quarta-feira, maio 13, 2015

Lula teria indicado Costa para estatal, diz Corrêa

Ao rebater declaração, ex-presidente disse que é inacreditável que um ‘bandido’ tenha palco para atacar

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Conforme o ex-deputado federal Pedro Corrêa, Janene, que era presidente do PP, lhe contou que o ex-presidente havia dito que indicaria Costa
FOTO: AGÊNCIA ESTADO
Curitiba. O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) - condenado no mensalão e preso pela Operação Lava-Jato - afirmou à CPI da Petrobras que ouviu de José Janene, ex-parlamentar morto em 2010, que a indicação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada em sessão da CPI da Petrobras em Curitiba.

Durante quase sete horas de sessão, foram interrogados pelos parlamentares sete pessoas. Também foram convocados à Comissão os ex-deputados André Vargas (sem partido/PR) e Luiz Argôlo (SD-BA), a doleira Nelma Kodama, os empresários Renê Luiz Pereira, Carlos Habib Chater e Ricardo Hoffmann.

Conforme Corrêa, Janene, que era presidente do PP, lhe contou que Lula havia dito que indicaria Costa. A nomeação, contudo, sairia da cota destinada ao PP na divisão de cargos. “O Lula convidou o Paulo Roberto Costa para ser diretor de Abastecimento. Ele era engenheiro da Petrobras há 30 anos, era funcionário da área, tinha trabalhado em diversos setores da Petrobras. Isso era a notícia que chegou para mim, que ele foi nomeado, inclusive, pelos seus conhecimentos, sua capacidade administrativa”, afirmou.

A defesa de Paulo Roberto Costa informou que a indicação foi feita por Janene.

Resposta

Em nota, a assessoria de imprensa do ex-presidente Lula diz que é “inacreditável que um bandido com oito condenações, que já enganou a Justiça num acordo anterior de delação premiada, tenha palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país”.

Primeira a falar na CPI, a doleira Nelma Kodama, condenada a 18 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava-Jato, cantou, elogiou o juiz Sergio Moro, pediu o fim da corrupção e disse estar disposta a fazer um acordo de delação premiada.
“Eu estou pleiteando junto às autoridades um termo de colaboração”, declarou.

Presa desde março do ano passado, Kodama, que foi denunciada por movimentar R$ 11 milhões no mercado negro de câmbio, prometeu apontar os responsáveis pelo “sistema de corrupção” que ela participou.

“O verdadeiro responsável é o sistema... É um sistema falho, corrupto”, disse, informando que irá nomear bancos e corretoras que alimentam o sistema de câmbio negro, além de revelar antigos clientes dela.

‘Amada Amante’

Ao falar da relação com o doleiro Alberto Youssef, disse que viveu maritalmente com ele entre 2000 e 2009, e, erguendo os braços para o público, cantou uma música de Roberto Carlos, “Amada Amante”.

“Tem até aquela música do Roberto Carlos... Tem coisa mais bonita que ser uma amante?”, disse. Alguns deputados a acompanharam. O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), a repreendeu: “Nós não estamos num teatro”.

À CPI, o ex-deputado Luiz Argôlo disse que é inocente, reclamou de ter sido “alvejado” como parlamentar e afirmou que “os humilhados um dia serão exaltados”. Já André Vargas afirmou que “as grandes injustiças se corrigem com o tempo, paciência e silêncio”.

Os empresários Renê Luiz Pereira, Carlos Habib Chater e Ricardo Hoffmann optaram pelo silêncio diante dos parlamentares da CPI

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