sexta-feira, junho 17, 2016

Aplauso: Temer quer reduzir EBC e fechar a milionária TV Brasil, a TV Traço

Reinaldo Azevedo
Vamos aplaudir o presidente Michel Temer de pé! A Folha informa nesta sexta que ele pretende pôr fim a uma das maiores sinecuras que há no país: a TV Brasil, também chamada de TV Traço e TV Lula. É um dos negócios que integram a EBC, a Empresa Brasileira de Comunicação, criada em 2007. Alguns números falam por si.
Em 2008, o Tesouro meteu  R$ 123,3 milhões na EBC. No ano passado, R$ 496,1 milhões; neste ano, estão previstos R$ 535 milhões. Desde a sua criação, já foram consumidos R$ 2,6 bilhões. A EBC tinha 1.462 funcionários; hoje, está com 2.564. Seus custos de produção saltaram de R$ 61 milhões para R$ 236,5 milhões.
A EBC é formada por TV Brasil, Rádio, TV NBR, TV Brasil Internacional, Internet, monitoramento de mídia e agência. O grande sumidouro de dinheiro é mesmo a TV, que nunca conseguiu se encontrar com o telespectador. Entre seus contratados, a peso de ouro, estão alguns dos nomes conhecidos do jornalismo petista — essa contradição em termos —, como Luís Nassif, Paulo Moreira Leite e Sidney Rezende.
Criada sob o argumento de que seria apartidária e de que não serviria aos interesses ideológicos do governo, a EBC — e particularmente a TV Brasil — virou um cabide de empregos do petismo. Não! Ninguém vê os programas de Nassif e afins. O que conta é o trabalho que esses contratados fazem na Internet em defesa do PT, no ataque a seus adversários, na difamação de figuras consideradas incômodas do Judiciário e na agressão permanente à imprensa independente.
Em tese, a EBC seguiria os passos da BBC, mas nunca conseguiu ser mais do que bisonha. Os programas de TV no mais das vezes são risíveis, tal o primarismo da linguagem e a sabujice a que se dedicam.
Segundo informa a Folha, o governo vai mudar a lei que regula a EBC, o que vai permitir o fim do conselho curador — um grupo formado de 22 integrantes, com mandato de dois anos —, que toma as decisões mais importantes na EBC. Isso vai permitir a demissão de Ricardo Melo, nomeado por Dilma no apagar das luzes do seu governo. Ele já havia sido demitido, mas conseguiu uma liminar no Supremo para voltar ao cargo.
Um país que vai fabricar um déficit de R$ 170,5 bilhões não pode se permitir manter uma máquina de empregar companheiros que consome mais de meio bilhão de reais por ano. E para nada. Metade dessa dinheirama vai justamente para a TV Brasil, a emissora que ninguém vê.
Reitero: não se trata aqui de criticar a suposta eficiência do trabalho ideológico da TV Brasil na defesa do petismo. Isso é bobagem. Reitere-se: a emissora é ignorada. Ela só é usada como cabide de empregos para alguns espertalhões que fazem o trabalho sujo do petismo em outras plataformas.

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