quarta-feira, outubro 26, 2011

Em cartaz, Dilma Rousseff e seus dois ex-presidentes

Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR

Se este início de semana virasse um filme –‘Dona Dilma e seus dois ex-presidentes’—, a trilha sonora teria de incluir ‘Imagine’, de Jonhn Lennon.
A cada aparição do inimaginável, a canção pediria, ao fundo, para a plateia imaginar um mundo de paz e confraternização...
...Um mundo racional, sem nada que justificasse matar ou morrer. Um paraíso de seres inocentes, movidos pelo ideal iluminista da sociedade sem fronteiras.
Considerando-se as diferenças que separam PT e PSDB de suas semelhanças, ‘Imagine’ soaria paradoxal.
Petistas e tucanos exibem uma disposição incontrolável de manter –figurativamente— uma guerra política religiosamente ritualizada.
Exibindo um talento político insuspeitado, Dilma busca no convívio amistoso com os caciques das duas aldeias a eliminação dos instintos tribais.
Antes de deixar Brasília, Lula dissera à sucessora que fazia questão de acompanhá-la na inauguração de uma obra que iniciou: a ponte sobre o Rio Negro.
Em fevereiro, num compromisso social, FHC solicitara à pupila do rival que concedesse audiência a um grupo de anciãos que integra, o ‘The Elders’.
Num gesto estudado com esmero, Dilma cuidou de aproximar os dois eventos, acomodando-os na agenda em dias justapostos.
Na segunda (24), proporcionou a Lula uma inauguração-comício. Permitiu-se posar ao lado dele ostentando um cocar indígena.
Nesta terça (25), franqueou a mesa do Alvorada para FHC e seu grupo de ex-líderes humanitários –do americano Jimmy Carter ao finlandês Martti Ahtisaari.
O petismo reage com assombro à aproximação de Dilma com um FHC que, na campanha, a chamara de “boneca de ventríloquo”.
O tucanato espanta-se com a “rendição” de FHC à criatura de um antagonista que julga ter descoberto o Brasil em 2003.
Alheia aos assombos e espantos, Dilma empurra para dentro de sua biografia uma matéria prima escassa: o espírito republicano.
À sua maneira, a presidente durona amacia sua Presidência. Retira de cena o excesso de ódio. Relaciona-se gostosamente com os dois ex-presidentes.
Ao dar continuidade a um sem renegar os avanços do outro, Dilma leva ‘Imagine’ à vitrola. Quem poderia imaginar?

1 comentários:

  1. O fiel PSDbista, Paulo Nazareno, já se rendeu, só falta agora esse FHC, que é coisa ruim, se filiar ao PMDB e dizer que é a mesma coisa do PSDB.

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