domingo, setembro 25, 2011

Gastão troca ONGs por Senac nos planos para a Copa

Roberto Stuckert Filho/PR
Gastão Vieira, o novo ministro do Turismo, decidiu remodelar a estratégia do governo no treinamento de mão de obra para a Copa do Mundo de 2014.
Em vez de repassar verbas a ONGs, Gastão vai firmar parceria com o Senac, instituição de ensino professional do ‘Sistema S’.
Nos próximos dias, técnicos do Turismo e do Senac farão a primeira reunião. O encontro foi acertado na última quarta-feira (21).
Nesse dia, Gastão recebeu Gil Siuff, presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio), entidade que gere o Senac.
Decidiu-se criar um programa conjunto para treinar trabalhadores de setores com vocação turística: bares, restaurantes e hotéis, por exemplo.
“Temos de fazer as coisas com quem sabe fazer”, disse Gastão. Até aqui, o governo vinha priorizando o repasse de verbas para ONGs.
Uma delas, o instituto Ibrasi, tornou-se estrela do escândalo esquadrinhado pela PF e Procuradoria.
Verificou-se que um dos convênios firmados com o Ibrasi para treinar de mão de obra turística no Amapá não produziu cursos, mas desvios. Evaporaram R$ 3 milhões.
O Senac lançou em março um programa nacional de educação profissional voltado especificamente para a Copa-2014.
Prevê a qualificação de 1 milhão de profissionais do turismo em três anos. Gastão quer inserir o Ministério do Turismo nesse projeto.
O novo ministro imagina que, levando as ONGs ao freezer, congelará um dos principais focos de corrupção do seu ministério.
Simultaneamente, Gastão tenta distanciar-se do estilo do antecessor Pedro Novais, apeado do ministério em meio a uma bruma de suspeições.
Maranhense como Novais, filiado ao mesmo PMDB e apadrinhado pelo mesmo José Sarney, Gastão quer realçar diferenças.
Na quinta (22) e nesta sexta (23), um servidores do Turismo, agora sob “nova” gestão, participou de um ciclo de palestras anti-corrupção.
Foram ministradas pelo pessoal da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União –dois órgãos que perscrutam os ralos do Turismo.
Empossado sob ceticismo generalizado, o ministro Gastão protagoniza algo que pode ser chamado de um bom começo.

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