quarta-feira, abril 29, 2015

DIVERGÊNCIAS NO LEGISLATIVO Renan minimiza rixa com Cunha

Após embate na semana passada, o presidente do Senado disse que não vai 'rebaixar' discussão entre as duas Casas
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O senador também voltou a criticar o projeto de regulamentação da terceirização, que, segundo ele, tem o aval da presidente da República
FOTO: AGÊNCIA SENADO
Brasília. Em mais um capítulo da disputa entre a cúpula do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse, ontem, que não vai "rebaixar" a discussão entre as duas Casas Legislativas. O peemedebista reagiu ao ser questionado sobre a ameaça de aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de engavetarem propostas encabeçadas pelo Senado.
"Eu não vou rebaixar a discussão Câmara-Senado a esse patamar. Não é isso, pelo menos, que os senadores querem", disse.
Os dois peemedebistas começaram a se desentender publicamente na semana passada, quando Renan sinalizou ser contra o projeto da terceirização aprovado na Câmara, indicando que a proposta não terá tramitação açodada no Senado.
Principal responsável pela aprovação do projeto na Câmara, Cunha ameaçou, em reação, engavetar propostas vindas do Senado. Aliados do presidente da Câmara também se articulam para convocar um aliado do senador para depor na CPI da Petrobras. A cúpula da comissão quer ouvir o cearense Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável por armazenar e pelo transportar combustível.
A presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a não tomar partido na disputa e a tentar acalmar os ânimos dentro do Congresso. Na semana passada, ela escalou emissários para conversas com os dois lados. O temor é que, com o governo fraco, a guerra interna entre as duas figuras mais influentes do PMDB imponha mais derrotas à presidente.
Mesmo com a diplomacia do Planalto, Renan voltou a elevar o tom contra a presidente. Segundo ele, ao promover um "ajuste trabalhista", Dilma perde a capacidade de negociar com a classe trabalhadora.
O senador também criticou o projeto de regulamentação da terceirização, que segundo ele tem o aval da presidente. "Não podemos permitir que a terceirização da atividade-fim se faça sem limite. Isso é um retrocesso, o Brasil não pode pagar esse preço. E a presidente não pode fazer isso. Se a presidente continuar fazendo isso, ela vai continuar não tendo condições de falar no 1º de Maio. E nós precisamos dar um resposta ao povo brasileiro".
Após visita a Renan, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou, ontem, que o setor tem "pressa" na votação do projeto da terceirização.

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