Os pedalinhos nos quais este blog identificou os nomes dos netos de Lula foram comprados pelo subtenente Edson Antonio Moura Pinto, que ocupa um dos cargos de “servidores de livre provimento” a que ex-presidentes têm direito “para segurança e apoio pessoal”, segundo a lei 7474 de 1986.
Foi assim que o Instituto Lula explicou em seu site as notas fiscais da compra, considerando-a enquadrada nas tarefas de “apoio pessoal” que o assessor poderia desempenhar.
Mais adiante, no entanto, o instituto afirmou que “os pedalinhos foram adquiridas [sic] por Dona Marisa, que também adquiriu uma canoa de alumínio”.
Se Edson comprou os pedalinhos, mas Marisa foi quem adquiriu, a tradução do lulês para o português indica que Edson fez a compra a mando de Marisa, exercendo, portanto, uma tarefa aparentemente não prevista na lei 7474: a de “apoio pessoal” à ex-primeira-dama.
Isto é apenas um detalhe, claro, mas ele é bastante revelador de como a defesa de Lula se contradiz a todo instante, a despeito de suas tentativas de ironizar “esse capítulo da história do jornalismo investigativo brasileiro, digno de um filme que mereceria o Oscar (‘Os pedalinhos’)”.
Ninguém duvida que Lula, o rei das pedaladas, poderia concorrer ao Oscar de Melhor Ator por esse filme.
Uma das frases do roteiro do Instituto Lula que já nascem clássicas é:
“Não faz sentido guardar pedalinhos ou canoas de alumínio em um apartamento em São Bernardo do Campo.”
Na vida real, o que não faz sentido nem nunca fará são alegações como essa. É como você dizer que comprou um cavalo para a sua fazenda porque não faz sentido guardá-lo em seu apartamento na cidade.
Dããã.
A palavra “guardar”, no entanto, não foi usada por acaso. Como a versão de Lula é que seu amigo Jacó Bittar comprou o sítio para que ele pudesse “acomodar objetos” recebidos durante seus dois mandatos, o Instituto Lula enquadrou os pedalinhos entre os objetos a serem acomodados, isto é, guardados.
É uma forma de adaptar qualquer novo elemento descoberto pela Polícia ou pela imprensa à versão anterior divulgada pela defesa, mesmo que o resultado da adaptação seja patético.
Ou alguém aí “guarda” pedalinhos em sítio de amigo? Pedalinhos com nomes dos netos, repito.
O fato é que Lula jura não ser dono do sítio reformado por empreiteiras do petrolão, mas a compra de equipamentos para o lazer de seus netos na propriedade é um sinal de que ele e Marisa não apenas a usufruíram, mas também ajudaram a incrementá-la para maior proveito e diversão da família.
Como diz o meu novo ditado:
Imóvel dado, não se olha a empreiteira.
Felipe Moura Brasil
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