sexta-feira, março 18, 2016

Grampo mostra Lula preocupado com 'preparo psicológico' do dono oficial do sítio em Atibaia

O ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de posse dos novos ministros no Palácio do Planalto, em Brasília
O ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de posse dos novos ministros no Palácio do Planalto, em Brasília(Adriano Machado/Reuters)
Em um novo grampo cujo sigilo foi levantado nesta quinta-feira por ordem do juiz Sergio Moro, o ex-presidente Lula conversa com o filho Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, para que ele apure se o empresário Fernando Bittar estava "preparado psicologicamente" para prestar depoimento no processo administrativo que apura irregularidades ligadas ao Instituto Lula. A questão é feita em meio a conversas sobre trivialidades, como qual filme deveria ver na TV ou quanto as crianças tinham economizado em um cofrinho.
Em outra conversa, Lulinha avisa ao pai que Fernando Bittar quer conversar pessoalmente com o petista, mas pretende evitar o Instituto Lula para fugir do assédio da imprensa. Uma conversa na casa do próprio Lula é então agendada.
Investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal na Operação Lava Jato indicam que o ex-presidente Lula comprou duas propriedades em Atibaia e utilizou interpostas pessoas, como o próprio Fernando Bittar, para mascarar a real propriedade dos imóveis. Segundo o Ministério Público Federal, em 2010 o petista comprou dois sítios por 1,539 milhão de reais, sendo que existem "fortes indícios" de que as empreiteiras OAS e Odebrecht, já investigadas na Lava Jato, e o pecuarista e amigo de primeira hora do petista, José Carlos Bumlai, tenham arcado com 770.000 reais para a transação.
Em Atibaia, dois sítios contíguos, um do empresário Jonas Suassuna, e outro em nome de Bittar, foram adquiridos na mesma data, em 29 de outubro de 2010. Na propriedade Santa Bárbara, constam como proprietários Suassuna e o empresário Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de Lula e um dos fundadores do PT. Conforme VEJA revelou em abril de 2015, no entanto, Lula era frequentador assíduo do sítio, cuja reforma foi bancada pela empreiteira OAS a pedido do ex-presidente.

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