sexta-feira, dezembro 04, 2015

Del Nero se licencia da CBF e deputado federal assume

Marco Polo Del Nero durante a convocação da seleção brasileira para os primeiros jogos das eliminatórias para a Copa de 2018, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (17)
Marco Polo Del Nero e seus antecessores Ricardo Teixeira e José Maria Marin estão na mira do FBI(Sergio Moraes/Reuters)
A CONFIRMAÇÃO DE SEU NOME ENTRE OS 16 NOVOS DIRIGENTESdenunciados pelo governo americano por corrupção fez com que Marco Polo Del Nero deixasse a presidência da CBF. O dirigente paulista de 74 anos pediu licença do cargo para se dedicar à sua defesa, informou a CBF nesta quinta-feira, em comunicado. Seu substituto interino será o deputado federal Marcus Antônio Vicente, um de seus quatro vices e ex-presidente da Federação Capixaba de Futebol.
Marcus Vicente, de 61 anos, foi eleito deputado federal pelo PP em 2014 com 45.000 votos e passou 20 anos na presidência da Federação do Espírito Santo. Ele é um dos integrantes da chamada "Bancada da Bola" e um dos quatro vices de Del Nero na CBF. Ele assumiu o cargo pois, na prática, Del Nero está apenas afastado. Caso o cartola renuncie à presidência, quem assumiria, segundo o estatuto da CBF, seria Delfim Pádua Peixoto Filho, seu vice mais velho e presidente da Federação Catarinense.
Nesta quinta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou formalmente Del Nero e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito, em pronunciamento em Washington, na noite desta quinta-feira. Outros 14 executivos ligados à Fifa foram indiciados, incluindo Alfredo Hawit, presidente da Concacaf, e Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, presos em Zurique nesta manhã.
Acusações - Na prática, o FBI apenas confirmou as suspeitas de que Del Nero e Teixeira são mesmo os co-conspiradores citados na primeira denúncia, feita em maio. A dupla e o também ex-presidente da CBF José Maria Marin são acusados de dividir propinas pagas pela Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla, um dos principais delatores do escândalo. Segundo o FBI, Hawilla concordou em pagar propinas anuais de 2 milhões de reais em direitos de transmissões da Copa do Brasil entre 2013 e 2022. D
e acordo com o documento divulgado nesta quinta, Teixeira, Del Nero e Marin também são acusado do recebimento de propinas pagas pela empresas TyC Sports e Datisa, pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa América, respectivamente. Na manhã desta quinta, o Comitê de Ética da Fifa já havia incluido o nome de Marco Polo Del Nero entre os investigados por corrupção, em procedimentos abertos em 23 de novembro. O cartola renunciou a seu cargo no Comitê Executivo da Fifa em 26 de novembro, sendo substituído pelo vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente José Sarney, Fernando Sarney.
Abaixo, comunicado oficial da CBF:
"A Confederação Brasileira de Futebol vem a público informar, face às noticias veiculadas nesta data, que o Presidente Marco Polo Del Nero apresentou pedido de licença do cargo com a finalidade de dedicar-se à sua defesa, em vista de ter seu nome mencionado em acusações relatadas pela Justiça norte-americana e pelo Comitê de Ética da FIFA.
Em nenhum dos procedimentos relatados foi conferida ciência ao Presidente do conteúdo das acusações, sendo certa sua absoluta convicção da comprovação de sua inocência, tão logo possa exercer os consagrados e constitucionais direitos ao contraditório e à ampla defesa.
Neste período de licença, o Presidente, em cumprimento às suas atribuições estatutárias, designa, interinamente, para o exercício da Presidência da CBF o Vice-Presidente Marcus Antônio Vicente."
Marcus Antônio Vicente, dirigente da CBF
Marcus Antônio Vicente, deputado e federal e agora presidente interino da CBF(cbf.com.br/Reprodução)

0 comentários:

Postar um comentário