sexta-feira, dezembro 20, 2013

Crateús. O Ministério Público (MP), através do promotor de Justiça desta comarca, José Arteiro Soares Goiano convocou os órgãos do governo estadual responsáveis pelo gerenciamento e abastecimento de água, Cogerh e Cagece, para prestarem esclarecimentos sobre o assunto em uma Audiência de Informação ao Público. O MP salientou que foi provocado pela população da cidade, preocupada com um iminente colapso no sistema de abastecimento de água para consumo humano no município e nas vizinhas cidades de Novo Oriente e Quiterianópolis. Os três municípios estão consumindo água do Açude Flor do Campo, situado em Novo Oriente, que está atualmente com 4,6 milhões de metros cúbicos, 4,47% da sua capacidade.

O evento foi convocado pela Promotoria da Comarca na cidade, para avaliar a transferência de recursos do Açude Flor do Campo, em Novo Oriente, para três municípios dos Sertões dos Inhamuns fotos: Silvania Claudino

"A controvérsia em torno de suposta suspensão definitiva do fornecimento regular de água tem gerado relevante intranquilidade e até conflito. Com a Audiência, pretendemos obter parâmetros técnicos sobre a problemática. Estamos aqui para ouvir as informações oficiais dos órgãos competentes. Queremos saber qual o plano B para o abastecimento de Crateús, caso o inverno não possibilite recarga nos reservatórios", assinalou o promotor de Justiça.

A Cogerh ressaltou que livrou a cidade do colapso neste ano com a operação de transferência de água do Açude Flor do Campo, em Novo Oriente para o Açude Carnaubal, que abastece Crateús e estava no fim de suas reservas hídricas. E que garante o abastecimento até fevereiro de 2014 e de Novo Oriente até dezembro do mesmo ano.

O órgão garantiu que Crateús não entrará em colapso, pois tem material e tecnologia para estabelecer soluções. A Cagece, representada por técnicos locais e pela diretoria estadual, fez suas explanações acerca da problemática, garantido o emprenho em busca de soluções para a garantia de abastecimento e distribuição de água.

"Conforme programamos no início da operação, garantimos o abastecimento até fevereiro em Crateús e em Novo Oriente até dezembro de 2014. Caso não haja quadra invernosa suficiente para recarga, temos material (canos), conhecimento e tecnologia para prover soluções a partir da construção de adutoras de engate rápido, como foi feito aqui e em outros municípios do Estado. Crateús não ficará sem água", assegurou Gianni Lima, assistente da diretoria de operações da Cogerh.

Alternativa

Lima explicou que Crateús tem quatro reservatórios em seu entorno, que possibilitarão novas transferências de água, caso necessário. "A alternativa viável hoje seria trazer água do Açude Barra Velha, de Independência. Em janeiro e fevereiro, se não houver inverno, estudaremos outras possibilidades", complementou ele.

O promotor pediu ainda esclarecimentos acerca de outras possibilitadas acertadas em encontro do Comitê das Águas de Crateús, em julho com o governador Cid Gomes. Realização de desvio no leito do Riacho Capitão Pequeno para desaguar no açude Carnaubal, construção de adutora definitiva e de poços profundos foram cobradas junto aos representantes dos órgãos, como formas de prevenção em um possível novo colapso.

Cerca de 50 representantes de vários segmentos da sociedade civil organizada de Crateús e alguns de Novo Oriente participaram da Audiência, realizada no Fórum local. Muitos se manifestaram cobrando providências urgentes por parte dos órgãos e do Governo do Estado, a fim de que a população da cidade não fique à mercê da falta de água, se não houver bom inverno em 2014.

"O Açude Flor do Campo não está sendo zelado e a água está sem qualidade. Não creio que o seu volume potável vá até abril. Há muito peixe no Açude e vim em busca de soluções efetivas", cobrou Nascimento Rosendo, que reside nas proximidades do Açude Flor do Campo em Novo Oriente.

O professor Arquimedes Marques, de Crateús reivindicou ações concretas e urgentes por parte dos dois órgãos, alegando que "não podemos ficar de braços cruzados esperando um bom inverno, pois as previsões dos órgãos competentes não são boas. Os governantes tem que administrar a não transferir a responsabilidade para Deus, por não terem compromisso e competência", lamentou.

Silvania ClaudinoRepórter

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