quarta-feira, outubro 27, 2010

Morre o ex-presidente argentino Néstor Kirchner aos 60 anos

Ag. / Reuters

Ele havia sido internado com urgência na manhã desta quarta.
Ele e a presidente Cristina descansavam em El Calafate, sul do país.

O ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu por volta das 10h locais  (11h no horário de verão) desta quarta-feira (27), vítima de um ataque cardíaco."Foi uma morte súbita", disse Luis Buonomo, médico de Kirchner, em entrevista.Kirchner morreu depois de ter sido internado emergencialmente por problemas cardíacos no hospital José Formenti, na cidade de El Calafate, na província de Santa Cruz, berço político do casal Kirchner.
O casal estava na cidade desde o final de semana passado, segundo o "La Nación".Ele e a esposa, sua sucessora e atual presidente Cristina Fernández de Kirchner, descansavam na residência da família na cidade. Ela -que se recuperava de uma gripe- estava ao lado dele quando ele passou mal.Esta quarta-feira é feriado nacional na Argentina, por conta da realização do censo.Argentinos convocaram pelas redes sociais um ato em homenagem a Kirchner que deve acontecer na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, às 20h (21h de Brasília).Saúde problemáticaOs problemas de saúde do ex-presidente e deputado não eram novos.Em fevereiro, foi submetido a uma cirurgia emergencial de alta complexidade para desobstruir a artéria carótida direita.Em 2004, ele teve um crise gástrica derivada de uma síndrome do cólon irritável.Em meados de setembro, Kirchner havia sido submetido a uma angioplastia coronária, um procedimento para a dilatação de uma obstrução ou estreitamento das artérias do coração, depois de ter sido internado com dores no peito.De acordo com nota divulgada pelo governo à época, o procedimento foi um “sucesso” e também incluiu a colocação de um “stent”, uma prótese metálica que, posicionada no interior de artérias coronarianas obstruídas, normaliza o fluxo sanguíneo local.
Corpo pode ir a Buenos Aires
O chefe de gabinete do governo da Argentina, Aníbal Fernández, e outros funcionários partiram para El Cafalate por conta da morte súbita de Kirchner.
Dezenas de pessoas se reuniram em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, à espera de notícias sobre a morte do marido da presidente Cristina.Seus adversários o acusavam de autoritarismo, e o mercado financeiro via com desconfiança as políticas econômicas de Kirchner, que também eram seguidas pela administração de sua mulher.Sua presidência foi marcada pela consolidação da recuperação econômica do país, depois de uma forte crise econômica e política nos anos anteriores. Ele também ajudou a reunificar o Partido Justicialista (peronista), que enfrentava uma crise interna.Possível candidatoA imprensa local informou que o corpo de Kirchner pode ser levado a Buenos Aires para ser velado, mas isso ainda não foi confirmado.Deputado, líder do governante Partido Justicialista e secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) , Kirchner tinha 60 anos e governou a Argentina entre 2003 e 2007.Néstor Kirchner conseguiu eleger Cristina como sua sucessora, para um mandato que se encerra em 2011.O governo de Cristina enfrentou sua pior crise em 2008, quando o setor agrário fez seguidas greves por conta da taxação sobre a exportação de soja.Na ocasião, Néstor Kirchner acusou os fazendeiros de complô e pediu que seus partidários boicotassem as companhias que participaram dos protestos.Néstor Kirchner era o principal aliado e conselheiro de Cristina, e, apesar do desgaste sofrido pelo governo dela nos últimos anos e de seus recentes probolemas de saúde, esperava-se que ele fosse se candidatar novamente à presidência nas eleições do próximo ano.Kirchner costurou alianças para tentar voltar ao poder, mas também estreitou laços com líderes esquerdistas latino-americanos, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

0 comentários:

Postar um comentário