domingo, maio 31, 2015

Sai a novela. Mais políticos

POR ILIMAR FRANCO


A tese da coincidência eleitoral perde terreno a cada dia na Câmara. Os deputados dizem que seria muito tempo sem eleições. E, que juntar eleições municipais e nacionais é como misturar o boeiro com a política de juros. Eles argumentam ainda que a regra trará prejuízo aos meios de comunicação. Como o tempo de propaganda eleitoral não será reduzido, ele poderá dobrar e afetar a programação e a audiência das emissoras. 
Estava tudo indo bem
Entrou mosca na fusão entre PSB e PPS. Os socialistas de Pernambuco não estão gostando da provável redução de poder no novo partido. Sem Eduardo Campos, o diretório estadual ficou sem um líder de projeção nacional. Eles já temem o peso do vice-governador Márcio França (SP) e do senador Romário (RJ). Isso, sem contar com o ingresso da senadora Marta Suplicy (SP). O PPS também é mais forte no sul. Por isso, concluíram que o eixo de decisão do partido se deslocará para o Sudeste. A resistência pode atrapalhar os planos de fusão. Hoje, Pernambuco é o maior diretório do PSB do país. Tem cerca de um sexto dos delegados na convenção nacional socialista.
“O crescimento vai diminuir a nossa influência no PSB. Podemos ter candidaturas em SP, Rio e BH. Nunca tivemos ao mesmo tempo tantas candidaturas no Sudeste”
Um dirigente regional do PSB, sobre a fusão com o PPS
O clima nos Palácios
Ministros que convivem amiúde com a presidente Dilma afirmam que ela está muito tensa. Um desses interlocutores avalia que, às vezes, ela deixa transparecer alguma culpa por ter gasto mais do que devia no ano eleitoral. 
Ricardo Berzoini








Amarrado
O vice Michel Temer anda agoniado. As nomeações demoram e os acordos que fez não saem do papel. Os que vão perder o cargo ameaçam votar contra o governo. Essas disputas são entre os partidos e internas nas legendas. O ministro Ricardo Berzoini (foto), que já cuidou da partilha de cargos, costuma pedir serenidade nas reuniões da coordenação política.
Cara a tapa
Para aprovar a cota de 30% das cadeiras do Legislativo para mulheres, deputadas estão gravando depoimentos de parlamentares homens em defesa da proposta. A eles, elas argumentam capital eleitoral: 52% do eleitorado é feminino.
PSDB contra PSDB
A bancada do PSDB na Câmara está irritada com o partido no Senado. Quatro dos 12 senadores, entre eles o presidente da sigla, Aécio Neves, assinaram manifesto contra a PEC 215, que transfere a regulamentação de terras indígenas para o Congresso. O presidente da Comissão na Câmara é o deputado tucano Nilson Leitão (MT).
Com o olho nas ruas
É grande a dúvida na Câmara sobre os efeitos da aprovação de um mandato de cinco anos para os deputados. Temem a reação da opinião pública. Os deputados acabam com a releição para o Executivo e aumentam os seus mandatos.
Tema maldito
São tantos os políticos dizendo não tratar de cargos, que a coordenação do governo concluiu: “Ninguém quer deixar sua digital”. Um dos integrantes registra que nesse quesito é grande a diferença entre o PT do Nordeste e o do Sul. 
Os novos deputados do PMDB estão pressionando o líder Leonardo Picciani pela garantia de liberação de suas prometidas emendas parlamentares.

Presidente da Câmara avisa que redução da maioridade penal será votada até o fim de junho

RIO - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste domingo, em seu perfil no Twitter, que vai colocar em votação até o fim de junho a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que diminui de 18 para 16 anos a maioridade penal no país. O peemedebista disse que a comissão especial da redução da maioridade penal deve concluir os trabalhos até dia 15 de junho e, imediatamente, a proposta será levada a plenário.

“Além dessa polêmica, teremos ainda muitas outras, já que não vamos deixar de levar a votação matéria porque um grupo do PT não quer”, disse Cunha, afirmando que a redução da maioridade penal estava parada há mais de 20 anos e “tiramos da gaveta”.
“O PT não quer a redução da maioridade e acha que todos têm de concordar com eles”, postou o presidente da Câmara, que, neste domingo, escreveu também uma série de mensagens sobre reforma política, em que diz ser choro dos deputados a ação no STF contra emenda da reforma política.


Cunha disse defender um referendo sobre a questão para se faça um grande debate e afirmou que a consulta poderia acontecer junto com as eleições de 2016.
discussão sobre a redução da maioridade penal esquentou com a morte do médico Jaime Gold. Ele andava de bicicleta na Lagoa, quando foi assaltado e esfaqueado, supostamente, por adolescentes.

A próxima polemica após a conclusão da reforma política sera a redução da maioridade penal que votaremos ate o fim de junho em plenário

A comissão especial da redução da maioridade penal deve concluir seu trabalho ate dia 15 de junho e levaremos imediatamente ao plenário

Escalem dessa polemica teremos ainda muitas outras,ja que nao vamos deixar de levar a votação materia porque um grupo do PT nao quer
Defendo inclusive e vou sugerir ao relator que se faca um referendo sobre a redução da maioridade para que a gente faca um grande debate

Turma do homem forte de Pimentel tinha até contrato com a lobista Erenice Guerra

Na manhã desta sexta-feira (29), quando subiram pelas escadas do Bloco B da 114 Sul em Brasília, rumo ao confortável apartamento no 4º andar, os agentes daPolícia Federal sabiam que adentrariam um endereço que guarda alguns dos maiores segredos da República. O apartamento é uma espécie de sede paralela doPalácio das Mangabeiras, residência oficial do petista Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. Está registrado em nome da mulher dele, a jornalista Carolina de Oliveira Pereira (na foto acima com o marido). Durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando era o poderosoministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Pimentel e sua então namorada Carolina promoviam jantares discretos com políticos, empresários e lobistas, segundo fontes que participavam desses convescotes. A sala ampla acomodava bonitos quadros e uma mesa de jantar para oito pessoas. Uma empregada com uniforme servia sorrisos e boas bebidas. Falava-se muito de negócios, especialmente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Pimentel era presidente do Conselho de Administração do banco. Pimentel morava no apartamento. Guardava suas coisas lá. Agora, os agentes da PF recolheriam, com ordem judicial, o que houvesse no imóvel: dinheiro, computadores, pen drives, papéis.
Documento que tem informações de que a empresa de Carolina Oliveira, seria uma empresa fantasma  (Foto: Reprodução)
Ainda no começo do dia, também em Brasília, os agentes estiveram na sede daOli Comunicação e Imagem, empresa que pertence a Carolina. A operação da PF, batizada de Acrônimo, investiga um esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos com o governo federal. A PF estava na rua – e nos bons apartamentos de Brasília e de outras cidades – para buscar mais provas do esquema. Entre os alvos, além da primeira-dama de Minas, brilhava um empresário que participou da campanha de Pimentel e da primeira eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010: o empresário Benedito Oliveira, o Bené. ÉPOCA obteve acesso ao inquérito da operação. De acordo com o Ministério Público Federal, que fundamentou os pedidos de busca e apreensão em 90 endereços, a Oli “seria uma empresa fantasma, possivelmente utilizada para os fins da ORCRIM (organização criminosa) com a conivência de sua proprietária Carolina de Oliveira Pereira” (leia abaixo). 
Foi exatamente o que revelou ÉPOCA em novembro passado, numa reportagem. Nela, a revista, com base em entrevistas com a turma de Pimentel e documentos sigilosos, demonstrava que a empresa de Carolina era fantasma. Mostrava também que a ascensão financeira de Bené, dono de gráficas e empresas de eventos com contratos no governo petista, coincidiu com a ascensão política de Pimentel. Bené até indicara assessores e um secretário do Ministério do Desenvolvimento. E fora o dínamo da campanha de Pimentel ao governo de Minas.
Benedito Oliveira, amigo de Carolina Oliveira e Fernando Pimentel  (Foto: Reprodução)
A reportagem de ÉPOCA alavancou uma investigação da PF sobre Bené, que começara no mês anterior. Durante a eleição, ele fora detido no aeroporto de Brasília, num King Air de sua propriedade, com R$ 116 mil. Vinha de Minas. Não esclareceu a origem do dinheiro. Como se revelou na reportagem, o prefixo do avião (PR-PEG) trazia as iniciais dos filhos de Bené – daí “Acrônimo”, o nome da operação da PF. De acordo com a investigação que se seguiu, culminando com as batidas na sexta-feira, Bené era o cabeça do esquema. Foi preso, assim como o publicitário Victor Nicolato, parceiro dele, que ajudou a coordenar a campanha de Pimentel no ano passado.
O esquema de Bené, segundo as investigações, não era sofisticado. Ele conseguiacontratos superfaturados com o governo do PT, valendo-se de sua influência junto a próceres do partido, lavava o dinheiro por meio de uma vasta rede de empresas – e, após embolsar sua parte, repassava o butim para sua turma. Nas palavras da PF, o amigo de Pimentel “seria o operador de organização criminosa estruturalmente ordenada e com clara divisão de tarefas, a qual teria por atividade o desvio de recursos públicos, por meio de contratos não executados e/ou superfaturados com entes federais, mormente no setor de eventos e gráfico, e a posterior lavagem desses recursos, utilizando para tanto diversas empresas, com abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial, inclusive com interposição de pessoas”.
ÉPOCA obteve um documento, já em poder da PF, que mostra que a investigação esbarrará em outra personagem que também orbitou a campanha e a convivência de Dilma: a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Em maio do ano passado, Erenice acertou um contrato de sociedade com a Brasil Século III, de Virgílio Guimarães – era por meio dessa empresa, segundo a investigação, que o petista recebia dinheiro do esquema de Bené. De acordo com a PF, o ex-deputado petista, cuja biografia se notabilizou por ter sido o agente que promoveu o encontro do publicitário Marcos Valério, preso como operador do mensalão, com o PT, era destinatário do “envio frequente de recursos financeiros de Benedito” em benefício próprio e “outras pessoas indicadas”. O contrato entre Erenice e Virgílio visava “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo” da FBM Farma, uma indústria farmacêutica pertencente ao grupo Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, que mantém em 2015 contratos de R$ 10,6 milhões com o governo federal. Em 2014, a empresa recebeu R$ 61,4 milhões dos cofres públicos, o dobro do ano anterior. A companhia, que já foi alvo de investigação do Tribunal de Contas da União, contratou Erenice Guerra para advogar em seu favor.
Virgílio Guimarães e Erenice Guerra mostra conexão com Bené  (Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo e José Varella/CB/D.A Press e reprodução )
A relação próspera entre Bené e o PT resultou numa multiplicação extraordinária da fortuna do empresário. De 2005 para cá, o faturamento de seu grupo formado por cerca de 30 empresas passou de R$ 400 mil para R$ 500 milhões. Esse salto gigantesco foi impulsionado graças a contratos superfaturados fechados com órgãos públicos, segundo a Polícia Federal. As empresas de Bené possuíam contratos de centenas de milhões de reais com os ministérios das Cidades, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, entre outros. A Gráfica e Editora Brasil, controlada pela família de Bené, recebeu R$ 294,2 milhões entre 2004 e 2014. Quase um terço desse valor foi desembolsado pelo Ministério da Saúde. O inquérito da PF apontou ao menos 39 contratos com indícios de irregulares encontrados em auditorias realizadas pelo TCU e pela Controladoria-Geral da União. “São várias empresas com sócios entre si, com os mesmos endereços, sendo algumas delas fantasmas. O objetivo disso era realizar a lavagem de valores, provavelmente oriundos de fraudes licitatórias”, diz o procurador da República Ivan Cláudio Marx, do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal no Distrito Federal e responsável por conduzir o caso com a Polícia Federal.
Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini afirma que Carolina Oliveira “viu com surpresa a operação de busca e apreensão” em sua antiga casa, em Brasília. “Carolina acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”, diz o texto. O governo de Minas Gerais afirmou, em nota, que não é objeto da investigação. Procurado, o advogado de Bené, Celso Lemos, não retornou as ligações. ÉPOCA também não conseguiu contato com o ex-deputado Virgílio Guimarães e Erenice Guerra.
Agora, os investigadores tentarão identificar o destino dos recursos desviados. O delegado do caso, Dennis Cali, deu pistas dos próximos passos. Perguntado se Pimentel era um dos investigados, o delegado dizia que não. E completava: “Até o momento”.

As reuniões fantasmas do comando do Pros

Presidente do recém criado partido PROS, Eurípedes Junior
Presidente do recém criado partido PROS, Eurípedes Junior(Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA)
Não é novidade que a criação de partidos políticos se tornou um negócio lucrativo para aproveitadores de todo o tipo. Os benefícios incluem o acesso a recursos do fundo partidário, um percentual do salário dos apadrinhados na máquina pública e, sobretudo, a venda do tempo de TV a siglas maiores. Hoje, 28 partidos possuem representação no Congresso. Entre eles, há muitos cujo conteúdo ideológico é o que menos importa. O caso mais representativo talvez seja o do Pros, criado em 2013. A legenda é presidida por Eurípedes Júnior, cuja maior vitória foi a conquista de um lugar na Câmara de Vereadores de Planaltina (GO), no entorno do Distrito Federal. Menos de dois anos depois de fundar o partido, Eurípedes é alvo de graves acusações.
Ao nascer, o Pros atraiu parlamentares e membros de outros partidos. Certamente não por causa das suas bandeiras, genéricas e similares às de outras siglas. As migrações se devem sobretudo à janela aberta a cada vez que nasce uma legenda. É uma das poucas oportunidades que políticos com mandato possuem de trocar de sigla e manter o cargo. Sem qualquer identidade ideológica, o partido tem doze deputados federais e um governador. Chegou a comandar o Ministério da Educação, por meio do destemperado Cid Gomes.
Não demorou muito para que o partido se mostrasse igual aos demais também em outro aspecto. Há indícios de que Eurípedes Júnior fraudou as atas de duas reuniões da legenda: uma para alterar o estatuto e outra para emplacar amigos e parentes na Executiva da sigla.
As assembleias teriam ocorrido em 5 de janeiro de 2014 na casa de João Leite, aliado de Eurípedes e advogado do partido. Houve mudança no estatuto da sigla e eleição de uma nova Executiva, mesmo com os mandatos vigentes até setembro de 2017. A lista de eleitos inclui dois sobrinhos, duas primas, a irmã e a mãe de Eurípedes, além de parentes do próprio Leite.
Nem mesmo o presidente do partido estava presente às reuniões: um cartão de embarque mostra que ele embarcou para São Paulo no dia anterior, com retorno previsto para o fim da tarde do dia 5, já fora do horário para participar das reuniões. O problema é ainda pior: "As assinaturas que acompanham as atas não foram colhidas na ocasião, mas eram assinaturas anteriores realizadas pelo partido", diz em uma das representações Henrique José Pinto, empresário e antigo braço-direito de Eurípedes no Pros. Outros três integrantes da sigla fizeram queixas semelhantes ao Ministério Público Federal, que apura o caso.
Se a fraude for comprovada, não terá sido a primeira vez em que Eurípedes se envolveu em algo do tipo. O presidente do Pros possui três nomes, três números de RG e três de CPF diferentes. Atende por "Eurípedes Gomes de Macedo Júnior", filho de Maria Aparecida dos Santos e Eurípedes Gomes de Macedo. Mas também pode ser "Eurípeges George Junior", filho de maria Aparecida George Gomes e Eurípedes Gomes de Macedo. Ou ainda "Eurípedes George Macedo Júnior", filho de Maria Aparecida Macedo dos Santos e Eurípedes George Macedo. Um RG foi emitido no Distrito Federal, outro em Goiás e o terceiro em Mato Grosso do Sul.
Eurípedes ainda tem passagem na política pelo crime de receptação de produto roubado. Dentro do Pros, outras denúncias também surgiram. O ex-deputado José Augusto Maia diz que o comando da sigla receberia 6 milhões de reais para integrar a coalizão de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco em 2014. O próprio Maia receberia 2,5 milhões de reais do acerto. "Eu não aceitei. A proposta era indecorosa, para eu ficar com uma parte do dinheiro e a outra parte com eles", afirma. Depois disso, ele acabou destituído do comando estadual do partido. Paulo Câmara nega veementemente ter oferecido dinheiro ao Pros.
As denúncias se dão em meio a uma disputa dentro da sigla. O grupo de Cid e Ciro Gomes quer aumentar seu poder sobre o partido. Eurípedes, por sua vez, pediu que o Tribunal Superior Eleitoral bloqueasse todas as senhas estaduais e municipais do partido. Agora, só ele e seus aliados controlam a filiação de novos membros. Concorde ou não com os métodos de Eurípedes Júnior, o contribuinte é quem paga as contas do Pros. Só em 2015,o partido recebeu mais de 7 milhões de reais via fundo partidário. Na última semana, a Câmara dos Deputados perdeu mais uma chance de enfraquecer os partidos de aluguel: bastava extinguir as coligações nas eleições para vereador e deputado. Mas a Casa rejeitou a mudança e manteve o filão tão bem explorado pelo presidente do Pros.

Os três mosqueteiros

senadores
Com agrados e promessas, o Planalto quer seduzir o trio
O governo aposta num trio de senadores do PMDB para tentar minar Renan Calheiros e mantê-lo no isolamento político. São eles: Eunício OliveiraJader Barbalho e Romero Jucá.
Eunício está cada dia mais próximo do governo, diante da promessa de apoio para a presidência do Senado em 2017. Jader é pai de ministro e está afinadíssimo com Michel Temer. Já Jucá até se disse independente, mas tem se posicionado contra o radicalismo de Renan e dia sim, dia não, atravessa a rua e vai despachar no Planalto ou na Vice-Presidência.
Por Lauro Jardim

Cunha chama de 'choro' tentativa de partidos de suspender reforma política

No Twitter, presidente da Câmara questionou ação movida por seis legendas.

Ele disse que, após reforma política, Câmara votará maioridade penal.

Do G1, em Brasília
Cunha chama de 'choro' tentativa de partidos de suspender reforma política (Foto: Reprodução/Twitter)Cunha criticou em uma rede social a tentativa de seis partidos de suspender a tramitação da reforma política. (Foto: Reprodução/Twitter)
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou neste domingo (31) sua conta pessoal no microblog Twitter para questionar a tentativa de deputados de seis partidos, encabeçados pela bancada do PT, de tentar suspender no Supremo Tribunal Federal (STF) a tramitação da reforma política. Na rede social, o peemedebista classificou de "choro" o mandado de segurança protocolado neste sábado (30) por 61 parlamentares de PT, PPS, PC do B, PSOL, PSB e PROS. Para ele, os autores da ação judicial são um "grupo contrariado com a derrota" sofrida no plenário.
Os seis partidos reclamaram ao Supremo que, nesta semana, durante a votação das propostas da reforma política, o plenário da Câmara votou duas vezes a possibilidade de doação às legendas partidárias, o que seria inconstitucional.
Na última terça (26), os deputados rejeitaram a emenda que autorizava doações de empresas a partidos e a candidatos, proposta defendida por Cunha. No dia seguinte, apesar da derrota sofrida na véspera, o presidente da Câmara colocou em votação outra emenda que tratava sobre financiamento eleitoral, incluindo na Constituição a possibilidade de a iniciativa privada fazer doações eleitorais exclusivamente para partidos. Desta vez, os deputados decidiram aprovar a mudança constitucional, o que motivou duras críticas por parte do PT e gerou um intenso bate-boca no plenário da Casa.
"Aceitei a questão de ordem e reclamaram. Só que nem se chegou a isso, pois a primeira foi aprovada com 330 votos favoráveis. Ou seja, a polêmica é choro de quem não teve os votos para rejeitar uma proposta diferente da rejeitada", ironizou Cunha no Twitter.
Ao longo das 42 mensagens que publicou na rede social na manhã deste domingo, o peemedebista fez várias críticas diretas e indiretas ao PT. Conforme ele, a bancada petista, que defendia a implantação do sistema eleitoral com voto em lista e o financiamento de campanhas eleitorais exclusivamente público, sofreu uma "derrota vergonhosa" e "não se conforma com a derrota".
Em outra crítica ao PT, Cunha afirmou que a Câmara não ficará "refém" dos que não querem que nada que os contrarie seja votado na Casa.

"Esses mesmos [que protocolaram o mandado de segurança no STF] já entraram com várias ações para qualquer decisão minha, e todas lá estão sem sucesso até agora, porque não assistem razão", escreveu na rede social.
Maioridade penal

Em meio às mensagens sobre a reforma política, Eduardo Cunha disse que os mesmos partidos que reclamaram da votação das propostas que alteram o sistema político e eleitoral do país vão sofrer novas derrotas na Câmara porque, segundo ele, as posições deles são "minoritárias" em plenário. O peemedebista antecipou que, em junho, colocará em votação no plenário a proposta de redução da maioridade penal, outro assunto que enfrenta resistência da bancada petista.
De acordo com o presidente da Câmara, a comissão especial que está analisando o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos deve concluir seus trabalhos até 15 de junho. "Levaremos imediatamente ao plenário", enfatizou.
"E além dessa polêmica teremos ainda muitas outras, já que não vamos deixar de levar à votação matéria porque um grupo do PT não quer", concluiu Cunha.
O parlamentar do PMDB defendeu ainda a realização de um referendo, na eleição municipal do ano que vem, para consultar a população sobre a redução da maioridade penal. Ele disse que "o PT não quer a redução da maioridade e acha que todos têm de concordar com eles."
"Defendo inclusive, e vou sugerir ao relator, que se faça um referendo sobre a redução da maioridade para que a gente faça um grande debate."

Celulares do Ceará ganham nono dígito a partir de hoje

A partir de hoje (31) o número de telefones celulares do Ceará passam a operar com o nono dígito. A mudança vai afetar 11,9 milhões de aparelhos no estado. O prazo para a mudança foi estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Além do Ceará, como os DDDs 85 e 88, também terão nove dígitos a partir de 31 maio os estados de Alagoas (DDD 82), Paraíba (DDD 83), Pernambuco (DDD 81, 87), Piauí (DDD 86, 89) e Rio Grande do Norte (DDD 84). 


Com a mudança, os usuários dos cinco estados devem acrescentar o nove na frente dos números de celulares, que passarão a ter o seguinte formato: 9xxxx-xxxx. Os números de telefones fixos não precisarão do nono dígito.

PSB de Pernambuco teme perda de poder e fusão com PPS estaria prejudicada

A fusão do PSB com o PPS, alardeada nos últimos meses e motivo de vários discussões nos bastidores políticos, pode demorar mais um pouco para se concretizar. Os socialistas de Pernambuco não estão gostando da provável redução de poder no novo partido, informa a coluna Panorâma Político do jornal O Globo deste domingo (31).


Sem Eduardo Campos, o diretório estadual ficou sem um líder de projeção nacional. Eles já temem o peso do vice-governador Márcio França (SP) e do senador Romário (RJ). Sem contar com o ingresso da senadora Marta Suplicy (SP).


Com tudo isso, e a força do PPS no Sul do país, os pernambucanos concluíram que o eixo da discussão do partido se descolará para o Sudeste. Toda essa resistência pode atrapalhar os planos da fusão. Atualmente, Pernambuco é o maior diretório do PSB no país, com cerca de um sexto dos delegados na convenção nacional socialista.


FUSÃO NO CEARÁ


No Ceará, deputado federal Moses Rodrigues (PPS) é nome certo para comandar a legenda no Estado. O sobralense tem participado semanalmente de várias reuniões com representantes dos dois partidos. 

sábado, maio 30, 2015

Veja revela como Cid Gomes transformou Fortaleza em um cemitério de obras

Luciano Augusto
jornalismo@cearanews7.com.br
Reportagem publicada na edição da revista Veja, que chega às bancas nesse final de semana, faz um raio x dos dois mandatos de Cid Gomes (2007 a 2014) à frente do Governo do Estado, e destaca negativamente um cemitério de obras, incluindo o que seria 'o maior aquário da América Latina' - hoje, mais um esqueleto na paisagem. Segundo o então governador, com o Acquário do Ceará, Fortaleza se transformaria em uma 'cidade referencial para o mundo'. 


A previsão era que a construção ficasse pronta antes da Copa do Mundo de 2014. Mas, não só não ficou como está está parada desde fevereiro, assim como estão paradas as obras do veículo leve sobre trilhos, que transportaria 90 mil passageiros por dia em Fortaleza, da linha leste do metrô, que deveria ser o maior investimento da história do Ceará e da duplicação do anel viário, anunciada como a solução para congestionamento entre os portos de Mucuripe e Pecém. 


No lugar dos empreendimentos que deveriam estar de pé, há apenas canteiros abandonados, lixo acumulado e um ou outro segurança que circula pelos terrenos para evitar que moradores de rua se apossem deles.





O QUE DIZ CAMILO SANTANA


O governador Camilo Santana disse à Veja, que as paralisações e atrasos das empreiteiras é resultado da demora na desapropriação de áreas e ao fato de um prometido empréstimo do banco americano Eximbank ainda não ter saído. A reportagem ressalta entre os motivos, a suspeita de fraude na licitação do aquário, sob investigação do Ministério Público.


sexta-feira, maio 29, 2015

Mauro Carmélio e FCF na mira de investigação da Polícia Federal

O Ministério da Justiça informou nesta quinta-feira (29) que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar se houve no Brasil crimes relacionados ao escândalo que atingiu dirigentes da Fifa.  O objetivo é investigar lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro dos dirigentes da CBF e empresários de futebol

No Ceará, o assunto promete ser uma dor de cabeça para o presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio, que é ligado ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.  A entidade cearense firmou contrato com o grupo americano de mídia "Turner", responsável pelo Canal Interativo, e empresas de TV local.

Nessa sexta-feira (29) Mauro Carmélio será o representante da CBF na eleição da Fifa que acontece em Zurique, na Suiça. Com a saída de Marco Polo Del Nero, que deixou o país, e com a prisão de José Maria Marin, restaram apenas duas pessoas da comissão brasileira da Fifa: o presidente da FCF, Carmélio e o presidente da Federação de Goiás, André Pitta.

Itinerante: Governador Camilo instala Governo em Crateús nesta sexta (29)

Itinerante: Governador Camilo instala Governo em Crateús nesta sexta (29)
Foto: reprodução internet. 
Nesta sexta-feira (29) Crateús será sede temporária do Governo do Estado, segundo decreto N° 31.727, de 21 de maio de 2015. O governador Camilo Santana e secretários despacharão na cidade, no Ginásio Deromi Melo, a partir das 9h.
O Governo do Estado, por meio das diversas Secretarias disponibiliza vários serviços à população do município de Crateús e região, em tenda montada na Praça da Matriz. No período da noite a Tenda se transforma num grande cinema com entrada gratuita!
– Exposição de produtos fitoterápicos;
– Prevenção DST/AIDS;
– Nutrição;
– Cadastro de artesãos;
– Informações sobre Bolsa Família;
– Unidade móvel do empreendedorismo;
– Expedição de Guia de Trânsito de Animais;
– Informações sobre febre aftosa;
– Atendimento as demandas assistenciais técnicas e rurais;
– Emissão de 2° via de fatura (Cagece).

Câmara aprova restrição para acesso a recursos do fundo partidário

Pelo texto, fundo irá para partido que tiver ao menos um parlamentar eleito.

Cláusula de barreira também impede tempo de TV a sigla que não eleger.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (28) instituir uma cláusula de barreira para limitar o acesso de partidos pequenos a recursos do fundo partidário e ao horário gratuito em cadeia nacional de rádio e televisão. Pelo texto, terão direito a verba pública e tempo de propaganda os partidos que tenham concorrido, com candidatos próprios, à Câmara  e eleito pelo menos um representante para qualquer das duas Casas do Congresso Nacional.
 


A intenção ao instituir uma cláusula de barreira ou desempenho é evitar a proliferação de partidos que só tenham interesse em receber os recursos do fundo partidário ou negociar alianças em troca de tempo a mais de televisão. O fundo partidário é formado por dinheiro de multas a partidos políticos, doações privadas feitas por depósito bancário diretamente à conta do fundo e verbas previstas no Orçamento anual.
Quanto à propaganda política na TV e no rádio, a legislação prevê a distribuição igualitária de um terço do total de tempo disponível a todos os partidos que tenham candidato próprio a cargo eletivo. O restante é repartido de forma proporcional ao número de representantes na Câmara dos Deputados filiados ao partido. No caso de haver coligação, é considerado o resultado da soma do número de representantes de todas as legendas que a integram.
Pela legislação atual, 5% do montante total são entregues, em partes iguais, a todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os outros 95% são distribuídos às siglas na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara.

“Está cheio de partido sem voto com tempo de TV, com tempo de rádio, portanto queremos uma cláusula de barreira verdadeira, não essa para que continue tudo como está. Precisamos de uma cláusula que exija 1%, 2% ou 3% de votos para acesso aos recursos e tempo de TV.”, disse o deputado Samuel Moreira.
Em discurso no plenário, parlamentares doPSDB criticaram a regra de barreira proposta pelo relator da reforma política, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que acabou sendo aprovada em plenário. Para os tucanos, os limites aos pequenos partidos deveriam ser ainda maiores que o previsto no relatório. 
O vice-líder do PSDB Marcus Pestana (MG) classificou as mudanças aprovadas até agora pelo plenário de “puxadinhos” que não representam uma verdadeira reforma política.
“Essa reforminha, esse puxadinho que estamos produzidos, que não merece o nome de reforma, sai desse tamanho pequenininho. Graças ao vácuo de lideranças e alienação da presidente Dilma. Reforma depende de estadista que não quer popularidade fácil, se faz enfrentando interesses.”
Já integrantes de partidos pequenos defenderam a proposta de exigir apenas um representante eleito no Congresso para que os partidos tenham acesso a recursos do fundo partidário e tempo de TV. "A partir do momento em que um deputado superou o quociente eleitoral [mínimo de votos] e chegou nesta Casa, não podemos tirar o direito de ele ir a televisão falar de suas propostas", disse a deputada Renata Abreu (PTN-SP).
Outras votações
Mais cedo nesta quinta (28), os deputados decidiram manter a possibilidade de coligação entre partidos nas eleições proporcionais, quando são escolhidos deputados federais, deputados estaduais e vereadores. O plenário rejeitou a proposta de só permitir aliança entre partidos nas eleições majoritárias- para presidente da República, governador e prefeito.
Na quarta (27), a Câmara aprovou o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito. Os parlamentares ainda decidirão se mantêm o tempo de mandato em quatro anos ou se ampliam para cinco. Essa deliberação estava prevista para ocorrer nesta terça, mas diante de um impasse sobre o mandato de senador, que atualmente é de oito anos, os líderes partidários decidiram adiar a votação para a próxima semana.
A regra do fim da reeleição só não vai valer para prefeitos eleitos em 2012 e governadores eleitos em 2014, que terão direito a uma última tentativa de recondução no cargo. O objetivo dessa medida foi garantir o apoio de partidos com integrantes atualmente no poder.
A Câmara também aprovou na quarta incluir na Constituição Federal autorização para que empresas doem recursos a partidos políticos, mas não a candidatos individualmente. A doação a candidatos será permitida a pessoas físicas, que também poderão financiar partidos.
No início da madrugada de quarta, o plenário havia rejeitado emenda de autoria do PMDB que previa doação de pessoas jurídicas tanto a partidos quanto a campanhas de candidatos.
A derrubada dessa emenda foi interpretada por lideranças políticas como uma derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do vice-presidente Michel Temer, que negociaram pessoalmente a votação do artigo da PEC. O PMDB, então, se empenhou para aprovar, pelo menos, uma emenda que garantisse a doação de empresas aos partidos políticos.
Pontos pendentes
De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunhax (PMDB-RJ), os demais pontos da reforma política serão analisados após o feriado de Corpus Christi, já que será difícil garantir quórum elevado para votar proposta de emenda à Constituição em uma semana de feriado. Para aprovar PEC, são necessários votos favoráveis de ao menos 308 deputados.
“Vai ter muita gente fora e não tem como votar emenda constitucional enfrentada com o debate correto. Vai para a outra semana”, disse Cunha. O peemedebista detalhou que, no dia 10 de junho, colocará em votação a medida provisória aprovada nesta quinta no Senado que eleva impostos sobre produtos importados. Em seguida, será retomada a discussão da reforma política
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