sábado, maio 16, 2015

Deputados lembram nomes para a secretaria

Alguns parlamentares pensam diferente do governador quanto à qualificação no novo titular da Pasta

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Ex-secretário da Saúde, João Ananias foi citado pelo deputado Carlos Felipe como exemplo de gestor com experiência na política
FOTO: RODRIGO CARVALHO EM 04/12/2013
A situação da Saúde no Ceará continua problemática, conforme vem mostrando o Diário do Nordeste ao longo dos últimos dias. A pasta que cuida da área segue sem um titular, e deputados da Assembleia Legislativa defendem um nome político e técnico para ocupar o lugar de Carlile Lavor, que deixou a secretaria no último dia 4 de maio.
O vice-presidente da comissão de Saúde da Casa, deputado Carlos Felipe (PCdoB), disse que o próximo secretário precisa conhecer Brasília e ter força política, além de respaldo com os governos Federal e Estadual. "Ele tem que ter força para não aceitar nenhum corte no Orçamento da secretaria, mas sim aumentar os investimentos na Saúde. Tem que aliar o lado técnico com o político, e ter um bom relacionamento com todos", defendeu, lembrando o corte de 20% anunciado pelo governador Camilo Santana, no início do governo.
O parlamentar chegou a citar os nomes de João Ananias, do PCdoB, que, inclusive, já foi secretário de Saúde do Governo Cid Gomes, e Odorico Monteiro, do PT, que já foi secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, além de secretário de alguns municípios, inclusive de Sobral.
Gerir
A deputada Silvana Oliveira (PMDB) compartilha, em partes, da mesma ideia de Felipe, mas segundo ela, o perfil do próximo gestor deve ser eminentemente político, pois somente dessa forma, ele poderá ter acesso e tino para tratar com as mais variadas casas políticas do País. A aliados o governador tem dito que busca um técnico.
"João Ananias foi um grande secretário, assim como Arruda Bastos. Eles eram eficientes e a pasta funcionava bem, não tinha desandado", disse, defendendo ainda o nome de Acilon Gonçalves, que foi secretário-executivo na segunda gestão de Cid Gomes. "O nome do deputado (José) Sarto também foi sondado, e é um bom nome entre nós, pois tem experiência com gestão. Se não escolheram o Sarto lá atrás, eles perceberam a infelicidade. Será que tinha acontecido o que ocorreu agora? Foi um erro não ter indicado ele" diz a deputada.
Ela disse ainda que ficou "feliz" com a saída de Carlile Lavor, pois, em sua avaliação, o ex-secretário não sabia gerir a área, pois não atuava como um líder, deixando os diretores de hospitais resolverem os problemas sem uma liderança. Para Heitor Férrer (PDT), o próximo gestor deve ter caráter técnico, sendo um médico que entenda de administração. "O que falta às secretarias do Estado é um entrosamento com as gestões municipais, e exigir dos senhores prefeitos, o atendimento básico", defendeu.
Patologias
De acordo com o pedetista, com atendimento na base, com médicos suficientes, controle das doenças, remédios para a população a situação seria melhor. "Se não houver serviço forte no combate dessas patologias, vamos aumentar o volume de pessoas nos hospitais terciários, como tem acontecido, porque o atendimento básico é falho".
Zé Ailton Brasil (PP) defendeu um profissional com perfil técnico, que conheça da área e possa enfrentar os desafios colocados até aqui. No entanto, ele disse que aliado a isso, o gestor deve ter conhecimento político. Já Audic Mota (PMDB) afirmou que o gestor da saúde tem que ser "executor, e não somente executivo", com autonomia para fazer seu trabalho. "Tem que ser um quadro excelente, sem dependência. Tem que ter 'as costas largas' e autonomia. Se não for assim, a crise na Saúde se alargará", afirmou.
Procedimentos
Na reunião com os deputados estaduais, na quinta-feira passada, o governador apresentou dados que demonstram a evolução do que foi investido pelo Estado de 2005 até o início deste ano, e comparou com aporte dado pela União. Enquanto que em 2005 a cada um real investido pelo Governo Estadual outro era repassado pelo Federal. Hoje, conforme disse, a diferença chega a ser de até quatro reais em relação ao que vem de Brasília.
Ele mostrou também que houve uma expressiva expansão da rede e defendeu que é necessário o envio de mais recursos federais para a Saúde. Camilo Santana disse ainda que investiu, nos quatro primeiros meses de 2015 mais do que foi feito pelo seu antecessor, Cid Gomes. Somente no corrente ano já foram aplicados mais de R$ 40 milhões apenas com procedimentos hospitalares devido a ações judiciais. As próteses de coluna e joelho, por exemplo, disse Santana em audiência com a comissão de Saúde da Assembleia, está totalmente judicializada.

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