Prefeita de Natal é afastada por decisão judicial

Micarla de Sousa (PV) é suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em processos licitatórios da Secretaria Municipal de Saúde

A gestão de Micarla é reprovada por 92% dos eleitores de Natal (F·bio Cortez/D.A Press)

A prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), foi afastada do cargo nesta quarta-feira por decisão do desembargador Amaury Moura, do Tribunal de Justiça do estado, acatando pedido feito pelo procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto. Em ação com pedido liminar, o Ministério Público (MP) denunciou o suposto envolvimento da prefeita em esquemas de fraudes em processos licitatórios da Secretaria Municipal de Saúde.

O caso ficou conhecido como Operação Assepsia, na qual foram denunciados empresários, o procurador do município e secretários por ilegalidades em contratos de empresas para gerenciamento de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e da Assistência Médica Especializada (AME).

Na ação, o procurador-geral de Justiça pediu também o afastamento dos secretários municipais Jean Valério Damasceno (Secretaria Municipal de Juventude, Esporte, Lazer e Copa do Mundo da FIFA) e João Bosco Afonso (Secretaria Especial de Meio Ambiente e Urbanismo). O desembargador ainda não analisou o pedido do MP. O processo tramita em segredo de justiça.

A prefeita será substituída pelo vice, Paulinho Freire (PP), que foi eleito vereador no pleito municipal deste ano.

Desaprovação – Filha do ex-senador Carlos Alberto de Sousa, Micarla desistiu de disputar a reeleição em meados de junho. Segundo pesquisa do Ibope divulgada em 5 de setembro, a atual prefeita, que também é presidente estadual do PV, acumula um índice de rejeição de 92%. 

Durante a manhã desta quarta-feira, após saber que havia sido afastada da prefeitura, ela permaneceu em casa,não concedeu entrevistas nem emitiu nenhuma nota oficial sobre o assunto. O telefone celular do secretário municipal de Comunicação está desligado. A administradora afastada recebeu, nesta manhã, a visita de alguns auxiliares de primeiro escalão, mas eles também não deram declarações à imprensa.

(Com Estadão Conteúdo)