segunda-feira, janeiro 13, 2014

Brasil

Em família, por Ricardo Noblat

Roma falou. Ou melhor: Brasília.
A crise da segurança Pública no Maranhão agravou-se desde o mês passado. Finalmente, na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff postou sete mensagens consecutivas em seu twitter.
Para dizer que acompanha a crise, que despachou para São Luís seu ministro da Justiça e que providências para controlá-la começaram a ser tomadas. Citou algumas. E voltou a se calar.
Todo cuidado é pouco. Dilma é candidata à reeleição. Há quatro anos, depois do Amazonas, foi o Maranhão, feudo da família Sarney há meio século, o Estado a lhe conferir a maior vantagem de votos sobre Serra (PSDB) – 79% dos válidos no segundo turno.
Primeiro cacique a se incorporar em 2002 à campanha de Lula, José Sarney foi o único a acompanhá-lo no avião que o devolveria a São Paulo oito anos depois.
Lula aprendeu a gostar dele. No passado, em comício no Maranhão, chamou Sarney de “ladrão”. No governo, encantado com seu apoio, batizou-o de “homem incomum” e fez-lhe quase todas as vontades.

Roseana Sarney, governadora do Maranhão.

A crise da segurança pública que provocou até aqui a decapitação de presos, atentados contra delegacias e a morte de uma criança queimada por bandidos, veio em má hora para os Sarney – e, por tabela, para Dilma.
Há um candidato favorito ao governo do Maranhão e ele é adversário da família – Flávio Dino, advogado, ex-deputado federal, filiado ao PC do B e atual presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
No plano nacional, o PC do B está com a candidatura Dilma e não abre. No Maranhão, Dino está com a candidatura a presidente de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. E também não abre.
Ali, na mais recente eleição municipal, o PSB apoiou Edivaldo Holanda Junior (PTC) para prefeito de São Luís, e indicou seu vice. Eduardo participou ativamente da campanha de Edivaldo. Que agora é eleitor de Dino.
Em Pernambuco, empurrada por Lula e Eduardo, Dilma teve três quartos dos votos. Agora não terá mais.
Minas Gerais presenteou-a no segundo turno com quase 60% dos votos válidos.
O candidato majoritário de Minas Gerais à vaga de Dilma é o senador Aécio Neves (PSDB). Que espera colher em São Paulo, com a ajuda do governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, uma vitória igual ou maior do que a de Serra em 2010.
A luz amarela está acesa nos bastidores da campanha por ora informal de Dilma. Vê só por que ela aparenta estar alheia ao que acontece no Maranhão?
Alguém viu por aí a ministra dos Direitos Humanos? Ela não deveria ter viajado ao Maranhão? Roseana vetou – e Dilma acatou o veto.
O procurador geral da República deverá pedir intervenção federal no Maranhão. A ministra dos Direitos Humanos empenhou-se para que seus conselheiros não pedissem. Foi bem-sucedida.
Roseana deixará o governo em abril próximo para ser candidata ao Senado.
Somente na semana passada ela quebrou o silêncio e falou sobre a crise.
Foi um desastre. Agrediu o bom senso. Revelou-se despreparada para o exercício do cargo que ocupa pela segunda vez. Traiu a arrogância de quem está acostumada a não dar satisfações ao distinto público.
Cometeu a frase desde já candidata à frase do ano: “Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico”.
O Maranhão tem a pior renda per capita entre os 27 Estados brasileiros. Está em 26º lugar em matéria de Índice de Desenvolvimento Humano. Quase 40% de sua população são pobres.
Ali, manda a família comum de um homem incomum.


Em ano eleitoral, Dilma dará R$ 1 bi a mais ao Minha Casa Minha Vida

Júnia Gama e Cristiane Jungblut, O Globo
Determinada a fazer do programa Minha Casa Minha Vida o grande trunfo da campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff acionou as equipes técnicas do governo para concluir com rapidez estudos que lhe permitam lançar, o mais depressa possível, a terceira fase do programa, com uma nova meta: contratar a construção de 3,5 milhões de casas entre 2015 e 2018, contra 2,7 milhões da fase 2, que termina este ano.
Em ano eleitoral, a verba prevista no Orçamento da União para o Minha Casa foi turbinada: será cerca de R$ 1 bilhão a mais que em 2013. Segundo o Ministério do Planejamento, em 2014 haverá R$ 15,77 bilhões previstos no Orçamento.
Quando anunciou a terceira fase do programa, em novembro, o governo estimava 3 milhões de casas. Agora, Dilma quer 3,5 milhões para sua nova bandeira eleitoral. O núcleo político do governo e a equipe da reeleição sabem, com base em pesquisas qualitativas, que o Bolsa Família, já no 10º ano de vigência, não tem mais o poder eleitoral do passado, pois já é considerado uma conquista sem volta.



Eduardo Campos se reunirá com PSB, sem Marina, dia 17

Maria Lima, O Globo
O governador Eduardo Campos (PSB-PE, foto abaixo) vai ter que exercitar a paciência à exaustão nas próximas semanas, para resolver pendências fundamentais à sua candidatura a presidente sem melindrar Marina Silva e líderes da Rede Sustentabilidade.
Cansados de ouvir de adversários que Marina é maior que Campos, ou que ele é refém dela, integrantes da cúpula do PSB querem formalizar até fevereiro a chapa presidencial, com Marina como vice, além de agilizar os entendimentos para a renovação da coligação com o tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo.
No dia 17, Campos vai reunir a direção do PSB em Recife, sem Marina, para avaliar os rumos da coligação com a Rede e das parcerias com o PSDB em SP e outros estados. Enquanto ampliam os entendimentos para manter a aliança com Alckmin, tendo um socialista como vice, os dirigentes do PSB querem convencer Marina a formalizar a chapa presidencial.



Apartheid no shopping?

Maria Martín, El Pais
Seis shoppings do Estado de São Paulo conseguiram ontem o apoio da Justiça para bloquear suas portas automáticas para que policiais e seguranças privados identificassem a quem quisesse entrar. O alvo da discriminação: menores desacompanhados, de baixa renda. Esse é o perfil de quem está colocando em xeque vários centros comerciais do Estado com os chamados rolezinhos, encontros multitudinários de jovens, convocados pelas redes sociais que, mesmo sem intenção de delinquir, incomodam clientes e lojistas.
Não é a primeira vez que os shoppings reforçam a segurança e identificam quem não se encaixa no perfil do consumidor padrão, mas a liminar (decisão provisória) do juiz proibia e previa uma multa de 10.000 reais a quem participasse desse tipo de manifestação convocada ontem em quatro centros comerciais do Estado. No shopping JK Iguatemi, situado na cobiçada avenida Brigadeiro Faria Lima, os seguranças chegaram a barrar a entrada de funcionários, jovens que não tinham cara de compradores de um dos shoppings mais caros da cidade.


MA:‘guerra’ pelo poder na cadeia reflete disputa por pontos de tráfico

Artur Rodrigues, Estadão
As duas facções criminosas responsáveis pela onda de violência nas cadeias do Maranhão também deixam vítimas do lado de fora das cadeias – e desde muito antes dos ataques vistos na semana passada. É o que mostram inquéritos policiais obtidos pelo Estado. Bonde dos 40 e Primeiro Comando do Maranhão (PCM) travam desde 2009 uma guerra por pontos de drogas, aterrorizando os bairros onde se instalam. Para intimidar, jogam cabeças de vítimas na área dos rivais e já fizeram até um funk.
A investigação é conduzida pelo delegado Valter Vanderley, responsável pela prisão de mais de 50 integrantes desses grupos. Ameaçado pelas facções, ele conta que os bandidos matam os inimigos para assumir seus pontos de tráfico.

Complexo Penitenciário de Pedrinhas, Maranhão


RJ: bueiro pega fogo e deixa parte da Zona Sul sem energia

O Globo
Residências e estabelecimentos comerciais de Ipanema e da Lagoa, na Zona Sul carioca, ficaram neste domingo mais de 12 horas sem energia elétrica. O problema teve início às 3h, quando um bueiro da Light no cruzamento das ruas Visconde de Pirajá e Aníbal de Mendonça, em Ipanema, pegou fogo. O fornecimento de luz só começou a ser restabelecido no fim da tarde. A concessionária alega que o apagão foi causado por um furto de cabos.
O incidente chegou a afetar trechos do Leblon e de Copacabana, mas, nesses bairros, a situação foi rapidamente normalizada. Nas áreas que amanheceram sem luz, parte do comércio não abriu as portas. Somente estabelecimentos que têm geradores funcionaram normalmente. Flamínio Globo, funcionário da Livraria da Travessa da Visconde de Pirajá, passou o dia sem poder trabalhar.


Banco Central afirma que Caixa não ‘confiscou’ dinheiro de poupanças

Murilo Rodrigues Alves e Fabrício de Castro, Estadão
O Banco Central (BC) divulgou nota neste domingo, 12, na qual afirma que não houve qualquer prejuízo para os clientes da Caixa Econômica Federal com a decisão do banco público de encerrar, em 2012, as contas de poupança que estavam com CPF irregulares.
Segundo o BC, a regulação assegura que os clientes que tiveram as contas encerradas têm direito ao dinheiro que estava depositado nelas, após regularização da situação, a qualquer tempo. O órgão regulador do sistema financeiro esclareceu ainda que o banco estatal seguiu as normas que determinam o encerramento dessas contas irregulares.
Em 2012, a Caixa encerrou 496.776 contas cujos CPF tinham sido cancelados, suspensos ou pendentes de regularização com a Receita Federal. No conjunto, essas contas de poupança detinham R$ 719 milhões, que descontados dos impostos, aumentaram o lucro líquido da instituição em R$ 420 milhões em 2012. A operação foi revelada pela revista IstoÉ deste fim de semana.


Xisto reduz venda da Petrobrás aos EUA

Claudia Trevisan, Estadão
A alta velocidade com que os Estados Unidos ampliam sua produção de petróleo de xisto mudou o cenário geopolítico global associado ao combustível e contribuiu para uma redução de 60% nas exportações brasileiras do produto para o mercado americano em um período de dois anos. Em 2013, pela primeira vez, a Petrobrás vendeu mais para a China do que para os EUA, que durante anos foi seu maior comprador.
Desde 2008, os Estados Unidos ampliaram em 50% a sua produção, graças à tecnologia que permite a retirada de petróleo de rochas de xisto. Só no ano passado, a expansão foi de 1 milhão de barris/dia, mais que a soma do aumento registrado em todos os demais países, segundo dados oficiais.

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