sábado, março 22, 2014

Nascente do Rio Poti será preservada


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A visita dos membros do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Sertões de Crateús fez parte das atividades em comemoração ao Dia Mundial da Água, festejado hoje. Eles conheceram a Fazenda Jatobá onde está o recurso hídrico
FOTO: CÍCERO LACERDA
Quiterianópolis A área em que está situada as nascentes do Rio Poti poderá ser transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Membros do Comitê de Bacias Hidrográficas (CBH) dos Sertões de Crateús visitaram o local na última quinta-feira e mantiveram diálogo com o proprietário acerca do assunto.
A visita fez parte das atividades do Comitê em comemoração ao Dia Mundial da Água, cuja data é hoje. As nascentes do Rio Poti ficam na Fazenda Jatobá, há cerca de 40km da Sede de Quiterianópolis. Cerca de 12 entidades participaram da atividade ambiental.
Segundo o Comitê, o objetivo da visita, além de conhecer o local, foi verificar o que os membros do CBH podem fazer para contribuir com a preservação das nascentes do Poti. Na ocasião, a comitiva foi recepcionada pelo proprietário da área, Cícero Maranhão, e o representante da Associação das Nascentes do Rio Poti, Leandro Cavalcante.
Após a visita nas fontes d'água toda a comitiva conversou com o proprietário da Fazenda, principalmente, sobre a transformação da área em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
O proprietário se mostra interessado no projeto e ressalta que necessita de ajuda para manter o local protegido. "Enquanto eu for proprietário dessa área vou lutar para manter essas nascentes preservadas", frisou.
O presidente do CBH, Wanderlei Marques, destacou que a visita foi bastante proveitosa, pois, além de conversar com o proprietário da área, a comitiva também conversou com moradores e associações comunitárias da região.
"Ficamos felizes por perceber que a comunidade e o proprietário tem o cuidado de proteger as nascentes do rio e de não desmatar aquela área", comentou.
Inclusão
Marques também adiantou que o CBH já deliberou em suas reuniões que o colegiado vai buscar maneiras de incluir proprietários, como Cícero Maranhão, no Projeto de Pagamento por Serviços Ambientais. Neste projeto, proprietários de áreas onde há nascentes d'água recebem uma compensação financeira para preservar essas nascentes.
O presidente da Associação Comunitária das Nascentes do Rio Poti, Leandro Cavalcante, também ressaltou que agricultores familiares de Quiterianópolis, que moram às margens do Poti, já desenvolvem ações para preservação do Rio. "Nós já trabalhamos educação ambiental, cultivamos a horticultura nos quintais produtivos e adotamos o plantio em forma de mandalas, tudo isso para diminuir os impactos ambientais da atividade agrícola", comentou.
O Rio Poti possui 450km de extensão, localizado entre os Estados do Ceará e Piauí. Da nascente em Quiterianópólis ao encontro com o Rio Parnaíba, em Teresina (PI), o rio sofre degradações pela ação humana.
Atualmente castigado pela seca, está praticamente seco em todo o Ceará. Possui em seu curso atrativos naturais, que levam turistas a conhecer e desbravar, na divisa dos dois Estados, conhecido como Boqueirão ou Cânion do Rio Poti. Na própria nascente, neste município, o local chama a atenção pela beleza de paredões de rochas, exemplares para o turismo ecológico.
Reserva
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, ou seja, sem desapropriação de terra. No momento que decide criar uma RPPN, o proprietário assume compromisso com a conservação da natureza. Além de preservar belezas cênicas e ambientes históricos, as RPPNs assumem, cada vez mais, objetivos de proteção de recursos hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos entre vários outros serviços ambientais.
O Ceará conta com legislação específica para criação de RPPN, desde o ano passado. O decreto, de nº 31.255, assinado no último dia 26 de junho, pelo governador Cid Gomes, prevê que esse tipo de unidade de conservação ecológica possa ser criado em nível estadual. Desde o ano 2000, o procedimento existe em nível federal.
Silvania Claudino
Repórter

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