sábado, abril 16, 2016

Temer volta a Brasília e rebate Dilma: 'Mentiras rasteiras'

O vice-presidente da República, Michel Temer - 11/04/2016
O vice-presidente da República, Michel Temer, concede entrevista coletiva em Brasília(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Às vésperas da votação do impeachment, o vice-presidente da República Michel Temer decidiu voltar a Brasília e se concentrar com aliados no bunker montado no Palácio do Jaburu para contabilizar votos a favor do processo de deposição da presidente Dilma Rousseff. Se a ideia original do vice era submergir temporariamente para evitar mais petardos petistas, a estratégia agora é esticar a corda e confrontar o discurso de Dilma segundo o qual Temer, se ascender à presidência da República, imporia "sacrifícios" à população brasileira e acabaria com programas sociais, como o Bolsa Família.
O discurso de terrorismo sobre os programas sociais, prática recorrente durante a campanha à reeleição de Dilma, é sacado novamente para que deputados ainda indecisos sobre o impeachment sejam pressionados por suas bases eleitorais e em uma tentativa de sensibilizar a população para que ela, influenciada pelo discurso do medo, recue do atual apoio majoritário ao impeachment - segundo o Datafolha, 68% da população é favorável ao impeachment de Dilma. A própria presidente passará o sábado em reuniões com deputados no Palácio da Alvorada.
Na noite desta sexta-feira, depois de ter sido orientada a suspender um discurso que faria em cadeia de rádio e TV, Dilma gravou um vídeo em que afirma que Michel Temer ameaça a educação pública, com a defesa da mudança do regime de exploração do petróleo do pré-sal, e diz que o vice pode acabar com programas sociais. "Os golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder será necessário impor sacrifícios à população brasileira", disse ela. "Estão dispostos a violentar a democracia e rasgar a Constituição Federal, espalhando a intolerância, o ódio e a violência entre nós."
Hoje, Michel Temer rebateu. "Defendo a unificação e pacificação dos brasileiros. Não o caos, o ódio e a guerra. Só sairemos da crise se todos trabalharem pelo Brasil, não pelos seus interesses pessoais", afirmou. "Leio hoje nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa Família. Falso. Mentira rasteira. Manterei todos os programas sociais", disse.
Cargos - Na batalha voto a voto no processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff cumpriu mais um papel na retaliação a adversários e exonerou o secretário de Navegação Aérea Civil Juliano Noman, indicado pelo ex-ministro e aliado de primeira hora de Temer, Eliseu Padilha. A demora na nomeação de Noman foi emblemática para que o próprio Padilha pedisse as contas do governo. Em dezembro, sem explicações a Padilha, a indicação de Juliano Noman foi retirada pela Casa Civil e a sabatina do então secretário de Aeroportos, ligado também ao ex-ministro Moreira Franco, foi cancelada, gerando protestos no PMDB.

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