sexta-feira, maio 15, 2015

4 políticos denunciados por corrupção pelo MPF

Os ex-deputados também são acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa

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Sem mandato, André Vargas (ex-PT-PR, sem partido), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), estão presos na PF em Curitiba
FOTO: ANDRÉ RICHTER/ AGÊNCIA BRASIL
Curitiba. Pela primeira vez na Operação Lava-Jato, quatro políticos passaram a responder à acusação de terem desviado dinheiro público da Petrobras. Os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR, sem partido), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), além de sua filha, a também ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP), foram denunciados à Justiça ontem, pelo Ministério Público Federal no Paraná. Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato.

Além deles, outras nove pessoas também foram denunciadas por participação nos crimes -entre elas o doleiro Alberto Youssef, seu funcionário Rafael Ângulo, o publicitário Ricardo Hoffmann e o irmão de Vargas, Leon Vargas. A Justiça ainda precisa acolher ou não a denúncia do Ministério Público. Só depois disso é que eles podem ser considerados réus.

Sem mandato, os três ex-deputados estão presos preventivamente na Polícia Federal em Curitiba há pouco mais de um mês, onde dividem uma cela. Todos negam que tenham cometido crimes.

Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, era uma força em ascensão no PT. Foi cassado no final do ano passado, depois de vir à tona seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, que distribuía propinas da Petrobras a partidos políticos.

O ex-petista, que chegou a viajar de férias num avião emprestado por Youssef, foi cassado por intermediar negócios do doleiro com o Ministério da Saúde.

Corrêa, ex-presidente do PP, já foi condenado no processo do mensalão e cumpria pena em regime semiaberto em Pernambuco quando foi transferido para Curitiba. Cassado pela Câmara em 2006, ele teve movimentação financeira incompatível com seus rendimentos, segundo os procuradores.

O MPF afirma que Corrêa pediu dinheiro emprestado a Youssef por e-mail e o visitou ao menos 23 vezes entre 2011 e 2013 -, após ter perdido o mandato.

Argôlo, de 34 anos, era considerado promessa na política baiana. É acusado de envolvimento com Youssef, principal delator da Lava-Jato. O MPF diz que helicóptero, máquinas, cadeiras de rodas e até boletos de IPTU do ex-deputado foram pagos por Youssef. O baiano era do PP, partido para o qual Youssef operava, mas se desfiliou em 2013 e foi para o Solidariedade.

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