quarta-feira, maio 22, 2013

SECA NOS INHAMUNS Transferência de água é alternativa

Novo Oriente. No plano emergencial apresentado pela Cogerh, que garante ser a opção tecnicamente mais viável, o açude Flor do Campo, localizado aqui em Novo Oriente e que desde o ano passado já está destinando parte de sua água para Quiterianópolis - já em colapso - e mais recentemente para localidades dos municípios de Tauá e Independência, teria 8 milhões de metros cúbicos de seu volume transportados para Crateús pelo leito do rio Poty.

Audiência pública debateu as alternativas para regularizar o abastecimento em Crateús. Uma das propostas é levar as águas do açude Flor do Campo, em Novo Oriente. Cogerh apresentou a viabilidade técnica da proposta FOTO: SILVANIA CLAUDINO

Iuri Castro, da Cogerh, explanou o plano do órgão para resolver emergencialmente o problema em Crateús, explicando que foram realizados todos os estudos técnicos e simulações a fim de oferecer a melhor proposta para solucionar o problema do desabastecimento em Crateús. Anunciou que será feito uma adutora emergencial para levar a água do açude Flor do Campo para o açude Carnaubal. "Hoje os volumes dos reservatórios da região são conhecidos, por meio dos nossos estudos técnicos. A Cogerh fará uma adutora emergencial montada sob a superfície, que ficará pronta entre 45 a 60 dias para resolver a situação em Crateús, utilizando 8 milhões de metros cúbicos do açude Flor do Campo", afirmou Castro, esclarecendo que a técnica funciona por meio de escavação e que tem limitações técnicas. Adiantou ainda que o governo do Estado construirá oito adutoras nesses moldes no Ceará.

Presente ao evento, o promotor de Justiça, Rafael de Paula Pessoa, questionou a ineficiência do poder público em resolver o problema da seca no País. "É lamentável que, em pleno século XXI, ainda estejamos discutindo e buscando soluções para problemas tão antigos. A questão tem que ser resolvida em definitivo, com políticas públicas".

O prefeito do município, Godofredo Vieira, fez um retrospecto da história do reservatório para a população local e afirmou que não é contrário à transferência de água, desde que não haja desperdício e que Novo Oriente não corra risco de colapso. "A Capital da região, Crateús, está prestes a um colapso e não podemos ser desumanos, mas queremos um projeto viável. Não pode haver desperdício".

Para o pároco local, padre Alexandre Oliveira, representante também da Diocese de Crateús no evento, o plano da Cogerh é inadequado. Disse que a Diocese esteve reunida e elaborou algumas propostas para a problemática. Uma delas seria a interligação dos reservatórios da região ao açude Araras. "Se for liberado de acordo com esse plano, Novo Oriente entrará em colapso. Queremos soluções permanentes", cobrou.

SILVANIA CLAUDINOREPÓRTER 

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