, do que ele mesmo propôs", afirmou."Eu desafio a vocês entregarem a peça [que pede seu afastamento] a 200 juristas. Vai ter 200 juristas dizendo que a peça não tem menor sentido", afirmou.
O presidente da Câmara disse não temer o processo contra ele no Conselho de Ética. "É processo de natureza política que tem que ser enfrentado", afirmou. Questionado se algo tirava o seu sono, ele rebateu: "Nada me tira o sono, mas a mentira me tira a tranquilidade".
(Com Estadão Conteúdo)

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