sexta-feira, dezembro 31, 2010

Rio-2016 lança logomarca oficial para os Jogos durante festa em Copacabana

Foi oficialmente lançada a logomarca oficial dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Precisamente às 22h20 desta sexta-feira, pouco antes da virada de ano, um telão montado no palco na praia de Copacabana, em frente ao Hotel Copacabana Palace, na capital carioca, mostrou o símbolo para milhares de pessoas e com transmissão ao vivo por canal fechado.

logo rio 2016
Esse é o símbolo dos Jogos de daqui a cinco anos
A festa de apresentação foi comandada pela cantora Daniela Mercury, que recebeu a saltadora Maurren Maggi, medalhista de ouro em Pequim-2008, quando se tornou a primeira mulher a conquistar o feito, de maneira individual, para o Brasil. "A marca representa diversidade, natureza, energia e o espírito olímpico de 2016", declarou.
A imagem vencedora é da agência carioca Tátil, que disputou com outras 138 concorrentes, em um processo inaugurado no mês de março.
Na reta final, oito agências sobrevieram a duas primeiras fases e foram submetidas a uma comissão julgadora de 12 membros. A decisão saiu no dia 1º de setembro.
No dia 8 de outubro, a marca foi enviada para aprovação do COI (Comitê Olímpico Internacional), que bateu o martelo no dia 17 de novembro.
A partir de agora, a marca vai acompanhar todas as ações da Rio-2016.

Quatro bilhetes acertam o prêmio milionário da Mega-Sena

Quatro bilhetes acertaram as seis dezenas da Mega-Sena da Virada sorteadas na noite desta sexta-feira em São Paulo. Cada um irá embolsar o prêmio de R$ 48.598.800,01.
As apostas foram feitas nas cidades de Cariacica (ES), Belo Horizonte (MG), Fazenda Rio Grande e Pinhais, ambas no Paraná. A arrecadação total do concurso 1.245 foi de R$ 472.524.744. As dezenas sorteadas foram: 02 - 10- 34 - 37 - 43 - 50.
A quina saiu para 1.561 bilhetes, que irão receber o prêmio de R$ 17.722,09 cada. Já a Quadra, teve 94.921 acertadores e o prêmio será de R$ 416,34.
A estimativa de prêmio para o concurso 1.246, que será realizado na próxima quarta-feira, é de R$ 2.000.000.
Maiores prêmios da história da Mega-Sena
ConcursoData do sorteioGanhadoresValor
1.14031/12/20092R$ 144.901.494,92
1.22006/10/20101R$ 119.142.144,27
1.21104/09/20107R$ 92.522.954,23
1.15727/02/20104R$ 72.718.776,04
18810/10/19991R$ 64.905.517,65

Feliz 2011!

Feliz Ano Novo!

Os fogos anunciam a chegada de um ano novo !
É hora de refazer seus sonhos ainda não realizados
e acreditar que irá concretizá-los.
Soltar um olhar solidário e acalantador para os seus amigos e bocejar para os inimigos.
Aprender com os erros do ano já ido e brindar o ano bem vindo com um sorriso.
Desejo a vocês um ano repleto de luz, amor, saúde e prosperidade.
Feliz Ano Novo!

TCM avisa que vereadores não podem reajustar os próprios salários

A elevação de subsídios dos parlamentares municipais deve respeitar o aumento dos servidores públicos.
O presidente em exercício do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Manoel Veras, eleito no início de dezembro, enviou um ofício aos presidentes das câmaras municipais do Ceará informando que os vereadores não têm direito a aumento salarial proporcional. A orientação do órgão surge dias após a elevação de subsídios de senadores, deputados estaduais e federais.

De acordo com o documento, o agente político municipal deve ser enquadrado na mesma categoria dos servidores públicos, seguindo aplicação da Constituição Federal. "Seu subsídio somente poderá ser alterado, dentro da mesma legislatura, mediante revisão geral anual, sempre na mesma data e índice dos servidores municipais", explicou Manoel Veras.

Os parlamentares que reajustaram os próprios salários respeitaram o chamado "princípio de anterioridade", que acontece a cada nova legislatura. Deputados e senadores foram beneficiados exatamente pelo cumprimento desta norma, que não é válida para vereadores, já que não houve eleição.
Abaixo, documento na íntegra:

TCM

O Presidente em exercício do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, no uso de suas atribuições e considerando:
I – Informações dando conta acerca de possíveis ações dos Poderes Legislativos dos Municípios do Estado do Ceará, objetivando reajustar os subsídios dos Srs. Vereadores, no decorrer da presente legislatura, em razão de suposta vinculação com membros do Poder Legislativo Estadual;
II – A necessidade de atuar preventivamente, contribuindo com as Câmaras de Vereadores no sentido de orientar para o fiel cumprimento da legislação que rege a matéria e a consequente e correta aplicação dos recursos públicos;
III – Que a Constituição Federal, mais precisamente em seu art.37, inciso XIII, veda a vinculação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
IV – Que a fixação dos subsídios dos Srs. Vereadores deve obedecer ao princípio da anterioridade de legislatura, conforme dispõe o art. 29, inciso VI da Constituição Federal, respeitados, ainda, os limites da própria Constituição e da legislação complementar relativos a gastos do Legislativo Municipal;
V – Que este Tribunal de Contas dos Municípios já decidiu através do Parecer Técnico nº 01/2004, lavrado em 25 de março de 2004 nos autos do Processo Normativo Consultivo nº 176/03, que a fixação do subsídio de Vereador pela Câmara Municipal deverá:
a) Ser realizada em observância ao princípio da anterioridade de legislatura, de acordo com o disposto no art. 29, inciso VI, da Constituição Federal, respeitados, ainda, os limites da própria constituição e da legislação complementar relativos a gastos do Legislativo Municipal, e;
b) Que o agente político municipal deve ser enquadrado na mesma categoria de servidores públicos, para efeito de aplicação do art. 37, inciso X da Constituição Federal, o que significa dizer que seu subsídio somente poderá ser alterado, dentro da mesma legislatura, mediante revisão geral anual, sempre na mesma data e índice dos servidores municipais;
Vem, por intermédio do presente Ofício Circular, RECOMENDAR que as Câmaras Municipais do Estado do Ceará se abstenham de editar quaisquer instrumentos normativos que versem sobre o reajuste de subsídios de Vereadores no decorrer da atual legislatura, exceto nos moldes indicados no item V da presente correspondência. O pagamento de valores decorrentes de reajustes sem o devido amparo legal, poderia acarretar danos irreparáveis ao ordenamento jurídico e, consequentemente, ao Erário Municipal.

Cordialmente,
Conselheiro Manoel Beserra Veras
Presidente em exercício

A política em 2010

 
Encerramos 2010 com a certeza de que o povo brasileiro sabe o que é melhor para seu destino. Fiz uma pequena lista das conquistas destes oito anos de Governo Lula e, sob todos os aspectos, em todas as áreas, avançamos muito.
Muitos críticos tentam ressaltar problemas, defeitos e dificuldades como forma de macular esse período de inegáveis melhorias. Mas é preciso lembrar que os planos e ideias só existem como concepções teóricas e colocá-los em prática requer habilidade, sensatez, criatividade, flexibilidade e percepção das mudanças que os acontecimentos nos impõem.
O Governo Lula teve essas qualidades, e a perspectiva histórica permite identificá-lo como importante marco para o assentamento das bases de um país novo, moderno, desenvolvido, fortalecido e, principalmente, mais justo e igual.
Seria enfadonho aqui, neste momento, detalhar uma a uma as transformações deste governo —do Bolsa Família à geração de 15 milhões de empregos; da retomada do papel do Estado de planejar, executar e gerir grandes projetos à aprovação no Congresso Nacional de novas legislações que oxigenaram a economia; dos avanços em Educação e Saúde à nova realidade energética e ambiental.
O mais importante desse período é que o povo reconheceu esse trabalho árduo, incansável e que não se afastou um milímetro do seu maior objetivo: atender à sociedade brasileira. O reconhecimento se deu na eleição da primeira presidenta da história do Brasil, Dilma Rousseff —um governo que começou fazendo história com seu primeiro “homem do povo” na Presidência terminará com a transmissão do cargo para uma mulher!
O processo eleitoral foi desgastante e com dissabores que não se imaginava. Não pelas dificuldades políticas, mas pela pauta despropositada que a oposição encampou na tentativa de derrotar um governo de amplo apoio popular. As chagas desse processo, contudo, recaem sobre a própria oposição que terá de repensar sua forma de atuar daqui para frente, pois a maior aliança político-partidária da história saiu vitoriosa das urnas.
E as perspectivas no horizonte para o próximo governo são positivas. Os dois maiores institutos de pesquisa do país revelam que a grande maioria da população está confiante na gestão Dilma. No Ibope, 62% dizem esperar um governo ótimo ou bom; no Datafolha, são 73%.
O apoio popular e no Congresso empresta legitimidade e responsabilidade para a realização de difíceis reformas —como a política e tributária— e aceleração das transformações —na Educação, Saúde, Segurança, infraestrutura e combate à miséria. Alguns temas ainda podem ser considerados tabus, dadas as raízes históricas que possuem, mas há espaço para enfrentá-los.
Trata-se de um horizonte condizente com um governo que se encerra com a aprovação de quase nove em cada dez brasileiros, além de um presidente que entrará para a história como o mais popular que o país já teve. Que 2011 chegue para todos nós com essa chama positiva e promissora de um Brasil diferente que começamos a construir junto com o povo. Obrigado, presidente Lula. Sucesso, presidenta Dilma.
E Feliz Ano Novo para todos!

José Dirceu, 64, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

Frase do dia

"O José Dirceu é um dos políticos mais competentes que o Brasil tem. Aliás, tem pouca gente no Brasil com a competência política que o José Dirceu tem".




Lula, ontem, em entrevista a TV Brasil
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A diferença entre os horários do Ceará e de Brasília motivou decisão de fazer a programação menos pomposa 
O governador Cid Gomes (PSB) orientou sua assessoria no sentido de que os horários estabelecidos para os eventos de sua posse, amanhã, para mais um mandato de quatro anos, sejam cumpridos rigorosamente, em razão da viagem que fará, ainda no fim da manhã, para Brasília, onde participará da solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff (PT), no início da tarde.
A programação da posse do governador Cid Gomes começa com um ato ecumênico às 8h30 minutos, na residência oficial. Logo em seguida, ele e o vice-governador a ser empossado, Domingos Filho se dirigirão à Assembleia Legislativa, onde ocorrerá o principal ato que é o termo de compromisso de bem cumprir e defender as constituições do Estado do Ceará e do Brasil. Na própria Assembleia ele receberá os cumprimentos das autoridades presentes.
Secretários
Além do governador e do vice-governador Domingos Filho, vários outros cearenses, principalmente os senadores e os deputados federais eleitos este ano vão participar da programação de posse da primeira mulher brasileira eleita presidente da República. O governador retornará no domingo e na segunda-feira dá início o seu segundo mandato, empossando, coletivamente, o secretariado que ele anunciou na última segunda-feira.
Os atos de nomeação dos secretários será publicado no Diário Oficial que circulará na segunda-feira, dia 3 de janeiro e imediatamente todos assumirão os respectivos cargos, inclusive os atuais deputados estaduais que, para tanto, já tiveram os seus pedidos de licença aprovados pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira.
Os deputados estaduais, agora nomeados secretários, no fim de janeiro terão que ser exonerados para participarem da sessão solene de posse, para o mandato parlamentar que começa no dia 1º de fevereiro, e no mesmo dia eleger a nova Mesa Diretora da Assembleia. No dia seguinte, após a aprovação de nova licença da Assembleia, eles poderão retornar ao Executivo. São seis os deputados convocados para o secretariado de Cid.

Charge

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Lula assina MP que estabelece mínimo de R$ 540 a partir de sábado

SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na tarde desta quinta-feira (30) que o presidente Lula já assinou a medida provisória estabelecendo aumento do salário mínimo de R$ 510 para R$ 540 a partir de sábado, 1º de janeiro.
A MP deve ser publicada amanhã e tem eficácia imediata, mas será discutida pelo Congresso Nacional, que pode alterá-la.
O valor representa a reposição da inflação e é duramente criticado pelas centrais sindicais, que defendem reajuste para R$ 580.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, sinaliza que aceitaria um valor maior caso ficasse acertado desconto no reajuste de 2012, cujo ganho acima da inflação será calculado com base no crescimento da economia em 2010 --com previsão de superar 7%.
"Os oito anos do governo Lula foram o período em que o salário mínimo mais cresceu. O presidente cumpriu sua promessa de valoriza e de ter uma política para o salário mínimo", afirmou Mantega, ressaltando a previsão de reajuste maior em 2012. "Os R$ 540 não trarão uma pressão tão grande na Previdência, o que nos ajuda no equilíbrio fiscal."
Na sua última fala em cadeia de rádio e TV como presidente, Lula afirmou que o salário mínimo no seu governo teve ganho real de 67%. Na campanha, Dilma Rousseff falava em 74%.
De 2003 a 2010, o mínimo teve oito reajustes, que ao todo chegaram a 53,5% acima da inflação acumulada.
Na campanha de 2002, Lula havia prometido duplicar o poder de compra do mínimo em quatro anos.

PT avança sobre feudos do PMDB e acirra disputa pelo segundo escalão

Christiane Samarco e Denise Madueño / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
A três dias da posse da presidente eleita Dilma Rousseff, o PMDB é minado pelo PT e pode perder o comando de fundações e estatais que há vários governos compõem sua cota de poder. Na iminência de ter de entregar ao novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o posto mais estratégico da pasta – a Secretaria de Atenção à Saúde –, o partido acusa o PT de querer "aparelhar" o ministério subtraído dos peemedebistas na montagem do primeiro escalão.
A expectativa da cúpula do PMDB era precisamente o oposto. Quando desistiu de negociar o ministério para estancar o desgaste político e de imagem, o comando do PMDB contava compensar o quinhão perdido na partilha dos postos do segundo escalão. Mas a disputa pela Esplanada infiltrou-se nas instâncias menores. Na Saúde, os peemedebistas também esperavam manter a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), também cobiçada por petistas.
O PMDB chegou a desdenhar do posto de ministro da Saúde, julgando que manteria Alberto Beltrame na Secretaria de Atenção à Saúde – o setor que define regras e valores das tabelas dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Estados e municípios.
Beltrame, indicado pelo PMDB gaúcho, caiu nas graças de toda a cúpula partidária porque "atende bem ao partido", mas o ministro Padilha quer substituí-lo por Helvécio Magalhães, do PT de Minas, apadrinhado do novo ministro de Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
O PMDB protesta, alegando ter sido avisado de que as definições do segundo escalão só ocorreriam entre janeiro e fevereiro. Assim, estaria "disciplinado, aguardando". Diante da movimentação do PT, a insatisfação evoluiu. "Querem tirar nosso oxigênio na política", afirma um peemedebista, para quem "oxigênio" é sinônimo de verbas orçamentárias e cargos.
‘Atropelados’. O partido do vice-presidente Michel Temer não é o único da base governista que se julga atropelado pelo PT. O PC do B dava como certa a indicação do atual ministro do Esporte, Orlando Silva, como autoridade pública olímpica, deixando sua vaga para a deputada Luciana Santos (PC do B-PE). Para surpresa geral, Orlando ficou no posto e Luciana não foi chamada. Os comunistas culpam o PT.
Não bastasse a briga entre os aliados, o PMDB tem disputas internas a administrar, algumas estimulada pela própria presidente, empenhada em promover trocas de comando. É o caso da presidência da Eletrobrás, tida como um "feudo" do presidente do Senado, José Sarney (MA).
Para o lugar do atual presidente, José Antonio Muniz, está sendo cotado o ex-diretor de Distribuição da estatal, Flávio Decat. É a segunda vez que Decat e Muniz disputam a presidência da Eletrobrás. Em 2008, foi o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão quem bancou a permanência de Muniz à frente da estatal.
Fontes do setor elétrico atribuem ao PMDB do Rio a pressão para levar Flavio Decat ao comando da Eletrobrás. A julgar pela reação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no entanto, a indicação de Decat não passou pela regional fluminense do partido. "Não que eu saiba. Eu não sei quem é Decat, nem o conheço", diz Cunha.

Presidente eleita convidou 11 ex-companheiras de cela para a posse

BRASÍLIA - Um grupo de 11 antigas militantes de esquerda e ex-companheiras de cela de Dilma Rousseff na ditadura militar está entre os convidados especiais da presidente eleita e acompanhará sua posse no sábado, no Palácio do Planalto. Juntas com Dilma, elas estiveram presas na década de 70 na Torre das Donzelas, como era chamado o conjunto de celas femininas no alto do Presídio Tiradentes, em São Paulo. Para o local eram levados os presos políticos, depois de passarem por órgãos da repressão como o Dops e o DOI-Codi. (Leia também: Escolta de Dilma terá mulheres da Polícia Rodoviária Federal )
Entre as convidadas, que também estarão no coquetel no Itamaraty, está a economista Maria Lúcia Urban, que, na época, chegou grávida ao presídio e recebeu todos os cuidados de Dilma.
- A Maria Lúcia e a Dilma tinham uma relação muito forte, que se manteve - disse a socióloga Lenira Machado, outra integrante do grupo e responsável pelo convite da posse às outras colegas do Tiradentes.
Maria Lúcia hoje é diretora do Centro de Formação Estatística do Paraná. Lenira trabalha com projetos e programas do Ministério do Turismo.
Dilma ficou presa, foi condenada e passou três anos na cadeia. Antes de seguir para o Tiradentes, foi torturada durante 22 dias seguidos. A chegada da companheira à Presidência da República é motivo de orgulho para as colegas de militância política, ainda que atuassem em grupos de esquerda distintos e com pensamentos diferentes sobre como enfrentar o regime militar.
- Éramos de diferentes organizações, mas ocupávamos o mesmo espaço. Se não fosse a cadeia, jamais teríamos nos encontrado. Essa coisa nos unia - disse Rita Sipahi, que atuou na Ação Popular.
Dilma era da Var-Palmares. Rita é advogada e integra a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Naquela época, Dilma já tinha uma presença forte. Era naturalmente uma líder e muito solidária. Quando a vi num cargo importante no governo Lula, não tinha dúvida que chegaria a presidente do Brasil
Os grupos de esquerda divergiam em especial sobre a adesão ou não à luta armada. Lenira e Dilma tinham uma posição idêntica e defendiam o confronto com os militares.
- Eu e ela concordávamos com a luta armada, embasada na formação de quadros. Não para ser uma simples aventura - disse Lenira, que foi torturada no DOI-Codi e, em 2008, reconheceu seu torturador e o denunciou publicamente.
Dilma gostava de "Chico mineiro" e de crochê
Ela comemora a eleição de Dilma.
- Não tenho postura feminista, mas é uma vitória ter uma mulher presidente. E nem em sonho imaginava que alguém da luta armada chegaria um dia a esse posto - disse Lenira.
A jornalista Rose Nogueira, que também estará na festa da posse, ficou alguns meses no presídio e tem muitas lembranças de Dilma. Ela se recorda do apego da petista aos livros. De todos os tipos, de teorias da economia aos clássicos da literatura universal. Nos trabalhos manuais na cela, Dilma tinha predileção, segundo Rose, pelo crochê. Fazia bordados em pano.
- Naquela época, Dilma já tinha uma presença forte. Era naturalmente uma líder e muito solidária. Quando a vi num cargo importante no governo Lula, não tinha dúvida que chegaria a presidente do Brasil - disse Rose, que lembrou ainda do gosto de Dilma pela música.
- Ela gostava de cantar "Chico mineiro" - contou Rose, citando uma música caipira que fez sucesso com a dupla Tonico e Tinoco.
As outras colegas de cela que estarão na posse são: a arquiteta Maristela Scofield; a uruguaia Maria Cristina de Castro, que trabalha no Ministério das Minas e Energia; a psicóloga Lúcia Maria Salvia Coelho; a arquiteta Ivone Macedo; Francisca Eugênia Soares e as irmãs Iara de Seixas Benichio e Ieda de Seixas, de uma família que atuou na oposição aos militares.

Lula diz que 'foi gostoso' terminar mandato vendo EUA em crise


Fausto Carneiro e Iara LemosDo G1, em Brasília

Presidente Lula durante cerimônia de inauguração de moradias e anúncio dos resultados nacionais do programa Minha Casa, Minha Vida Presidente Lula durante cerimônia de inauguração
de moradias e anúncio de resultado do programa
Minha Casa, Minha Vida (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em discurso nesta quarta-feira (29), na Bahia, as conquistas econômicas durante seu governo e criticou os países desenvolvidos pela crise financeira mundial.

“Foi gostoso passar pela Presidência da República e terminar o mandato vendo os Estados Unidos em crise, vendo a Europa em crise, vendo o Japão em crise, quando eles sabiam tudo para resolver o problema da crise brasileira, da crise da Bolívia, da crise da Rússia, da crise do México”, disse.

Segundo Lula, as ações adotadas pelo Brasil fizeram que a crise tivesse um impacto menor no país. “Foi importante para falar para eles [os países ricos] que na crise não foi nenhum doutor, nenhum americano, nenhum inglês, foi um torneiro mecânico, pernambucano, presidente do Brasil que soube como lidar com a crise com sua equipe econômica. Foi por isso que a crise demorou mais para chegar aqui e foi embora depressa.”
Em seu discurso, Lula destacou o crescimento da economia e a inclusão social como marcas de seu governo. “É muito confortante, [Jaques] Wagner, saber que nós criamos 15 milhões de empregos em oito anos com carteira assinada. É muito gratificante a gente saber que mais de 36 milhões de brasileiros ascenderam à classe média. É importante saber que mais de 20 milhões de brasileiros saíram da miséria”, afirmou, dirigindo-se ao governador da Bahia.
Foi gostoso passar pela Presidência da República e terminar o mandato vendo os Estados Unidos em crise, vendo a Europa em crise, vendo o Japão em crise, quando eles sabiam tudo para resolver o problema da crise brasileira, da crise da Bolívia, da crise da Rússia, da crise do México"
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente afirmou que sua passagem pela Presidência "criou uma coisa nova" para os mais  humildes. “Nós não queremos que pensem mais que pobre não gosta de coisa boa. Não sei quem foi o malandro que inventou que pobre não gosta de coisa boa. Que pobre gosta é de miséria. Não. Pobre gosta é de luxo. Inventaram até que peão não gosta de uísque, que peão só gosta de cachaça. Peão gosta de uísque também.”
De acordo com ele, "algumas pessoas estavam acostumadas com um tipo de governo que ficava com a bunda sentada na cadeira e que não chamava os companheiros para cobrar".
Popularidade
O presidente citou em seu discurso, durante a cerimônia de balanço do programa Minha Casa, Minha Vida, em Salvador, o índice de popularidade recorde atribuído a ele, que foi divulgado nesta quarta pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). De acordo com o instituto Sensus, contratado pela CNT, o presidente deixará o governo com 87% de aprovação.
“Isso demonstra que talvez nós tenhamos sido muito bons, mas demonstra como o Brasil estava abandonado. O Brasil estava sendo governado apenas para um terço da população, e nós resolvemos colocar no prato todo mundo. Essa foi a mudança extraordinária que aconteceu no Brasil”, disse após o evento.
Caso Battisti
Lula afirmou que deve anunciar nesta quinta-feira sua decisão em relação ao ativista italiano Cesare Battisti, preso no Brasil e que tem um pedido de extradição feito pela Itália, onde ele foi condenado por assassinato.

“O presidente da República só se manifesta nos autos. Quando eu receber amanhã os autos e as alegações da Advocacia Geral da União, o presidente orgulhosamente anunciará à nação brasileira qual a decisão sobre o caso Battisti.”

Ele afirmou que não teme repercussão negativa da Itália, onde Battisti foi condenado por assassinato. “Não preciso de represália da Itália. O Brasil é soberano. Quem é que vai ‘represar’ o Brasil, fazer represália? É a maioridade, pô. O Brasil é soberano e toma a decisão que quiser. Quando for a Itália que tiver que tomar a posição, a Itália toma a decisão que quiser. E nós sempre respeitaremos a decisão soberana de outra nação.”