terça-feira, dezembro 08, 2015

Em carta a Dilma, Temer reclama de falta de confiança

No Palácio do Planalto, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, fala com a presidente Dilma Rousseff após cerimônia de lançamento do Pacto Nacional de Violações de Direitos Humanos na Internet - 07/04/2015
Temer e Dilma: carta do vice cita desconfiança do governo em relação ao PMDB(Ueslei Marcelino/Reuters)
O vice-presidente Michel Temer enviou nesta segunda-feira uma carta à presidente Dilma Rousseff em que reclama da desconfiança do governo em relação a ele e ao PMDB. Temer revelou parte do conteúdo da mensagem em seu perfil no Twitter, depois que trechos da carta vazaram na imprensa. Segundo a assessoria do vice-presidente, o peemedebista ficou surpreso com a divulgação, já que a mensagem foi enviada em "caráter pessoal" e sem publicidade.
"Diante da informação de que a presidente o procuraria para conversar, Michel Temer resolveu apontar por escrito fatores reveladores da desconfiança que o governo tem em relação a ele e ao PMDB", disse a Vice-Presidência. "Ele rememorou fatos ocorridos nestes últimos cinco anos, mas somente sob a ótica do debate da confiança que deve permear a relação entre agentes públicos responsáveis pelo país."
Apesar do tom de desabafo da carta, a assessoria de Temer afirma que o vice não propôs o rompimento entre partidos ou com o governo. A mensagem da Vice-Presidência, divulgada em uma série de tuítes, se encerra informando que Temer vai manter a "discussão pessoal no campo privado".
Temer vinha mantendo um silêncio público desde que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou pedido de abertura de impeachment contra Dilma na quarta-feira. Nos últimos dias, Dilma tem repetido reiteradamente ter confiança em Temer. De acordo com uma fonte ligada ao vice, as declarações foram interpretadas pelo peemedebista como uma cobrança pública de lealdade, algo que o incomodou.
Aliado - Também nesta segunda-feira, o ministro demissionário da Secretaria de Aviação Civil (SAC) Eliseu Padilha, um dos aliados mais próximos de Temer, negou que tenha deixado o ministério na semana passada, após o acolhimento da denúncia contra Dilma na Câmara, para ajudar na deposição da presidente. "Quem conhece o presidente Michel Temer e me conhece sabe que conspiração não cabe no nosso vocabulário", afirmou Padilha.
(Com agência Reuters)

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